Lula comenta possível ligação de filho com fraude no INSS
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que, caso seu filho estiver envolvido nas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ele será investigado. Ele foi questionado sobre possíveis ligações de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, com o “Careca do INSS”, que é um dos principais alvos de investigação da PF que apura fraudes nos descontos associativos do INSS.
“Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso será investigado. Se tiver o [ministro da Fazenda Fernando] Haddad vai ser investigado, o [ministro-chefe da Casa Civil] Rui Costa com essa seriedade vai ser investigado”, afirmou.
“Não é possível admitir em País que milhões de aposentados ganham salário mínimo alguém tentando expropriar dinheiro de aposentado com promessas falsas. O que eu posso dizer é que naquilo que depender da Presidência da República tudo será feito para que a gente dê lição para esse País”, continuou.
O escândalo do INSS foi uma das principais crises do governo neste ano, e levou Lula a demitir Carlos Lupi do Ministério da Previdência.
A ação também prendeu o secretário-executivo do ministério, Adroaldo da Cunha Portal, que já foi assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA). Ele ficará preso preventivamente em regime domiciliar.
Exoneração
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, comunicou que determinou a exoneração de Adroaldo após a operação. O procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva, atual consultor jurídico do ministério, assumirá a função de secretário-executivo.
A assessoria da pasta também afirmou que o órgão e o INSS “permanecerão contribuindo ativamente com as investigações e atuando para recuperar os recursos desviados por esse esquema que começou no governo anterior, mas foi interrompido neste governo”.
Acusado de ser um dos operadores do esquema, Antunes declarou à CPI do INSS que foi a um churrasco de costela na casa do senador, quando teria falado com ele sobre a regulação da venda de derivados de cannabis – ou seja, uma atividade de representação empresarial sem ligação com descontos em aposentadorias. Weverton também é o relator da sabatina de Jorge Messias, indicado de Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado.
A aprovação de Messias para o cargo depende da avaliação dos senadores, e a figura de Weverton era relevante para a articulação do governo na sabatina.
O senador foi uma ponte de Lula com o Congresso neste caso, uma vez que a relação com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP) estava estremecida com a indicação do advogado. A opção de Alcolumbre, com apoio de outros parlamentares, era Rodrigo Pacheco (PSD-MG), descartado por Lula.
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