Vendas de eletrificados têm alta de 30,2% no ano em Minas Gerais
Em forte crescimento, o mercado de veículos elétricos e híbridos já acumula 10,7 mil emplacamentos em Minas Gerais nos últimos dez meses, 30,2% a mais que no mesmo período do ano passado. O crescimento, no entanto, segue concentrado em capitais e regiões metropolitanas, que chegaram a corresponder por mais de 60% das comercializações no período.
Em outubro, o Estado contabilizou 1.416 comercializações de eletrificados novos, número 52,9% superior frente ao mesmo mês de 2024, correspondendo a 6,6% do mercado nacional. O ranking é liderado por São Paulo, com 29,6% de marketshare, seguido por Distrito Federal (10,5%) e Paraná (6,8%). Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Dentre as capitais, Belo Horizonte ocupa a terceira posição em volume de vendas no ano, com 6,3 mil emplacamentos, recebendo 3,8% da frota brasileira. A primeira posição segue com São Paulo (SP), que acumula 21,5 mil vendas – o dobro do registrado em Minas Gerais – seguido por Brasília (DF) com 16,1 mil vendas.
Com exceção dos micro-híbridos (MHEV), os veículos elétricos das marcas BYD (47,6%), GWM (21,6%) e Toyota (8,2%) seguem na liderança de preferência entre os mineiros em 2025. Juntas, as marcas comercializaram 8,3 mil unidades no ano, com destaque para os modelos BYD Dolphin Mini, GWM Haval e Toyota Ccross XRX.
De acordo com o vice-presidente da ABVE, Thiago Sugahara, os resultados, tanto em Minas Gerais, quanto no Brasil, refletem a potência do segmento, que cresceu cerca de oito vezes nos últimos cinco anos. A tendência, segundo ele, é que, cada vez mais, a categoria ganhe espaço na residência dos brasileiros, especialmente com a redução no tíquete médio de compra, aliada ao avanço da transição enérgica, que beneficia o uso de energia solar.
“Muitas pessoas têm visto nisso uma oportunidade: trocar o carro a combustão por um elétrico, que usa uma energia mais barata e renovável. Hoje, o gasto é cerca de um terço do combustível, e com o painel solar, essa economia fica ainda maior”, acrescenta.
Desafio da infraestrutura deve ser atenuado com aumento da demanda e ampliação de carregadores rápidos
Com a elevação na demanda, a expectativa é de crescimento também em infraestrutura, que hoje é um dos principais gargalos para a adoção da tecnologia fora do eixo metropolitano. Além da evolução dos pontos de recarga semipúblicos, o dirigente projeta crescimento na adoção dos carregadores rápidos, com baterias capazes de avançar de 20% para 80% em 30 minutos.
Esses pontos, segundo ele, são importantes, especialmente para quem precisa de estrutura em viagens mais longas, acima de 300 quilômetros, ou para motoristas de aplicativo. “Essa infraestrutura vem crescendo em Minas e no Brasil, e a expectativa é que, com a entrada de mais veículos elétricos, a oferta também aumente”, pontua.
Para o próximo ano, a expectativa é que o setor responda por 10% do total de veículos comercializados no País, fator que deve ser favorecido com a consolidação da produção em território nacional. “O processo de eletrificação é um caminho sem volta. Os veículos elétricos tendem a oferecer mais conforto e ainda geram economia no bolso. Esse movimento já começou, mas é importante acelerarmos”, finaliza Sugahara.
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