Conheça o perfil global do fraudador corporativo; homens são maioria
Quando o assunto são fraudes corporativas, os homens são os principais responsáveis pelos crimes. É o que revela a pesquisa feita pela KPMG, empresa do ramo de auditoria e consultoria empresarial. De acordo com o estudo, 81% dos casos têm pessoas do sexo masculino como autores de atitudes fraudulentas. Além disso, eles têm entre 36 e 55 anos, estão na organização há mais de seis anos e ocupam diferentes níveis hierárquicos.
Realizado nos últimos cinco anos, o Perfil do Fraudador Global analisou 256 casos de fraudes investigadas pela área forense KPMG em todo o mundo, com 669 fraudadores.
Veja quais são os principais tipos de crimes
- apropriação indevida de ativos (52%);
- documentação falsificada (29%);
- roubo (24%).
A pesquisa ainda apontou que os departamentos mais afetados são de operações (32%), finanças (25%) e compras (23%). Em relação aos valores, em 78% dos casos, foram inferiores a US$ 200 mil.
Também chamou a atenção o fato dos autores dos atos serem descritos como respeitados pelos colegas, extrovertidos e amigáveis, sem queixas óbvias. Em sua maioria, a motivação para as fraudes acontece pela busca por ganhos financeiros e oportunismo.
“A pesquisa apontou que o fraudador típico costuma ser alguém de quem você não suspeitaria – altamente respeitado, com longa experiência e aparentemente leal. Isso destaca a importância da vigilância e de controles internos robustos”, ressaltou o sócio-líder da prática forense e de litígios da KPMG no Brasil e colíder na América do Sul, Emerson Melo.
Fatores que facilitaram as fraudes em corporações
O levantamento mostra os controles internos fracos como principal facilitador das fraudes, respondendo por 76% dos casos. Já a detecção dos incidentes ocorreu, principalmente, por meio de denúncias (formais e informais), representando 45% dos casos. A autoridade ilimitada foi fortemente correlacionada às ocorrências de alto valor.
A pesquisa também apontou que 55% das fraudes envolveram colaboração, principalmente, de funcionários internos. O incidente cibernético foi uma minoria (5%), mas ameaças emergentes como inteligência artificial e criptomoedas tem ganhado destaque. Em 46% dos casos, as fraudes foram cometidas sem o uso de tecnologia e apenas 13% não poderiam ter ocorrido sem ela.
“À medida que as organizações navegam pelas complexidades da fraude corporativa, elas precisam tomar medidas proativas para fortalecer suas defesas. Isso inclui adaptar-se às mudanças tecnológicas, promover uma cultura ética, aprimorar os mecanismos de detecção, entre outros”, conclui a sócia da prática forense e de litígios da KPMG no Brasil, Carolina Paulino.
Colaborador
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