Samarco reitera que não faz parte da ação no Reino Unido sobre o desastre de Mariana
Após a Justiça britânica decidir que a BHP foi responsável pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ocorrida há dez anos, a Samarco, joint venture da empresa anglo-australiana com a Vale, reiterou que não é parte da ação dos atingidos no Reino Unido.
A mineradora também mencionou que, desde 2015, foram destinados R$ 70,6 bilhões para as ações de reparação e compensação, dos quais R$ 33,8 bilhões foram pagos em 777,4 mil acordos de indenização individual. E reforçou o compromisso com o acordo firmado no Brasil e homologado em novembro de 2024 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Para a Samarco, o acordo assinado pela BHP e Vale no País, que prevê o pagamento de R$ 170 bilhões, sendo R$ 132 bilhões de novos recursos, representa um avanço significativo por trazer clareza, segurança jurídica, efetividade e definitividade na reparação.
“No novo Acordo do Rio Doce, todos os signatários estão amparados e resguardados pela soberania da justiça nacional que garante a execução do acordo e a fiscalização do cumprimento das responsabilidades de cada parte”, afirmou a empresa, em nota.
Entenda o caso
O Tribunal Superior de Justiça de Londres condenou a BHP, acionista da Samarco, pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG). A decisão afirma que o risco de colapso era previsível e que houve imprudência ao elevar a estrutura mesmo diante de sinais claros de saturação, infiltrações e fissuras. O valor das indenizações ainda não foi divulgado.
O processo seguirá na Justiça britânica com nova audiência prevista para o primeiro semestre de 2027, quando serão avaliados os danos. As indenizações individuais devem ser definidas apenas em 2028. A tragédia completou dez anos em outubro e deixou 19 mortos, além de contaminar rios e atingir diversos municípios ao longo do Vale do Rio Doce.
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