Despertar das lideranças é caminho para transformação
A Nova Economia exige um novo tipo de liderança. Sim, é fundamental que sejamos excelentes tecnicamente. Percebo que, sobretudo, é fundamental que compreendamos que o desenvolvimento sustentável não é agenda paralela, mas fundamento estratégico para a competitividade, para a inovação e para o futuro de qualquer território.
Essa consciência não nasce apenas da teoria, mas do exemplo vivo de países e cidades que decidiram alinhar propósito, técnica e ação. E os resultados são inquestionáveis.
Um dos maiores casos globais vem da Nova Zelândia, que incorporou métricas de bem-estar – incluindo participação comunitária e voluntariado, em sua estratégia econômica nacional. O país expandiu sua produtividade em índices superiores à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e gerou ganhos sociais expressivos.
Essa integração entre propósito e eficiência mostra algo simples e profundo: lideranças conscientes transformam realidades em qualquer tipo de território e valorizam o engajamento técnico e cívico. Isso faz com que crescem mais rápido e com mais resiliência.
Os dados globais reforçam a urgência de sermos líderes conscientes todos os dias. Quando olhamos para os países com maior participação voluntária, o relatório How’s Life da OCDE mostra que eles também que os líderes em inovação, produtividade e capital social são aqueles que desenvolvem o voluntariado técnico estruturado pelo desenvolvimento econômico mais acelerado.
É por isso que encontros como o Fórum Internacional do Voluntariado Transformador, realizado em Belo Horizonte e apoiado pelo Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global e Diário do Comércio, são tão decisivos. Eles despertam nas lideranças a consciência de que voluntariado não é assistencialismo. É estratégia. Uma ferramenta concreta para destravar gargalos estruturais, acelerar políticas públicas, fortalecer negócios e construir cidades mais inteligentes, humanas e preparadas para os desafios climáticos e sociais.
Em Minas Gerais, temos um ecossistema vibrante de técnicos, empreendedores, gestores públicos, inovadores e lideranças comunitárias que já demonstram, todos os dias, a força da mobilização mineira. Mas agora precisamos reforçar o passo do voluntariado pela economia. Para isso precisamos que nossas lideranças – empresariais, públicas, acadêmicas e sociais – assumam ainda mais e plenamente o papel transformador que a Nova Economia nos exige.
Isso significa criar ambientes institucionais que valorizem o voluntariado técnico; estimular a doação de competências estratégicas; abrir espaços nos conselhos, nas empresas, nos projetos urbanos; e reconhecer que o desenvolvimento sustentável é uma construção coletiva, não um slogan.
Se países inteiros avançam incorporando o voluntariado como vetor estratégico, estou segura que Minas Gerais pode liderar esse movimento no Brasil. Temos capital humano, conhecimento técnico, visão de futuro e, sobretudo, uma cultura de solidariedade que é marca da nossa identidade.
É hora de assumirmos, juntos, a responsabilidade e a oportunidade de construir um desenvolvimento que gere prosperidade, inclusão e impacto global. As portas estão abertas. Liderar conscientemente é um dos maiores ativos para os negócios contemporâneos.
Leia a a reportagem: Fórum internacional vai debater a importância do voluntariado em Belo Horizonte
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