Decisão sobre tragédia de Mariana é um marco na busca por justiça, dizem prefeitos do Rio Doce
O Consórcio Público de Defesa e Revitalização do Rio Doce (Coridoce), fórum de prefeitos que representa os interesses dos municípios diretamente impactados pela tragédia de Mariana, classificou a decisão da Alta Corte de Londres, que julgou a BHP como culpada pelo rompimento da barragem de Fundão, após dez anos do desastre, como um marco significativo na busca por justiça para as comunidades atingidas.
“Reconhecemos a coragem e a resiliência de todos os municípios que, desde o início, acreditaram na possibilidade de reparação”, destacou, em nota.
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O fórum de prefeitos da Bacia do Rio Doce disse ainda ser imparcial e estar comprometido em defender os interesses dos municípios, tanto aqueles que aderiram à repactuação no Brasil, assinada há pouco mais de um ano, quanto os que buscam justiça na Inglaterra.
“Continuaremos acompanhando de perto os desdobramentos do caso, com foco na busca por uma resolução justa e célere para as comunidades afetadas”, enfatizou.
Entenda o caso
O Tribunal Superior de Justiça de Londres condenou a BHP, acionista da Samarco, pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão afirma que o risco de colapso era previsível e que houve imprudência ao elevar a estrutura mesmo diante de sinais claros de saturação, infiltrações e fissuras. O valor das indenizações ainda não foi divulgado.
O processo seguirá na Justiça britânica com nova audiência prevista para o primeiro semestre de 2027, quando serão avaliados os danos. As indenizações individuais devem ser definidas apenas em 2028. A tragédia completou dez anos em outubro e deixou 19 mortos, além de contaminar rios e atingir diversos municípios ao longo do Vale do Rio Doce.
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