Vendas de aço da Gerdau registram queda de 3,4%

A Gerdau encerrou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 3,02 bilhões, valor 33,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2021, quando o lucro chegou a R$ 4,5 bilhões. Com o resultado, no acumulado do ano até setembro, o lucro líquido da siderúrgica – R$ 10,26 bilhões – retraiu 1,3% frente aos R$ 10,4 bilhões registrados no mesmo período do exercício anterior. A queda, segundo os representantes da empresa, é resultado de questões operacionais. 

Apesar de um  lucro menor, o diretor-presidente (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck, ressaltou que a siderúrgica, avaliando os nove primeiros meses do ano, vem apresentando resultados muito positivos. 

“Nós nunca entregamos tanto resultado na Gerdau como nos nove meses do ano, encerrados em setembro. Tivemos os nove melhores meses de toda a história da Gerdau em 121 anos”. 

No terceiro trimestre de 2022, o Ebitda ajustado da Gerdau chegou a R$ 5,36 bilhões, com margem Ebitda ajustada de 25,4%. O resultado trimestral ficou 23,6% menor que os R$ 7 bilhões registrados em igual trimestre de 2021.

Conforme o relatório da empresa, os menores preços verificados no mercado internacional e pressões de custos de insumos acabaram por reduzir o Ebitda do trimestre.

No acumulado dos nove primeiros meses de 2022, o Ebitda foi de R$ 17,9 bilhões, variação positiva de 3,7%. O resultado reflete os patamares elevados de demanda por aço dos setores da construção e industrial, principalmente, na América do Norte.

“A Gerdau manteve, no terceiro trimestre de 2022, um forte desempenho financeiro, resultado de uma busca contínua pela geração de valor para nossos clientes por meio de investimentos em tecnologia e em inovação, em meio a um cenário de manutenção do consumo de aço em níveis elevados, especialmente na América do Norte. No acumulado do ano, até setembro, registramos o melhor Ebitda ajustado da história da empresa, somando R$ 17,9 bilhões”, disse Werneck.

Vendas menores

Em relação às vendas, 2,9 milhões de toneladas no terceiro trimestre, as mesmas ficaram 9,9% menores que as registadas em igual trimestre de 2021 e 9,7% inferiores ao trimestre imediatamente anterior. Nos nove primeiros meses do ano, as vendas de aço somam 9,2 milhões de toneladas, queda de 3,4% frente ao mesmo intervalo do ano anterior.

Com a queda nas vendas, no terceiro trimestre,  a produção de aço bruto foi de 3 milhões de toneladas, volume 13,5% inferior ao registrado no segundo trimestre de 2022 e 13,2% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano, a produção de aço bruto atingiu 9,8 milhões de toneladas, patamar 2,1% inferior quando comparado ao mesmo período do ano

passado.

Custos 

Ao longo do ano, os custos seguiram pressionando os resultados, principalmente, os com carvão e sucatas. De acordo com Werneck, embora o preço dos insumos já venha apresentando queda nos últimos meses, o reflexo demora a chegar nos custos de produção.

“O carvão comprado no primeiro e segundo trimestres está sendo consumido agora e, embora o preço tenha reduzido nas últimas semanas, o preço alto na aquisição provocou aumento de custos”.

Nos custos de venda, foi registrado aumento de 10,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2022, resultado da elevação do custo de energéticos e redutores, tais como carvão (+118%), coque (+94%) e gás natural (+39%), além do aumento de 19% no custo de ligas metálicas, especialmente nas operações da América do Norte e Aços Especiais.

Investimentos 

Em relação aos investimentos, ao longo do terceiro trimestre de 2022, a Gerdau investiu R$ 1,1 bilhão, sendo R$ 654 milhões em manutenção e R$ 402 milhões em iniciativas de expansão e atualização tecnológica.

Do total investido no período, R$ 190 milhões contemplam expansão de ativos florestais, atualização e aprimoramento de controles ambientais, incrementos tecnológicos que resultam em eficiência energética e redução de emissões de gases de efeito estufa.

Grande parte dos recursos do plano de investimentos da empresa para os próximos anos será destinada para as operações em Minas Gerais. No ano passado, a Gerdau anunciou investimento de R$ 6 bilhões no Estado. Estes recursos  deverão ser aplicados em três eixos principais, voltados à  expansão, à modernização e ao aprimoramento de práticas ambientais e sociais nos próximos cinco anos.

“Os investimentos são bastante robustos para aumentar a capacidade produtiva e buscar alternativas dentro da viabilidade para reduzir a emissão de CO2. Serão R$ 6 bilhões em Minas, envolvendo Ouro Branco e demais operações, em Barão de Cocais, Divinópolis e projetos florestais localizados no Estado”, disse Werneck.