Finanças

Puxado pelos alimentos, IPCA sobe 0,27% em novembro na RMBH

Índice acumula uma alta de 4,22% neste ano e 4,96% nos últimos 12 meses
Puxado pelos alimentos, IPCA sobe 0,27% em novembro na RMBH
Entre os produtos que mais subiram em novembro estão a cebola (38,3%) e a batata-inglesa (17,7%) | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) perdeu força em novembro. No mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,27%. Apesar do incremento, a taxa ficou menor que a registrada em outubro, quando a inflação avançou 0,45%. Com o resultado de novembro, no ano, o IPCA da RMBH acumula alta de 4,22% e, nos últimos 12 meses, de 4,96%. O aumento da inflação ocorreu, principalmente, pelo encarecimento dos alimentos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em novembro, o IPCA na RMBH foi o oitavo menor resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas e ficou pouco abaixo do IPCA nacional. No Brasil, a inflação registrou alta de 0,28% no período e, no ano, já subiu 4,04%.

“A gente sabe que a meta do Banco Central é de uma alta no IPCA de 3,25% neste ano, com margem de 1,5% para cima ou para baixo. Assim, considerando o teto de 4,75%, hoje, na RMBH a gente tem valor pouco abaixo da meta. Ainda falta a variação de dezembro, mas, até o momento, estamos dentro da meta. Nos 11 primeiros meses de 2022, a inflação acumulada era de 3,89%”, explicou o coordenador da pesquisa, em Minas Gerais, Venâncio da Mata. 

Alimentos ficam mais caros e puxam alta do IPCA

Conforme os dados do IBGE, na RMBH, o preço de seis grupos, entre nove pesquisados, apresentou alta. O maior aumento foi no grupo de Alimentação e Bebidas, cuja alta chegou a 1,04%, afetando o índice geral em 0,22 ponto percentual (p.p.).

Entre os itens que promoveram o aumento estão a cebola, com elevação de 38,30% nos preços, a batata-inglesa (17,74%), a banana-prata (15,63%), a alface (11,77%), o arroz (3,19%) e a refeição (0,59%). Do lado das quedas, se destacaram a manga (19,16%), o mamão (13,10%) e o tomate (10,05%).

A elevação nos valores desses produtos pode ter sido provocada pelas altas temperaturas, que impactam na produção. “O preço dos alimentos está muito ligado à questão da oferta. As altas temperaturas podem ter influenciado nos produtos, reduzindo a produção. Assim, com a menor oferta, há aumento dos preços”, afirma o coordenador do IBGE.

Demais grupos

A inflação também foi impulsionada pelo aumento dos preços nos grupos de Habitação, com variação positiva de 0,15%, seguida pelo grupo de Transportes (0,08%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,11%), Despesas Pessoais (0,64%) e Educação, com incremento de 0,02%.

Em Transportes (0,08%), as passagens aéreas subiram 13,13%, provocando um impacto no índice de 0,08p.p., o maior resultado individual positivo. Ainda no grupo, foi destaque o aumento do emplacamento e licença (2,97%).

Os demais grupos tiveram variação negativa. Na RMBH, o grupo de Artigos de residência teve o preço reduzido em 1,06%. Neste grupo, os aparelhos eletroeletrônicos caíram 1,64%. Em novembro, o grupo Vestuário ficou 0,04% mais barato e o preço do grupo de Comunicação retraiu 0,52%. 

Acumulado do ano

A alta de 0,27% no IPCA de novembro elevou para 4,22% a inflação acumulada na Capital nos primeiros 11 meses de 2023. O resultado é o sexto maior entre as áreas de abrangência da pesquisa. 

Ao longo de 2023, conforme o IBGE, o grupo que apresentou a maior variação de preço foi o de Habitação, com alta de 8,78%. Entre os itens que compõem o grupo, a maior alta veio da energia elétrica residencial (28,05%). 

No mesmo período foi verificada alta de 6,94% em Transportes, puxada pelos itens transporte público (8,23%) e combustíveis (8,16%).

Já o grupo de Alimentação e Bebidas teve queda de 1,14%. A queda nos preços das carnes, 6,34%, contribuíram para o recuo. 

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