Proteger infância e juventude é investir no futuro

A adultização, tão falada nas últimas semanas, é mais que uma questão cultural ou familiar. Ela impacta diretamente o cumprimento das metas da Agenda 2030 da ONU e, consequentemente, a economia sustentável que deve prezar por pessoas.
A internet foi palco de mais de 1,3 milhão de violações de direitos de crianças e adolescentes em 2023, revelam os dados do Relatório Luz. Esses números, que devem ser maiores já que nem toda violação é denunciada, evidenciam a urgência de ações coordenadas para proteger aqueles menores de 18 anos no Brasil.
Cultivar gerações saudáveis que podem se desenvolver a seu tempo é ativo para o desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Todos devem estar cientes de suas responsabilidades e entendo que o setor empresarial desempenha um papel crucial nesse contexto.
Empresas de qualquer natureza e porte devem adotar políticas e campanhas internas de sensibilização aos funcionários e clientes. Já aquelas de tecnologia, publicidade e entretenimento têm a responsabilidade de adotar práticas que respeitem a infância, com a implementação de políticas de design seguro, restrição de monetização de perfis infantis e promoção de conteúdos que respeitem o desenvolvimento saudável desse público. E também o investimento em projetos por meio de leis de incentivo que favoreçam a educação midiática e favoreça o alcance das metas de proteção são muito desejáveis.
Além disso, é fundamental que os negócios estejam verdadeiramente engajados em ações educativas, promovendo a alfabetização midiática e digital, e apoiem políticas públicas que visem à proteção integral. A colaboração entre governo, sociedade civil, Terceiro Setor e setor privado é essencial para reverter o quadro atual e garantir que as futuras gerações possam viver uma infância plena e protegida.
A adultização infantil é um desafio que exige a ação de todos. Empresários, é hora de assumir a responsabilidade e contribuir para a construção de um futuro mais justo e seguro para nossas crianças e adolescentes. Essa é uma missão de todos.
Leia a reportagem: Mau desempenho de cumprimento de metas dos ODS
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