Finanças

Dólar abre semana com 2ª maior cotação à espera de ata

Dólar abre semana com 2ª maior cotação à espera de ata
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

São Paulo – O dólar começou a semana em alta e encerrou ontem na segunda maior cotação da história, com um combo de incertezas no plano doméstico mais uma vez impondo ao real o título de moeda com pior desempenho global na sessão.

O mercado segue desconfortável com o ambiente fiscal e operou em modo cautela na véspera de o Banco Central (BC) divulgar detalhes sobre a decisão da semana passada de aprofundar o corte de juros e sinalizar mais afrouxamento monetário.

O dólar à vista saltou 1,47%, a R$ 5,8242 na venda, atrás apenas do fechamento do último dia 7 (R$ 5,8399 na venda).

A pressão no câmbio fez o BC anunciar leilão de até 10 mil novos contratos de swap cambial tradicional já perto do fim da sessão no mercado à vista, com colocação do lote integral. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,30%, a R$ 5,8255.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O dólar subia contra boa parte de seus rivais ontem, com peso mexicano – um dos pares mais próximos do real – em queda de 1,3% no fim da tarde. Mas a moeda brasileira recorrentemente tem sofrido mais do que as de outros países emergentes, com investidores elegendo o risco em torno das contas públicas como o fiel da balança neste momento.

“Por mais que se pense que o real está fora de seu equilíbrio – com alguns falando que seria perto de 4,75 (reais por dólar) -, não dá para começar a ir contra o movimento de depreciação cambial sendo que você pode entrar em um cenário em que a visão sobre a dinâmica fiscal está longe de ser animadora”, disse Cleber Alessie, operador da Commcor DTVM.

Itaú – O Itaú Unibanco informou ontem ter piorado de 8,0% para 10,2% do PIB sua estimativa para déficit primário em 2020, para o equivalente a R$ 735 bilhões. O banco vê resultado nominal – que inclui os juros da dívida – negativo em 14,2% do PIB neste ano, ante déficit de 5,9% do PIB em 2019.

“O risco de deterioração fiscal maior, a contração mais intensa da atividade econômica e os juros mais baixos nos levaram a revisar o nosso cenário de taxa de câmbio”, disseram os economistas do Itaú na expressiva revisão de cenário divulgada ontem.

O banco passou a ver dólar em R$ 5,75 ao fim de 2020 e em R$ 4,50 ao fim de 2021. Antes, as projeções estavam em R$ 4,60 e R$ 4,15 respectivamente.

Analistas consultados pelo BC voltaram a reduzir a expectativa para a taxa básica de juros neste ano e passaram a prever contração econômica de mais de 4% em 2020.

O mercado comentou ainda na sessão de ontem ruídos em torno da possibilidade de o Senado votar na semana que vem aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre instituições financeiras, em um momento em que o governo aumenta gastos contra a pandemia. (Reuters)

Ibovespa fecha sessão em baixa

São Paulo – O Ibovespa terminou em queda ontem, acompanhando o menor apetite global por risco, com IRB desabando quase 15% em meio a uma investigação pelo órgão regulador da falta de recursos em reservas técnicas, enquanto BRF saltou após balanço.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 1,49%, a 79.064,60 pontos, após oscilar da mínima de 78.993,75 pontos à máxima de 80.722,75 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,4 bilhões. O recuo vem após o Ibovespa avançar quase 3% na sexta-feira.

No exterior, receios sobre uma segunda onda de contaminação pelo Covid-19 reduziram o apetite a risco, com muitas regiões começando a reduzir as restrições de circulação de pessoas e funcionamento de atividades econômicas.

Para a Elite Investimentos, as bolsas começaram a semana com preocupações de que o coronavírus ressurja em países como Coreia do Sul, “algo que prejudica os planos de reabertura econômica mesmo dos países que já passaram pelo pico da pandemia”.

Autoridades sul-coreanas relataram 35 infecções novas no país até a meia-noite de domingo, o segundo dia consecutivo de casos novos desta magnitude e o maior número em mais de um mês.

Na Alemanha, o Instituto Robert Koch para Controle de Doenças disse que o número de pessoas que cada doente infecta – taxa de transmissão – subiu a 1,1. Índice acima de 1 significa que o número de infecções está aumentando.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou praticamente estável.

Ata Copom – Da cena doméstica, o estrategista para pessoa física da Santander Corretora Renato Chanes destacou a divulgação da ata da última decisão do Copom hoje e avaliou que a frente política continuará no radar dos investidores.

Um dos principais holofotes é o esperado veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos servidores.

Analistas da Terra Investimentos também destacaram o desenrolar do depoimento do ex-ministro Sergio Moro na semana passada; “A agenda política segue carregada e gerando forte volatilidade na bolsa brasileira”, avaliam. (Reuters)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas