Vendas do varejo crescem em MG com impacto de supermercados

As vendas do varejo mineiro subiram 3,2% em setembro de 2023 frente a igual intervalo de 2022. O setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação cresceu 50,5% e registrou a maior variação positiva no período. Já o maior impacto sobre o resultado foi exercido por hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 10,1%.
Os dados fazem parte da série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O analista de Informações Estatísticas e Geográficas da entidade em Minas Gerais, Daniel Dutra, realça que o segmento de hiper e supermercados, que pesa mais de 45% do total do varejo, vem apresentando taxas positivas neste ano e sustentando o progresso da atividade no Estado.
“O setor de hipermercados e supermercados é o que mais se destaca no crescimento do comércio varejista no ano de 2023 e um dos principais fatores motivadores para isso, dentre outros, é o aumento do rendimento médio do trabalhador e a inflação em patamares menores do que no ano passado”, explica Dutra. Vale ressaltar que o segmento apresentou resultados crescentes nos últimos 14 meses quando comparados aos mesmos meses do exercício anterior.
Por outro lado, a categoria de combustíveis e lubrificantes encerrou o nono mês de 2023 com queda de 22% nas vendas, freando um avanço ainda maior do varejo mineiro no período. O analista esclarece que, desde o fim da desoneração de impostos federais sobre os combustíveis, os produtos voltaram a encarecer nas bombas, o que pode ter motivado a redução do segmento.
Recuo de 0,3% frente a agosto e alta de 2,9% no acumulado do ano
Especificamente em relação a agosto, os dados do IBGE mostram que as vendas do comércio varejista de Minas Gerais recuaram 0,3% em setembro. Neste caso, a entidade não detalha os resultados por atividades. Dutra enfatiza que, apesar do decréscimo, o varejo do Estado, de modo geral, vem crescendo em 2023, sendo que, em nove meses, registrou apenas duas taxas negativas.
A partir desse cenário citado pelo analista, o volume de vendas do varejo mineiro acumula um crescimento de 2,9% entre janeiro e setembro deste ano frente ao mesmo período do exercício passado. Os destaques nesta base de comparação também são os setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com avanços de 7,8% e 6%, respectivamente.
Expectativas positivas para o fim do ano no varejo com redução da Selic e sazonalidade
Ao analisar o momento do varejo, o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, observa que alguns segmentos ligados ao crédito, como o de veículos e motocicletas, vêm se recuperando com o recuo da Selic. Em contrapartida, as vendas de outras atividades, em especial do comércio varejista restrito, têm desacelerado um pouco com o arrefecimento do mercado de trabalho e um menor avanço do rendimento médio real familiar.
Esse contexto, de acordo com Silva, está resultando em um rebalanceamento da cesta de consumo das famílias, o que traz perspectivas favoráveis para os resultados do varejo do Estado nos próximos meses. Conforme o economista, a expectativa é que a taxa de juros da economia tenha mais uma queda em dezembro, impulsionando a venda de produtos associados ao crédito. E a tendência é que os segmentos relacionados à renda continuem com desempenhos positivos.
“Para o crescimento desses segmentos associado ao crédito, estamos falando da redução da Selic e também da sazonalidade de fim de ano, período em que todo mundo troca de televisão, de carro para viajar, compra uma geladeira, um micro-ondas, faz uma reforma em casa. Então isso deve ajudar. Temos ainda a Black Friday, que, em geral, impulsiona as atividades de comércio e de serviços”, disse. “Já os segmentos associados à renda devem continuar performando bem.”
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