Santander registra alta de 6% na base de clientes de cartões

São Paulo – O presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, destacou a melhora no resultado do segmento de cartões do banco no segundo trimestre, sinalizando uma perspectiva positiva para o ano como um todo.
“Nós estamos bastante contentes como está evoluindo o nosso negócio de cartões. Crescemos na quantidade de clientes e no faturamento”, destacou em videoconferência sobre o balanço divulgado nesta quarta-feira (24), com lucro acima das previsões do mercado.
Em cartões, houve expansão de 6% na base de clientes ano a ano, enquanto o faturamento do crédito aumentou 16% no período de abril a junho frente ao mesmo intervalo de 2023. As receitas com cartões atingiram R$ 1,3 bilhão (+13,4%).
Leão lembrou que a operação com cartões diminuiu nos últimos dois anos, “algo consciente, não agradável de ver”, mas parte da repaginada do portfólio do banco.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O executivo destacou que o banco ainda está vendendo dois terços do pico de 2021, mas em um nível de conhecimento do cliente e gestão mais preciso e muito mais profundo do que há três anos.
“Isso tem uma potência importante já para esse ano e principalmente quando a gente olha para os próximos anos. É um negócio que a gente escolhe voltar a crescer, voltar a crescer com qualidade”, afirmou.
Devedores duvidosos
Ao falar sobre provisões para o próximo semestre, o diretor financeiro, Gustavo Alejo, afirmou que a tendência de provisão para devedores duvidosos (PDD) é positiva, com a carteira de crédito está crescendo onde o banco quer crescer e com as taxas da inadimplência em um bom patamar.
“Nós vamos continuar crescendo a carteira com essa qualidade de crédito que temos”, afirmou, explicando que a mudança na dinâmica de recuperação de crédito já está refletida na PDD, e não haverá surpresas.
“A tendência é essa, vamos crescer a carteira, a performance esta indo bem, e aonde tem algum ruído a gente ajusta muito rápido”, acrescentou o executivo.
No segundo trimestre, a carteira de crédito ampliada, que inclui operações estruturadas no mercado de capitais com risco de crédito, avais e fianças, atingiu R$ 665,592 bilhões, aumento de 7,8% ano a ano e de 1,8% na base trimestral.
O resultado de PDD gerencial recorrente totalizou R$ 5,896 bilhõess, uma redução de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 2,4% sobre o primeiro trimestre.
A inadimplência superior a 90 dias atingiu 3,2%, queda de 0,2 ponto percentual no ano e estável no trimestre.
No caso das pequenas e médias empresas (PMEs), houve aumento nesse índice para 4,7% (+0,5 p.p. no ano e +0,3 p.p. no trimestre), o que o banco atribuiu a efeitos pontuais da alteração do modelo de cobrança e estratégia de renegociação no início do ano.
De acordo com Alejo, a inadimplência de PMEs de 15 a 90 dias já mostra melhora, com o indicador tendo ficado em 4,3%, queda de 0,9 p.p. no ano e de 0,6 p.p. no trimestre. “No 15-90, nas novas safras, estamos vendo uma boa performance.”
O CEO do Santander não deu números ao responder a um analista sobre o retorno sobre patrimônio (ROE) à frente, mas disse que o banco quer consolidar o patamar dos “mid-teens” (em torno de 15% a 17%) e então buscar “mid to high teens” ao longo dos próximos trimestres.
“Não vou te dizer quantos trimestres, mas certamente são trimestres e não anos, se a gente demorar anos para bater ‘mid to high teens’, a gente está tendo desafios maiores”, afirmou.
Ouça a rádio de Minas