Minas Gerais registra abertura de 23,4 mil empresas no trimestre

A abertura de empresas em Minas Gerais cresceu 5,94% ao longo do primeiro trimestre de 2024 frente a igual período do ano anterior. Conforme dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), foram 23.444 empresas constituídas no Estado. No período também houve alta de 16,7% no fechamento de empresas, já que foram 15.534 unidades encerradas ao longo dos três primeiros meses do ano. Dessa forma, o Estado encerrou o acumulado de janeiro a março com saldo positivo de 7.910 negócios, mostrando que foram abertos mais negócios do que extintos.
Conforme os dados da Jucemg, considerando apenas o mês de março, foram 7.933 novas constituições, volume 6,09% menor que o registrado em igual época do ano passado. Já as extinções somaram 5.348, indicando incremento de 6,07% frente a março de 2023.
Dentre as cidades, Belo Horizonte seguiu como o município com maior número de empresas abertas entre janeiro e março deste ano. Ao todo, segundo a Jucemg, foram 6.286 novos negócios no primeiro trimestre. Somente em março, houve a criação de 2.134 negócios na Capital.
Logo em seguida, se destacaram, no acumulado do ano, os municípios de Uberlândia, com a constituição de 1.439 empresas, Contagem (766), Juiz de Fora (608), Uberaba (487), Montes Claros (484), Betim (373) e Divinópolis (332).
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Desburocratização e crescimento econômico facilitam abertura de empresas em Minas Gerais
O economista e mestre em Estatística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Guilherme Almeida, explica que são vários os fatores que estão favorecendo a abertura de novos negócios em Minas Gerais.
“Em Minas Gerais há uma composição de fatores que vêm contribuindo para o crescimento da abertura de novas empresas. O primeiro ponto é o ambiente macroeconômico, que está positivo. A dinâmica do Estado está bem favorável para a atividade econômica”, diz.
Ainda segundo Almeida, o crescimento de 3,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado em 2023, resultado divulgado em março, também é muito importante para o ambiente de negócios. “O crescimento do PIB sinaliza a geração de riqueza nos diversos setores econômicos em Minas Gerais. Então, quanto mais aquecida a atividade econômica, mais predisposição das pessoas em constituírem novos negócios, a tirar os projetos da gaveta e a expandir as operações. Tudo isso contribui para o surgimento de novas empresas e até mesmo de ampliação”, completa.
Almeida também explica que o processo de desburocratização do Estado é fundamental para a criação de novas empresas. “A desburocratização promovida desde o primeiro mandato do governador Romeu Zema (Novo), que tem como mote ser amigo do empreendedor, faz com que o empresários tenham mais facilidade para constituírem os negócios, expandir e até mesmo encerrar as empresas, já que antes o processo era muito burocrático”, explica.
Aberturas por atividade econômica
Conforme os dados da Jucemg, dentre as atividades econômicas, o setor de serviços concentrou o maior número de aberturas de novos negócios no Estado. Ao todo, no trimestre, houve a criação de 16.965 novos empreendimentos, gerando alta de 6,29% frente o mesmo período de 2023.
Em seguida, apareceu o comércio. Ao todo, 5.309 novos negócios foram criados em Minas, superando em 4,49% os 5.081 observados no primeiro trimestre de 2023.
Por fim, no setor industrial, que registrou o maior índice de crescimento nas aberturas, houve a constituição de 1.170 novos empreendimentos entre janeiro e março, crescimento de 7,44% na mesma base de comparação.
Estado assume 2ª posição em número de CNPJs
Minas Gerais ultrapassou o Rio de Janeiro em número de Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJ) e agora ocupa a segunda posição entre as Unidades Federativas com maiores números de empresas ativas no Brasil. Os dados são BigDataCorp, líder em análise de dados na América Latina, e indicam ainda que o Brasil ultrapassou a marca de mais de 60 milhões de registros ao longo da história do País.
O estado de São Paulo continua a ser o epicentro dos negócios, com 30,9% das empresas ativas. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 10,42%, e o Rio de Janeiro em terceiro, com 8,4%. Os números demonstram a expansão do empreendedorismo para além das fronteiras tradicionais.
Atualmente, 36,35% desses registros estão ativos, indicando um mercado dinâmico, onde novas empresas nascem e outras se despedem, mantendo o ecossistema empresarial em constante renovação. A maioria das empresas ativas são Matrizes, com 94,50%, e apenas 5,50% são Filiais. Os dados são de abril de 2024.
As Micro Empresas (ME) representam 77,9% do mercado, e a maioria são empresas individuais (MEIs), que somam 75,62%. Tirando os MEIs, a maioria das empresas tem dois sócios. Isso destaca a importância dos pequenos empreendedores para a economia nacional. O capital social declarado pelas empresas ativas soma um total de R$ 21 trilhões. Esse número representa o investimento dos empreendedores na economia do País, na forma do dinheiro investido para começar os negócios. Se olharmos para todos os 60 milhões de CNPJs, incluindo as empresas que já encerraram as suas atividades, esse número sobe para quase R$ 185 trilhões.
Para o CEO da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, a marca de 60 milhões de CNPJs reflete a energia e a capacidade de inovação do empreendedor brasileiro. “Cada CNPJ é uma semente plantada que pode florescer em um negócio próspero, contribuindo para a economia e a sociedade. É essencial reconhecermos a diversidade e a resiliência do nosso mercado“, comenta o executivo.
A idade média das empresas ativas é de 8 anos, com uma taxa de mortalidade que aumenta nos primeiros anos de atividade. Cerca de 77,9% das empresas encerram suas operações antes de completar 4 anos, e menos de 1% chegam a completar 10 anos de vida. Esses números ressaltam a importância de políticas de apoio ao empreendedorismo, especialmente as que estão voltadas para quem está iniciando a sua jornada.
O setor empresarial brasileiro é caracterizado por uma grande diversidade de atividades, com o comércio varejista de artigos do vestuário liderando com 7,73% dos CNPJs ativos.
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