Economia

Zema vai precisar de jogo de cintura para negociar com governo federal

O chefe do Executivo estadual foi reconduzido ao cargo, neste domingo, em cerimônia que teve início na Assembleia Legislativa e término no Palácio das Artes
Zema vai precisar de jogo de cintura para negociar com governo federal
Zema vai para segundo mandato à frente do Estado | Crédito: Guilherme Bergamini / ALMG

Reeleito para governar Minas Gerais nos próximos quatro anos, Romeu Zema (Novo) deve, já nos próximos dias, fazer pedidos de recursos para o Estado ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O chefe do Executivo estadual tomou posse do cargo, neste domingo, em cerimônia que teve início na Assembleia Legislativa e foi concluída no Palácio das Artes.

Acontece que Zema terá, agora, uma posição difícil para negociar a atração de aportes federais para o Estado. Isso deve ocorrer porque, durante o período eleitoral, o governador apoiou o candidato à Presidência derrotado Jair Bolsonaro, declarando publicamente ser um eleitor do então presidente. 

“Ele bateu bastante no PT e a todo o instante se colocava como um possível candidato à sucessão do Lula para as próximas eleições. Essa é uma tendência que tem grandes chances de se concretizar”, avalia o cientista político José Lourenço Feijó. Já para a economista Luciana Ferreira, da PUC Minas, Zema terá que ter jogo de cintura. 

“O Zema vai ter que aprender a ter uma desenvoltura para se aproximar a Lula e conseguir estabelecer recursos para Minas Gerais. Afinal, com Bolsonaro ele tinha, embora durante os quatro anos com o Bolsonaro no poder ele não tenha vestido a camisa do governo. Especificamente, ele nunca fez críticas ao Bolsonaro. Nunca foi e não será um problema para o atual presidente, e era visto como aliado e dos bons”, sugere Luciana Ferreira.

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Governador terá investimento, mas também desafios

De acordo com o último balanço divulgado pelo Governo de Minas de Gerais, houve a criação de 625 mil empregos, atração de R$ 271 bilhões em investimentos, 1.700 escolas foram reformadas, 100 mil alunos inscritos em cursos profissionalizantes gratuitos e a regularização do pagamento dos salários dos servidores em dia.

“Na área da saúde, como pudemos acompanhar, a área que é uma das mais demandadas por causa da pandemia de Covid-19, o Estado passou pela maior operação de vacinação de sua história. Vimos o quanto o governo do Estado se empenhou em investir na regionalização dos serviços de saúde para atender os municípios. Aspecto bastante positivo, inclusive, à frente de governadores de outros estados que são aliados a Bolsonaro”, avalia Feijó.

De acordo com o próprio Governo de Minas, em um primeiro momento, a pasta da saúde organizou a compra adiantada da primeira dose da vacina, assim como a solicitação de seringas e agulhas para as aplicações. A logística foi de atender, por meio de grandes transportes terrestres e mecanismos aéreos, a distribuição do material de vacinação para as macrorregionais e depois as microrregionais.

Nos próximos quatro anos, Zema pretende manter a atração de investimentos em alta. Neste primeiro mandato, foram mais de R$ 271 bilhões atraídos e mais de 600 mil postos de trabalho gerados. Para os próximos quatro anos, a meta é atrair mais R$ 300 bilhões. O governo do Estado pretende ainda realizar importantes obras de infraestrutura, como a expansão do metrô de Belo Horizonte e o Rodoanel, e implantar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A desestatização de empresas estaduais também deve avançar.

“Creio que um dos grandes desafios para o novo mandato é a necessidade de reorganizar os gastos gerados pelo Estado, acertando as dívidas vigentes, assim como também apostando em investimentos. As obras para atender às rodovias mineiras são bastante importantes, pois a precariedade das malhas, que já prejudica, pode dificultar ainda mais a logística e, consequentemente, o desenvolvimento estadual. Aqui em Minas, temos corredores importantes, que ligam estados bastante produtivos, e essas obras precisam de aceleração”, aponta Ferreira.

Vídeo: Zema faz balanço do 1º mandato

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