Diretora da Escola Americana de Belo Horizonte assume cargo no governo dos EUA

Após trabalhar 17 anos como head da Escola Americana de Belo Horizonte (EABH), a diretora Catarina Song Chen vai assumir, na próxima segunda-feira (11), o cargo de Especialista em Programas Educacionais (Strategic Partnership and Special Projects) no Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), em Washington, no Distrito de Columbia.
Catarina Chen é a primeira pessoa a assumir a vaga que, até então, não existia. Ela será responsável por criar e desenvolver projetos de inovação e educação para todas as 193 escolas internacionais vinculadas ao Departamento de Estado Americano, incluindo a própria EABH, e em outras 750 escolas não oficiais, que também recebem apoio do governo americano.
“Pretendo continuar a fazer nelas o que eu fiz por aqui, potencializar as escolas mantendo o nível americano de excelência na aprendizagem. Fazer muitas parcerias estratégicas e inovar cada vez mais. O mundo, a educação, a política mudaram muito e é preciso que as escolas acompanhem esta transformação”, conta Catarina Chen em entrevista ao Diário do Comércio, um dia antes de embarcar para os EUA.
Ela conta que o convite veio em função de todo o trabalho desempenhado na Escola Americana de Belo Horizonte. “Não éramos reconhecidos, possuíamos cerca de 100 a 150 alunos por ano. Hoje, temos mais de 500 e uma fila de espera. Conseguimos colocar a Escola Americana de Belo Horizonte no mapa do mundo e alcançar a consolidação na educação internacional”, diz.
“Tenho muito orgulho de ter deixado este legado na educação internacional em Minas Gerais. Sinto-me uma mineira honorária por isso”, brinca a diretora, que é cidadã americana, nascida em Seul, na Coreia do Sul, e criada em Assunção, no Paraguai, onde também estudou em uma escola internacional.
Ela é também bacharel em Filosofia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mestre em Administração Educacional pela Pepperdine University na California, bolsista do The Klingenstein Center, Teacher’s College da Columbia University em Nova York, e está matriculada no Programa de Gestão Avançada (AMP) da Universidade da Pensilvânia, The Wharton School, na Filadélfia.
Desempenho dos alunos chama a atenção
Além do crescimento e do reconhecimento, o desempenho dos alunos nas universidades internacionais é outro fator que tem chamado atenção não só do governo americano, responsável pelas escolas, mas das famílias. Os estudantes são de cerca de 20 nacionalidades diferentes.
Só no ano passado, mais de 200 alunos (cerca de 37% do total), foram aprovados em universidades internacionais, incluindo as mais renomadas como a Ivy Leagues nos EUA. As aprovações deram aos alunos mais de US$ 3,5 milhões em ofertas de bolsas de estudo.
Segundo Catarina, as Escolas Americanas apoiadas pelo governo americano têm como função assistir às famílias estrangeiras de forma diplomática, de forma que elas não se sintam abandonadas em qualquer parte do mundo.
“Estudantes nativos podem estudar, mas originalmente o objetivo foi atender o americano que estava fora do seu país. Hoje, o intuito é dar assistência para qualquer família estrangeira que esteja fora do seu país de origem”, explica.
Escola Americana de BH se tornou “hub de excelência“
Um dos principais motivos que levaram Catarina Chen a ser convidada a completar o time de gestores do Governo Americano responsáveis pelas escolas pelo mundo foi a transformação que ela proporcionou ao longo das quase duas décadas em Belo Horizonte, tornando-a um “hub de excelência”, como define.
Além da melhora no desempenho dos alunos, a escola é a única em Minas Gerais a oferecer três diplomas no ensino médio para seus estudantes: o brasileiro, o americano e o Advanced Placement (AP) Capstone Diploma Program, que conta com uma grade curricular mais abrangente e com disciplinas mais contextualizadas com o mundo globalizado, e é aceito nas universidades do Japão e da Europa, por exemplo.
“O que fazemos é dar um ‘plus’ na educação oferecida, contextualizando-a com os temas atuais e os dilemas que vivemos”, comenta Catarina Chen.
A Escola Americana de Belo Horizonte é ainda a primeira escola em Minas Gerais e a segunda escola em todo o Brasil a oferecer o IB Primary Years Programme (PYP) e o IB Middle Years Programme (MYP), o que faz com que ela seja oficialmente reconhecida como uma Escola Mundial do International Baccalaureate (IB).
Ou seja, a instituição conta com programas que fornecem uma metodologia educacional com padrões internacionais, formando estudantes capazes de pensar de forma independente, de conduzir seu próprio aprendizado, e de interagir com as pessoas em um mundo cada vez mais globalizado e em rápida mudança. O reconhecimento é dado pela organização internacional de mesmo nome: International Baccalaureate.
Kerry Timmerman assume como novo diretor em BH
Com a saída de Catarina Chen, Kerry Timmerman assume o cargo de diretor da Escola Americana de Belo Horizonte. Com mais de 20 anos de experiência em educação, ele traz a expertise internacional e nacional de quem já atuou como diretor em várias escolas, desde pequenas e médias escolas internacionais no Reino Unido, China e Emirados Árabes Unidos até grandes escolas nos Estados Unidos.
Há mais de dois anos na EABH, como vice-diretor, Timmerman é o nome natural da linha sucessória para assumir e continuar a aprimorar a trajetória de crescimento e evolução da escola, de acordo com a instituição.
Ouça a rádio de Minas