Finanças

Desembolsos do Banco do Nordeste avançam 47,9% em Minas

Lítio deverá ser o principal destino dos financiamentos este ano
Desembolsos do Banco do Nordeste avançam 47,9% em Minas
Crédito: Banco do Nordeste / Divulgação

O Banco do Nordeste encerrou o ano de 2024 com um crescimento significativo no número de desembolsos realizados em Minas Gerais. Puxado pelos investimentos nos setores de indústria e de infraestrutura, foram R$ 3,8 bilhões de empréstimos e financiamentos concedidos aos clientes do Estado, alta de 45,9% em relação aos R$ 2,6 bilhões de 2023. 

Do montante dos desembolsos, R$ 680 milhões vieram do Crediamigo, programa do Banco do Nordeste de microcrédito que atende empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários. Outros R$ 3,16 bilhões vieram do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que é a fonte estável de recursos para o financiamento das atividades produtivas da região Nordeste e do Norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Em Minas, os setores que mais cresceram em receita em relação ao ano anterior foram infraestrutura e indústria. Em 2024, o aumento de desembolsos para a indústria foi de 365%, saltando de R$ 74 milhões para R$ 345 milhões. Já na infraestrutura, a alta foi de 228%, saltando de R$ 343 milhões, para R$ 1,21 bilhão, considerando apenas os créditos do FNE.

O superintendente do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Wesley Maciel, atribui o crescimento destes setores aos investimentos em energia solar, no caso de infraestrutura e à retomada da indústria em Montes Claros, no Norte do Estado. “Montes Claros já foi no passado um polo industrial muito forte, e agora isso está voltando a ser uma realidade. Especialmente com a indústria farmoquímica”, pontua Maciel.

Wesley Maciel
Maciel aponta que neste ano o financiamento de projetos para a exploração de lítio deve impulsionar os desembolsos | Crédito: Lucas Melo / Banco do Nordeste

Ele explica que Montes Claros tem recebido muitas indústrias e cita um projeto em especial, em fase final de construção, que o banco está contribuindo. “Nós estamos financiando, por exemplo, a Eurofarma que é a maior obra privada em execução no Brasil, uma gigante do ramo farmacêutico. Temos não só ela, mas outras tantas sendo financiadas pelo banco”, pontua.

Além de crescer em volume de recursos desembolsados, o superintendente fez questão de ressaltar também o aumento em penetração de mercado, levando oportunidades a muito mais clientes, especialmente os menores, como ressaltou. Enquanto em 2023 foram 242 mil contratos, em 2024 foram conquistados 275 mil, alta de 13,6%.

“Nossas equipes assinaram mais de 275 mil contratos em 2024, que superam R$ 4 bilhões em investimentos nas regiões mais carentes do estado. Cumprimos o orçamento do ano e fizemos com que o crédito chegasse às mãos de quem precisa, com condições justas, como taxas e prazos adequados a cada atividade.”, declara.

Lítio deverá ser o principal destino dos financiamentos este ano

Além das demandas do polo farmacêutico, o superintendente do banco aponta que o setor industrial continuará puxando as aplicações do banco em Minas em 2025. Ele comenta que há uma movimentação começando a se concretizar no extremo Norte do Estado, na região de Salinas e Araçuaí, para o beneficiamento do lítio. 

“Nossa expectativa para este ano com relação à indústria é que ela continue puxando as aplicações de Minas. Quando você faz um financiamento da indústria, o volume é muito alto e, efetivamente, puxa os recursos. E a vantagem da área da Sudene é que tem o Banco do Nordeste com recursos justos, tanto em termos de prazo e de taxa, para poder apoiar esses empreendimentos”, comenta.

Para ele, uma das vantagens de que haja investimentos em indústrias é que elas transformam a região, gerando emprego em quantidade significativa, o que, para ele, também é uma vertente muito positiva para o desenvolvimento. 

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