Dólar tem leve alta no Brasil em dia de busca global por segurança

São Paulo – O dólar à vista fechou a segunda-feira (26) em leve alta ante o real, ainda abaixo dos R$ 5,50, influenciado por um lado pelo exterior, onde houve certa procura por segurança após o aumento das tensões no Oriente Médio, e por outro pela perspectiva de que o Banco Central vá subir a taxa Selic em setembro.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,24%, cotado a R$ 5,49. Em agosto, porém, a divisa acumula baixa de 2,88%. Às 17h11. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,24%, a R$ 5,4930 na venda.
A sessão começou com os ativos ainda repercutindo as declarações de sexta-feira do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em defesa do início dos cortes de juros nos Estados Unidos, o que trazia um viés de baixa para as cotações do dólar.
Por outro lado, o aumento das tensões no Oriente Médio, após o Hezbollah lançar centenas de foguetes e drones contra Israel no domingo, trouxe cautela para os negócios em todo o mundo – ainda que as reações mais intensas tenham sido vistas nos preços internacionais do petróleo, que tiveram altas firmes.
A busca por ativos de maior segurança, como o dólar, fez as cotações da moeda norte-americana subirem ante a maior parte das divisas de emergentes. No Brasil, após registrar a cotação mínima de R$ 5,47 (-0,11%) às 9h34, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,51 (+0,64%) às 12h18.
No entanto, a moeda norte-americana não se sustentou acima dos 5,50 reais, retornando para perto da estabilidade.
Operador ouvido pela Reuters ponderou que a perspectiva de que o BC vá subir a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano, no próximo mês, ao mesmo tempo, em que o Fed iniciará o processo de corte de juros, têm segurado a taxa de câmbio.
Segundo ele, como o diferencial de juros se tornará mais favorável ao Brasil, permitindo a atração de investimentos e a queda das cotações, ficou “muito caro” para os investidores montar novas posições compradas (no sentido de alta do dólar).
O mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros) seguiu precificando nesta segunda-feira mais de 90% de probabilidade de o BC subir a Selic no mês que vem.
No exterior, em meio à busca por segurança, às 17h11 o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,23%, a 100,890. (Reportagem distribuída pela Reuters)
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