Finanças

Dívida bruta surpreende mercado e vai a 78,4% do PIB

Dívida bruta surpreende mercado e vai a 78,4% do PIB
Crédito de R$ 100 bilhões compreende a exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS-Cofins | Crédito: Bruno Domingos/Reuters Usada em 20-12-19 Usada em 21-01-20 Usada em 16-03-20

Brasília – A dívida bruta brasileira subiu a 78,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em março, acima do esperado por economistas e maior patamar desde agosto do ano passado, em um mês também marcado por forte elevação das perdas do Banco Central (BC) com os contratos de swap, em meio à disparada do dólar diante da pandemia do novo coronavírus e da saída maciça de recursos do País.

Em fevereiro, a dívida bruta era de 76,7% do PIB, e analistas consultados pela Reuters esperavam uma alta para 77% do PIB.
Já a dívida líquida, que considera os ativos do governo, recuou para 51,7% do PIB, sobre 53,6%, refletindo o aumento do valor em reais das reservas internacionais.

Segundo a autoridade monetária, a moeda norte-americana avançou 15,6% no mês, embalada pelas crescentes preocupações acerca dos impactos econômicos da pandemia do coronavírus, o que provocou uma fuga por ativos considerados de menor risco em mercados no mundo inteiro.

Setor consolidado – Em março, o déficit primário foi de R$ 23,655 bilhões para o setor público consolidado. Enquanto o governo central – formado por Tesouro Nacional, Banco Central e INSS – teve um rombo de R$ 21,380 bilhões, Estados e municípios ficaram no vermelho em R$ 2,680 bilhões. As empresas estatais, por sua vez, registraram superávit de R$ 405 milhões.

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Na quarta-feira, o Tesouro já havia divulgado que o resultado do governo central foi beneficiado pela decisão do governo de jogar para frente o pagamento de cerca de R$ 10 bilhões em precatórios. Sem isso, o rombo teria sido significativamente maior.

De acordo com o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, o resultado de março também não foi afetado pela crise com o Covid-19. Esse efeito ficará claro a partir de abril, quando o rombo primário deve superar o déficit de todo o ano de 2019, destacou ele.

De janeiro a março, houve superávit de R$ 11,720 bilhões para o setor público consolidado. Em 12 meses, a conta é de déficit de R$ 63,490 bilhões, equivalente a 0,86% do PIB.

Mansueto já frisou que, por conta dos desdobramentos associados ao combate ao coronavírus, o déficit primário do setor público em 2020 vai se aproximar de R$ 600 bilhões, equivalente a cerca de 8% do PIB.

Já o resultado nominal do setor público, que inclui a conta de juros da dívida pública, deve ficar entre 12% e 13% do PIB, disse Mansueto.
O déficit nominal nos 12 meses até março bateu em 6,24% do PIB, sobre 6,02% no acumulado até fevereiro, mostraram os dados do BC.

Swaps – Segundo a autarquia, o dado foi afetado pela perda de R$ 31,3 bilhões nas operações com swap em março, a maior desde setembro de 2015, mês em que o País perdeu a classificação grau de investimento da agência de rating Standard & Poor´s. Incluindo os dados de abril até o dia 24, a perda com swaps neste ano já soma R$ 61,2 bilhões. (Reuters)

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