Exportações mineiras para a China têm recuo de 10% nos ganhos

Do total exportado pelas empresas mineiras entre janeiro e novembro deste ano, 36% foram embarcados com destino ao gigante asiático, principal parceiro comercial do Brasil e, claro, de Minas Gerais. Nos onze meses de 2022, as exportações chegaram a US$ 37,093 bilhões. Apenas para a China foram vendidos US$ 13,429 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia.
Ao todo, 153,7 milhões de toneladas de produtos produzidos no Estado foram enviados ao exterior, das quais 104,8 milhões de toneladas tiveram como destino final a maior potência do mundo. Neste caso, a representatividade foi ainda maior e chegou a 68% dos produtos fabricados ou extraídos em terras mineiras embarcados.
Na comparação com os mesmos meses de 2021, observa-se recuo nos valores e alta nos volumes, devido, principalmente, à cotação de algumas commodities como o minério de ferro, que lidera a pauta e cujos preços oscilaram fortemente entre um exercício e outro. A título de comparação, enquanto no ano passado o insumo siderúrgico alcançou a máxima histórica de US$ 240 a tonelada, neste exercício o pico esteve próximo de US$ 155 a tonelada.
Enquanto as vendas de produtos mineiros para a China somaram US$ 13,429 de janeiro a novembro de 2022, em 2021 somaram US$ 15,017 – um recuo de cerca de 10%. Já em volume foram 104,8 milhões de toneladas sobre 95,6 milhões de toneladas – aumento de 9,6%.
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Top 5 produtos enviados para a China
De maneira detalhada, o top 5 produtos exportados de Minas Gerais para a China em 2022 foi composto por: minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados (U$ 7,786 bilhões e 98,6 milhões de toneladas); soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (U$ 2,690 bilhões e 4,4 milhões de toneladas); carnes de bovino, desossadas, congeladas (U$ 979,4 milhões e 148 mil toneladas); ferronióbio (U$ 552,4 milhões e 21,9 mil toneladas) e outras matérias minerais (espodumênio, areias de zircônio, terras corantes – U$ 280 milhões e 100 mil toneladas).
Em 2021 os destaques foram: minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados (US$ 11,261 bilhões e 90 milhões de toneladas); soja, mesmo triturada, exceto para semeadura (US$ 1,58 bilhão e 3,5 milhões de toneladas); ferronióbio (US$ 551 milhões e 24 mil toneladas); carnes de bovino, desossadas, congeladas (U$ 480 milhões e 87,8 mil toneladas) e outros açúcares de cana (US$ 245 milhões e 783 mil toneladas).
Fiemg avalia comércio exterior
Em tradicional balanço anual, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou, na semana passada, uma análise da balança comercial mineira no decorrer deste exercício. Conforme a entidade, o baixo desempenho da China foi compensado por preços elevados de commodities devido ao conflito europeu.
Para 2023, segundo a Federação, espera-se que as exportações sejam impulsionadas, ainda que em menor grau, pelo crescimento daquele país e pela safra recorde de grãos esperada para o próximo ano.
Ainda de acordo com a Fiemg, a política de Covid zero e a desconfiança no setor imobiliário vêm marcando o ano de baixo desempenho na China.
“… o país passa por uma revisão em seu modelo de desenvolvimento, que propõe tornar o consumo interno a base do crescimento por meio de ganhos salariais e de distribuição de renda. Nesse sentido, o ‘Prosperidade Comum’, como é chamado, deverá traduzir-se em um aumento do custo do trabalho e, consequentemente, reduzir a competitividade das empresas nacionais. Desse modo, o potencial de crescimento da economia chinesa nos próximos anos poderá ser menor que o observado nas últimas décadas”, avaliou a Federação.
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