Zema declara apoio a Bolsonaro no 2º turno e presidente busca palanques estaduais

Brasília – O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou na manhã desta terça-feira (4) apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno, após encontro de ambos no Palácio da Alvorada, no primeiro movimento concreto do chefe do Executivo para ampliar palanques estaduais e tentar derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Estou aqui hoje para declarar apoio ao presidente Bolsonaro porque eu –mais do que ninguém– herdei uma tragédia”, disse Zema, em crítica à administração petista que o antecedeu no governo mineiro.
Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral e Estado em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou Bolsonaro por pouco mais de 563 mil votos. O candidato à reeleição teve 43,6% dos votos válidos no Estado no domingo, e o petista, ficou com 48,29%. Desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos venceram em Minas Gerais.
Em sua fala, Bolsonaro disse que o apoio de Zema é decisivo.
“Agradeço aqui o apoio do Zema, é mais do que bem vindo, é essencial para a nossa reeleição”, destacou.
O presidente disse que pretende ir a Minas Gerais ao menos três vezes durante o segundo turno e afirmou que, embora tivesse um candidato ao governo mineiro no primeiro turno, o senador Carlos Viana (PL), sempre teve simpatia por Zema. Ele avaliou que o governador reeleito fez um bom governo.
Bolsonaro encerrou a eleição no primeiro turno 6,2 milhões de votos atrás de Lula, um resultado de cinco pontos percentuais de diferença e que surpreendeu diante do fato de que pesquisas de intenção de voto nacionais indicavam uma distância maior de ambos e até a possibilidade de o petista vencer já no domingo.
Outros apoios
Na entrevista, Bolsonaro disse que já trabalha por outros apoios no segundo turno. Ele disse ter conversado por telefone com os governadores reeleitos em primeiro turno do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD).
No início da tarde, o governador do Rio reuniu-se com Bolsonaro no Palácio do Planalto e, após o encontro, fez questão de declarar publicamente apoio ao presidente.
“Sou do partido do presidente, sou apoiador do presidente e não tinha como não vir aqui para me esforçar para que o Rio de Janeiro seja a capital da vitória do Bolsonaro”, disse.
Castro afirmou que vai para as ruas pedir votos para Bolsonaro, justificando o pouco empenho no primeiro turno com o fato de que, como governador, tinha que estadualizar a eleição no Rio de Janeiro.
Para Bolsonaro, a “oficialização do apoio que já existia” é mais um fator de tranquilidade para sua campanha. Ele já havia afirmado que estava fechado apoio de Castro.
Mesmo sendo do mesmo partido, os dois tiveram poucas agendas em comum no primeiro turno. No Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro recebeu cerca de 1 milhão de votos a mais que Lula no primeiro turno.
Na entrevista que fez mais cedo ao lado de Zema, Bolsonaro disse ainda que deve ir pelo menos duas vezes a São Paulo no segundo turno, Estado que é o maior colégio eleitoral do país e que aliados do presidente tiveram importantes votações no primeiro turno.
O ex-ministro de Bolsonaro Tarcísio Freitas (Republicanos) vai para o segundo turno ao governo paulista após terminar na frente do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), além do ex-ministro Marcos Pontes (PL) ter sido eleito senador superando o ex-governador Márcio França (PSB), que aparecia em primeiro nas pesquisas de intenção de voto ao cargo.
Em sua primeira agenda no segundo turno fora de Brasília, Bolsonaro participará de dois eventos evangélicos na capital paulista com a presença de Tarcísio, segundo a assessoria da campanha. O primeiro deles, às 16h é a Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado e depois, às 19h, uma reunião de Obreiros e Pastores da Assembleia de Deus Madureira.
Bolsonaro teve 1,7 milhão de votos a mais que Lula em São Paulo no primeiro turno.
O presidente disse ainda estar à disposição para conversar com ACM Neto (União Brasil), que disputará o segundo turno ao governo baiano contra Jerônimo Rodrigues (PT).
ACM Neto preferiu ficar neutro na primeira etapa em um Estado –quarto maior colégio eleitoral do país– que deu quase 70% dos votos para Lula –em números nominais, uma diferente de 3,8 milhões de votos para o petista ante Bolsonaro.
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