Vendas do setor de joias em Minas Gerais crescem, mas com fechamento de lojas

A indústria de joias em Minas Gerais fechou o ano de 2022 com um crescimento de até 20% nas vendas. É o que revela o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Raymundo Vianna.

Mas apesar deste crescimento nas vendas, o setor de joias no Estado, segundo Vianna, teve que passar por uma redução de aproximadamente 20% no número de lojas no ano passado.

O presidente do sindicato explica que a maioria das lojas que fechou as portas era de pequenas e médias empresas, que possuíam uma única loja em shoppings. Como esses centros de compras ficaram fechados por um certo tempo, isso gerou um aumento nos custos dessas lojas, e assim, foram fechadas. Ele também lembra que aquelas que possuíam até cinco lojas também foram forçadas a encerrar os negócios de alguns de seus estabelecimentos.

Vianna relata que as empresas que sobreviveram a essa má fase, principalmente os grandes lojistas, buscaram alternativas para superar essa crise. Algumas delas fizeram uma rápida transição para as vendas on-line e lançaram produtos com preços mais baixos e, consequentemente, com alto volume de vendas. “A alternativa foi produzir peças com design com menos ouro, porque o produto ficou muito caro e utilizando muitas pedras de cor, que são pedras com valor mais baixo mas que permitem fazer montagens diferenciadas. Assim, foi possível conseguir aumento nas vendas desse tipo de produto”, afirma..

Já com relação às exportações, o presidente do Sindijoias-MG relata que houve uma queda de quase 30% no caso dos produtos acabados, que possuem valor agregado. Já as exportações de metais, como o ouro bruto, ultrapassaram os R$ 5 bilhões em Minas Gerais. Ele explica que essa situação não é boa para as empresas que industrializam esses metais: “Nós estamos entregando nossa matéria-prima, ela não está ficando aqui”, afirma.

Enquanto isso, a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no setor joalheiro foi superior a R$ 180 milhões em 2022. O destaque ficou para a atividade econômica de extração de minério de metais preciosos com mais de R$ 74 milhões arrecadados.

Expectativas para 2023

Já para este ano, Vianna demonstra bastante preocupação com o clima de incerteza em relação a qual será a direção que o atual governo federal irá tomar daqui para frente. O presidente do sindicato explicou que até o momento não há previsões de crescimento das vendas em 2023.

“Para este ano estamos aguardando as novas medidas do governo. Não temos previsão, o mercado está muito fraco”, relata.

Ele ainda destaca a necessidade de reformas como tributária, administrativa, dentre outras que estão em discussão. “Até agora nesses dois primeiros meses, nós só vimos fumaça e não vimos fogo”, declara.

Para o presidente do Sindijoias-MG, esse ambiente pode causar uma série de dúvidas nos empresários do setor quanto aos investimentos e também ao crescimento da indústria.