Abertura de empresas supera extinções

A abertura de empresas em Minas Gerais segue apresentando resultados positivos. No encerramento do primeiro quadrimestre de 2023, o Estado registrou um saldo positivo de 57.452 novas empresas, mostrando que foram abertos mais negócios do que extintos.
De acordo com os dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), no acumulado de janeiro a abril, os empresários mineiros constituíram 140.471 novas empresas, volume que supera em 9,79% a abertura em igual período do ano anterior. No mesmo período, as extinções somaram 83.019, um aumento de 48,74%.
O resultado positivo se deve ao melhor ambiente de negócios no Estado, com a desburocratização dos processos para abertura de novas empresas.
De acordo com a assistente de dados do Sebrae Minas, Bárbara Pimenta, as datas comemorativas também contribuem para que empresários abram novos negócios.
“As datas comemorativas movimentam os setores de serviços e comércio e, isso, acaba estimulando a abertura”.
Conforme a Jucemg, nos primeiros quatro meses do ano, foram feitas 362.353 alterações. Ao todo, foram 585.843 processos recebidos dos 853 municípios mineiros.
Somente em abril, foram constituídas 30.958 empresas no Estado, ante 30.774 em abril de 2022, variação positiva de 0,6%. Quanto ao encerramento, foram 18.261 processos, volume 41,09% superior aos 12.943 registrados em igual mês do ano passado. No período, foram analisados 115.704 processos, provenientes de 853 municípios.
Analisando os dados estaduais referentes às constituições no acumulado de 2023 até abril, onde foi verificada alta de 9,79% e um total de 140.471 novos negócios, a maior parte das aberturas foi na na modalidade Empresário individual, com 115.965 empresas constituídas. Em seguida veio a Sociedade Empresarial Ltda, com 24.341; outros tipos, 87; Sociedade Anônima, 57; e cooperativas, com 21 novas aberturas.
Belo Horizonte liderou o ranking de criação de novos negócios. Ao todo, no primeiro quadrimestre, foram constituídas 25.225 empresas, contra as 23.345 registradas em igual intervalo de 2022. O resultado foi um aumento de 8,05% no número de novas empresas na Capital.
Assim como em Minas Gerais, a maior parte das novas empresas constituídas em Belo Horizonte foi na modalidade Empresário Individual, com a abertura de 18.531 negócios.
Em Uberlândia, segundo município em constituições, foram 7.567 novos negócios, superando em 9,12% as 6.934 empresas abertas entre janeiro e abril do ano passado.
Também apresentaram aberturas significativas os municípios de Contagem, com 5.773 constituições; Juiz de Fora, com 4.448; Betim, com 3.517; e Montes Claros, com 3.418 constituições.
Extinções
Durante o primeiro quadrimestre, também foi verificado aumento no número de empresas extintas em Minas Gerais. Ao todo, foram 83.019 encerramentos, uma alta de 48,7% frente a igual intervalo de 2022.
Considerando apenas abril, quando foram extintas 18.261, o aumento foi de 41,09% frente a abril de 2022, quando foram encerradas 12.943 empresas no Estado.
A maior parte das unidades que encerraram atividade é da modalidade Empresário Individual, com 72.533 extinções, seguido pela Sociedade Empresarial Ltda, com baixa de 10.426.
Belo Horizonte concentrou a maior parte dos fechamentos. Foram 15.381 encerramentos, sendo a grande maioria de Empresários Individuais, 12.568, seguido por Sociedade Empresarial Ltda com 2.778 extinções. Em seguida, veio Uberlândia, com 4.374 finalizações; Contagem, com 3.417; Juiz de Fora, com 2.663; e Montes Claros, com 2.259.
A assistente de dados do Sebrae Minas Bárbara Pimenta explica que vários fatores contribuem para que o índice de encerramento de empresa seja maior que o de aberturas.
Entre eles, estão a maior cautela dos empresários em relação aos negócios e ao mercado e também a melhoria do mercado de trabalho, o que faz com que empresários, principalmente, os individuais, migrem.
“Os empresários, principalmente os pequenos, ainda estão otimistas, mas a cautela vem aumentando. O índice de confiança caiu de 110 pontos em janeiro para atuais 104. Isso mostra um maior receio, o que impacta na decisão de manter e investir na empresa e também em abrir um novo negócio”.
Outro ponto que desestimula são os juros elevados e a inflação persistente.
“A taxa de juros elevada afeta na decisão de abertura porque o empresário se encontra em um ambiente de dificuldade de crédito e, quando esse crédito é acessado, está mais caro. Toda essa conjuntura gera uma desconfiança do potencial empreendedor e receio para quem já tem uma empresa”.
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