Movimento Minas 2032

ODS nos negócios da favela: País precisa enxergar

Dados revelam que as comunidades brasileiras movimentam mais de R$ 202 bilhões por ano e é um PIB invisibilizado
ODS nos negócios da favela: País precisa enxergar
Foto: Reprodução / Adobe Stock

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU ainda não são claros e menos ainda palpáveis para grande parte da população. Os debates acerca do tema muitas vezes estão restritos aos ambientes acadêmicos, organismos multilaterais ou grandes corporações. Contudo, a realidade mostra que parte expressiva da economia brasileira – aquela que pulsa nas favelas – já pratica, instintivamente, soluções que caminham em direção a esses objetivos, muitas vezes sem sequer nomeá-los.

Dados do IBGE revelam que as favelas brasileiras concentram mais de 17,1 milhões de pessoas, movimentando, segundo levantamento da Data Favela (2023), mais de R$ 202 bilhões por ano. É um PIB invisibilizado, mas robusto. E mais: 56% dos empreendedores de favelas afirmam que abriram seus negócios não apenas por necessidade, mas para gerar impacto positivo na própria comunidade.
Acompanho de perto a consolidação da Expo Favela Minas Gerais como força para a economia e para o reconhecimento do valor, até mesmo em sustentabilidade, dos empreendimentos desenvolvidos na periferia do Estado.

Negócios que promovem a inclusão, a educação inclusiva, reaproveitando resíduos para fazer arte e reduzir a insegurança alimentar, muito comuns no perfil dos negócios de moradores de comunidades, demonstraram, na prática, o alinhamento com metas como trabalho decente e crescimento econômico (ODS 8), redução das desigualdades (ODS 10) e consumo e produção responsáveis (ODS 12). Isso sem falar nas parcerias celebradas frente aos imensos desafios (ODS 17).

Acredito que as periferias já operam com modelos de negócios que combinam sustentabilidade ambiental, inclusão social e geração de renda. E não por modismo, mas por necessidade, resiliência e vocação.

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Defendo que o setor produtivo tradicional deve se aproximar ainda mais dos negócios periféricos, da agenda ESG verdadeira, dos movimentos do Pacto Global e das metas da ONU pelo mundo.

Leia a reportagem: Periferia movimenta economia sustentável em Minas Gerais

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