Legislação

Golpes por meio do Pix no País devem superar R$ 3,7 bilhões até 2027

Estudo aponta que, apesar da evolução da tecnologia, usuários ainda enfrentam muitos riscos de fraudes nas transações digitais
Golpes por meio do Pix no País devem superar R$ 3,7 bilhões até 2027
O usuário do Pix pode ser vítima de clonagem e de perfil falso de WhatsApp, entre outros golpes mais comuns | Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

Brasília – Mais de R$ 3,7 bilhões é o valor que criminosos devem lucrar até 2027 com golpes via Pix. O montante foi estimado e divulgado pelo Relatório de Fraude Scamscope, desenvolvido pela ACI Worldwide em parceria com a GlobalData. E mostra que apesar da evolução da tecnologia, ainda há um longo caminho a percorrer para aumentar a segurança do usuário. 

Segundo o advogado especialista em direito bancário, Luís Guilherme Martins Lima, os golpes mais comuns com Pix e outras transações digitais são clonagem de Whatsapp, perfis falsos no Whatsapp, falsos funcionários de bancos e QR codes adulterados. 

“Na clonagem de Whatsapp, o golpista finge ser de uma empresa e pede o código de segurança. Se a pessoa não tiver acionado a segurança em duas etapas, o criminoso rouba o perfil dela, depois o golpista pede dinheiro aos contatos da vítima por Whatsapp. É muito difícil recuperar esse dinheiro, porque a pessoa transferiu voluntariamente, mesmo que enganada”, esclarece o advogado.

Outro golpe muito comum que envolve o Pix é o do perfil falso no Whatsapp. Neste caso, o criminoso cria um perfil falso usando a foto da vítima, entra em contato com os amigos e parentes dela, diz que mudou de número e pede dinheiro de forma urgente pelo Pix.

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Há também a figura do falso funcionário de banco. Neste caso, o golpista se passa por um funcionário de banco e pede para a vítima fazer uma transferência ou passar informações. Já com o QR Code adulterado, o criminoso troca códigos de doações em lives por um código que direcione o dinheiro para o golpista.

O advogado Luís Guilherme Lima dá algumas orientações para evitar cair em golpes. “Sempre verifique quem é o remetente dos e-mails e evite clicar em links suspeitos. Não clique em links para cadastrar a chave Pix que chegam por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou SMS, faça isso só em canais oficiais dos bancos, como aplicativos de internet banking. Nunca compartilhe o código de verificação que você recebe ao cadastrar a chave Pix. Confirme sempre com amigos ou parentes, por ligações, se realmente foram eles que pediram dinheiro antes de fazer a transferência”, recomenda.

Além disso, é necessário manter a autenticação de dois fatores ativada e evitar informações sensíveis por telefone ou mensagem, alerta o especialista.

Providências

Para a vítima de um golpe, a primeira coisa a fazer é bloquear seus cartões de crédito e débito, carteiras digitais e outros serviços financeiros que possam estar comprometidos. “Depois, avise ao banco sobre a sua situação para que eles monitorem qualquer atividade suspeita e, se possível, revertam as transações” , indica o advogado.

Além disso, é importante trocar todas as senhas que possam ter sido comprometidas de e-mail, redes sociais e contas bancárias.

Em seguida, a vítima deve fazer um boletim de ocorrência e avisar seus amigos e familiares, já que os golpistas, em poder das suas informações podem tentar fazer golpes com pessoas próximas. 

Além disso, é importante procurar um advogado, de preferência especialista em direito do consumidor ou direito bancário, para que ele possa orientar como proceder legalmente para tentar recuperar os valores perdidos e proteger os direitos da vítima.

Reportagem distribuída pela Brasil 61

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