Valor de venda dos imóveis comerciais cai na Capital

Belo Horizonte registrou queda de 0,11% no valor de venda dos imóveis comerciais no mês de março. É o que aponta o índice FipeZap, desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Grupo Zap.
O preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados na capital mineira foi de R$ 6.961/m² no mês. Em 12 meses, a redução acumulada nos valores em BH foi de 3,76% e, no ano, está em 0,71%. Foram analisados 6.036 anúncios de venda de imóveis da Capital.
Os bairros mais valorizados em Belo Horizonte, segundo o levantamento, são Luxemburgo (R$ 10.467/m²), Santo Agostinho (R$ 10 mil/m²) e Belvedere (R$ 9.460/m²). Os bairros que apresentaram os valores venais mais baixos foram Floresta (R$ 4.799/m²), Centro (R$ 3.539/m²) e Sagrada Família (R$ 3.636/m²).
O valor apurado na capital mineira é menor que a média geral do levantamento (R$ 8.428/ m²), considerando as dez cidades brasileiras analisadas. Nesse universo, houve alta de 0,07% em março e 0,20% no ano. Mas, no acumulado de 12 meses, o estudo apontou uma queda média de 1,02% nos municípios pesquisados.
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“A pandemia afetou bastante a demanda por salas comerciais, o que teve consequência nos preços. Em algumas cidades, já observamos no preço de venda pequenas variações positivas nominalmente, mas ainda abaixo da inflação, o que caracteriza queda real nos preços. Em BH, o impacto parece ter sido ainda maior, especialmente quando vemos a variação acumulada em 12 meses, com uma queda mais expressiva”, avaliou o coordenador do FipeZap, Eduardo Zylberstajn.
Além de BH, houve queda nos valores de imóveis comerciais em março nas cidades de Porto Alegre (-0,48%), Brasília (-0,25%), Niterói (-0,22%).
As cidades onde os valores subiram foram Campinas, (+0,75%), Curitiba (+0,30%), Salvador (+0,23%), Rio de Janeiro (+0,17%), Florianópolis (+0,08%) e São Paulo (+0,05%).
Ainda conforme a pesquisa, a cidade brasileira com o valor médio de imóveis mais alto é o Rio de Janeiro (R$ 9.642/m²). E o município com o valor médio mais baixo é Salvador (R$ 5.367m²).
Locação – Em relação à locação de imóvel comercial, o preço médio na capital mineira em março foi de R$ 29,45/m². A análise de 6.806 anúncios apontou aumento de 0,13% nos valores. No ano, a variação positiva acumulada é 1,04%. Mas, em 12 meses, há queda de 0,43%.
“O fato de os preços de aluguel estarem com variação nominalmente positiva, ainda que menor do que a inflação, é um sinal de que o pior momento já ficou para trás. Ainda mais por conta da polêmica do IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), devemos ter um aumento na rotatividade dos imóveis alugados nos próximos meses, o que pode contribuir para um maior dinamismo do mercado”, disse Zylberstajn. O IGP-M é o índice de referência para reajuste dos contratos de aluguel e segue uma trajetória de alta, atingindo 30,7% em doze meses no início de abril.
Dentre os dez bairros pesquisados no FipeZap, os que mostram preços mais altos de aluguel em BH são Fernão Dias (R$ 50,01/m²), Belvedere (R$ 45,66/m²) e Alpes (R$ 45,03/m²). Os que registram valores menores são Carlos Prates (R$ 22,67/m²), Sagrada Família (R$ 20,97/m²) e Centro (R$ 19,24/m²).
O valor médio do aluguel na capital mineira em março também é menor que a média geral da pesquisa, que foi de R$ R$ 37,18/m², considerando as dez cidades analisadas. No geral, houve avanço de 0,28% no terceiro mês de 2021. No ano, a alta acumulada é de 0,41%, mas, em doze meses, o estudo apontou um recuo de 0,75%. Ainda de acordo com o levantamento, a cidade com a média de aluguel mais alta é São Paulo (R$ 44,26/m²) e a que tem o menor preço médio é Curitiba (R$ 26,25/m²).
“No mercado residencial, após o susto inicial de março-abril do ano passado, houve recuperação forte nas vendas e a demanda segue aquecida. As pessoas ficam mais tempo em casa e, ainda mais com juros baixos, aproveitam para repensar os arranjos de moradia. Por outro lado, no mercado comercial é o contrário: demanda por espaços se retraiu e segue baixa, com muita incerteza sobre quanto da demanda antiga será de fato retomada após a pandemia. Acredito que ainda vamos conviver com essa incerteza por vários meses no Brasil”, finalizou o coordenador do FipeZap.
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