Economia

Valor de venda dos imóveis comerciais cai na Capital

Valor de venda dos imóveis comerciais cai na Capital
No último mês, queda observada em valores em BH foi de 0,11% | Crédito: Alessandro Carvalho

Belo Horizonte registrou queda de 0,11% no valor de venda dos imóveis comerciais no mês de março. É o que aponta o índice FipeZap, desenvolvido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Grupo Zap.

O preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados na capital mineira foi de R$ 6.961/m² no mês. Em 12 meses, a redução acumulada nos valores em BH foi de 3,76% e, no ano, está em 0,71%. Foram analisados 6.036 anúncios de venda de imóveis da Capital.

Os bairros mais valorizados em Belo Horizonte, segundo o levantamento, são Luxemburgo (R$ 10.467/m²), Santo Agostinho (R$ 10 mil/m²) e Belvedere (R$ 9.460/m²). Os bairros que apresentaram os valores venais mais baixos foram Floresta (R$ 4.799/m²), Centro (R$ 3.539/m²) e Sagrada Família (R$ 3.636/m²).

O valor apurado na capital mineira é menor que a média geral do levantamento (R$ 8.428/ m²), considerando as dez cidades brasileiras analisadas. Nesse universo, houve alta de 0,07% em março e 0,20% no ano. Mas, no acumulado de 12 meses, o estudo apontou uma queda média de 1,02% nos municípios pesquisados.

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“A pandemia afetou bastante a demanda por salas comerciais, o que teve consequência nos preços. Em algumas cidades, já observamos no preço de venda pequenas variações positivas nominalmente, mas ainda abaixo da inflação, o que caracteriza queda real nos preços. Em BH, o impacto parece ter sido ainda maior, especialmente quando vemos a variação acumulada em 12 meses, com uma queda mais expressiva”, avaliou o coordenador do FipeZap, Eduardo Zylberstajn.

Além de BH, houve queda nos valores de imóveis comerciais em março nas cidades de Porto Alegre (-0,48%), Brasília (-0,25%), Niterói (-0,22%). 

As cidades onde os valores subiram foram Campinas, (+0,75%), Curitiba (+0,30%), Salvador (+0,23%), Rio de Janeiro (+0,17%), Florianópolis (+0,08%) e São Paulo (+0,05%). 

Ainda conforme a pesquisa, a cidade brasileira com o valor médio de imóveis mais alto é o Rio de Janeiro (R$ 9.642/m²). E o município com o valor médio mais baixo é Salvador (R$ 5.367m²).

Locação – Em relação à locação de imóvel comercial, o preço médio na capital mineira em março foi de R$ 29,45/m². A análise de 6.806 anúncios apontou aumento de 0,13% nos valores. No ano, a variação positiva acumulada é 1,04%. Mas, em 12 meses, há queda de 0,43%.

“O fato de os preços de aluguel estarem com variação nominalmente positiva, ainda que menor do que a inflação, é um sinal de que o pior momento já ficou para trás. Ainda mais por conta da polêmica do IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), devemos ter um aumento na rotatividade dos imóveis alugados nos próximos meses, o que pode contribuir para um maior dinamismo do mercado”, disse Zylberstajn. O IGP-M é o índice de referência para reajuste dos contratos de aluguel e segue uma trajetória de alta, atingindo 30,7% em doze meses no início de abril.

Dentre os dez bairros pesquisados no FipeZap, os que mostram preços mais altos de aluguel em BH são Fernão Dias (R$ 50,01/m²), Belvedere (R$ 45,66/m²) e Alpes (R$ 45,03/m²). Os que registram valores menores são Carlos Prates (R$ 22,67/m²), Sagrada Família (R$ 20,97/m²) e Centro (R$ 19,24/m²).

O valor médio do aluguel na capital mineira em março também é menor que a média geral da pesquisa, que foi de R$ R$ 37,18/m², considerando as dez cidades analisadas. No geral, houve avanço de 0,28% no terceiro mês de 2021. No ano, a alta acumulada é de 0,41%, mas, em doze meses, o estudo apontou um recuo de 0,75%. Ainda de acordo com o levantamento, a cidade com a média de aluguel mais alta é São Paulo (R$ 44,26/m²) e a que tem o menor preço médio é Curitiba (R$ 26,25/m²).

“No mercado residencial, após o susto inicial de março-abril do ano passado, houve recuperação forte nas vendas e a demanda segue aquecida. As pessoas ficam mais tempo em casa e, ainda mais com juros baixos, aproveitam para repensar os arranjos de moradia. Por outro lado, no mercado comercial é o contrário: demanda por espaços se retraiu e segue baixa, com muita incerteza sobre quanto da demanda antiga será de fato retomada após a pandemia. Acredito que ainda vamos conviver com essa incerteza por vários meses no Brasil”, finalizou o coordenador do FipeZap.

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