Legislação

Uso de aposentadorias em apostas poderá ser proibido

Ministério da Previdência Social estuda uma alternativa legal para coibir que os benefícios sociais do INSS sejam canalizados para jogos digitais
Uso de aposentadorias em apostas poderá ser proibido
Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil

Rio de Janeiro – O Ministério da Previdência Social pode proibir o uso de aposentadorias e pensões em sites de apostas esportivas, as bets. De acordo com o ministro Carlos Lupi, uma alternativa legal ainda está sendo estudada e ele espera colocá-la em prática “o mais rápido possível”: ”O benefício da Previdência é para a subsistência da pessoa. O desafio da gente é que a gente não pode intervir no dinheiro privado. Mas como os pagamentos têm subsídio do governo, a nossa equipe jurídica está estudando a proibição baseada nisso, de que tem dinheiro do Tesouro e dinheiro público não foi feito para entrar no jogo”, argumentou. 

Lupi fez uma palestra no Instituto dos Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, na sexta-feira (29) e chegou a classificar o mercado das bets como um “sistema mafioso”. Em entrevista ao final do evento, também foi enfático: “Eu não quero ser arbitrário, nem autoritário. Eu entendo que é o dinheiro do cidadão, mas eu entendo também que não é para isso que existe aposentadoria e pensão. É para garantir o sistema de sobrevivência da pessoa. E jogo, em nenhuma parte do mundo, é sistema de sobrevivência “.

O ministro argumentou que a medida seria semelhante à proibição do uso dos benefícios assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Lupi acrescentou  que os bancos têm mecanismo para evitar que os clientes consigam fazer transferências para os sites de aposta:  “O banco separa todos os pagamentos. Se você pega seu extrato está lá: mercado, compras, luz. Se proibir, o próprio sistema consegue coibir isso”, avalia.

Carlos Lupi
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, considera o mercado de apostas esportivas virtuais como um “sistema mafioso” | Crédito: Bruno Peres / Agência Brasil

De acordo com Lupi, a equipe jurídica do Ministério da Previdência Social está avaliando se a proibição pode ser feita diretamente pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), via portaria, ou se precisa ser avaliada pelo Conselho Nacional da Previdência Social.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Reportagem distribuída pela Agência Brasil

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas