E-commerce aproxima empreendedor do cliente

As oportunidades no e-commerce podem ser muitas para o empreendedor, sendo possível, conforme o especialista em varejo e mercado de consumo do Sebrae Minas, Victor Mota, vender praticamente qualquer coisa na internet. “O e-commerce serve para aproximar negócio e cliente”, observa.
Embora pareça simples, ele ressalta que o processo de venda on-line exige cuidados especiais, sendo necessária dedicação para que os produtos e serviços se destaquem em meio a uma concorrência muito acirrada.
“É importante que o empreendedor que pretende atuar com vendas on-line entenda que, geralmente, as margens de vendas pela internet são menores que as do varejo físico”, observa.
Mota ressalta que atuar neste segmento envolve maior investimento em publicidade (impulsionamento). Dessa forma, o e-commerce exige uma maior atenção para as estratégias comerciais com o objetivo de fazer com que operação seja lucrativa.
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O especialista do Sebrae Minas explica que alguns produtos se destacam em volume comercializado no mercado on-line, como os ligados a tecnologia, que é o caso dos smartphones, notebooks, eletrônicos e eletrodomésticos, além dos livros e artigos da moda (roupas e acessórios).
Ele acrescenta que há espaço para todos os segmentos no e-commerce, independente do tipo de produto ou serviço que é vendido e que não existe um melhor canal para todos os negócios. “Cada empresa deverá decidir qual o melhor canal de venda de acordo com a sua estratégia”, observa.
Em alta
O desejo de ingressar neste mercado pode ser explicado pelos números do setor. O lucro no e-commerce brasileiro no ano passado, por exemplo, chegou a R$ 262,7 bilhões, crescimento de 24% no número de clientes que fizeram compras on-line, de acordo com recente estudo divulgado pela NielsenIQEbit.
Na primeira metade de 2023, o e-commerce no País registrou a movimentação de R$ 80,4 bilhões. As vendas tiveram um avanço de 2% no faturamento, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) mostra que a presença das empresas varejistas aumentou no meio digital. Enquanto em 2022, 55,2% das empresas entrevistadas estavam on-line, este ano, o percentual aumentou, chegando a 56,7%.
A pesquisa Perfil do MEI em Minas 2023, do Sebrae Minas, também mostra a importância da presença virtual para os negócios, já que 50% dos microempreendedores individuais (MEIs) usam a internet para divulgar produtos e serviços. A utilização para atender clientes e responder dúvidas também foi mencionado por 47% dos MEIs entrevistados. O uso da internet para as vendas on-line tiveram 21% das menções.
Cuidados
O especialista do Sebrae Minas recomenda que o empreendedor tenha cuidado com as fotos, bem como com o título dos anúncios on-line e que faça uma boa descrição dos produtos. Além disso, ele lembra que o atendimento aos clientes para sanar possíveis duvidas não deve ser deixado de lado.
E há ainda as etapas de separação, preparação e envio dos produtos vendidos e também o recebimento e conferência dos itens devolvidos. No universo virtual dos negócios é necessário ter ferramentas que deem segurança ao processo, como os gateways de pagamentos, que previnem as fraudes e integradores de gestão, que facilitam a gestão de toda a operação.
Mota ressalta que o Sebrae Minas disponibiliza uma gama de soluções para auxiliar quem vende ou pretende vender on-line. As soluções vão desde artigos e e-books sobre os principais fatores na operação de um e-commerce a consultorias para criação de sites e estruturação das redes sociais, além de parcerias com os principais marketplaces para auxiliar os e-shoppers a serem competitivos vendendo nessas plataformas.

que realizo, diz Rafaela Alcantara | Crédito: Divulgação/Sotilé
Pandemia estimulou atuação on-line
Após atuar por mais de 20 anos com venda em loja física, em Belo Horizonte, Rafaela Alcantara começou a vender de forma on-line durante a pandemia. “Hoje, eu só vendo pelas redes sociais, principalmente, pelo Instagram e WhatsApp, além das lives de vendas”, conta a empreendedora, formada em relações públicas.
Ela conta que chegou a ter duas lojas físicas em duas áreas, sendo uma no segmento de presentes e chocolates e outra de pijamas, lingerie e roupas femininas, ambas localizadas na avenida Silva Lobo, na região Oeste da Capital. “Hoje eu continuo com os pijamas e roupas femininas on-line. Eu procuro ter um mix de produtos. Também faço lives de vendas para a minha loja e também para outros empreendedores”, diz a proprietária da Sotilé.
Em busca de qualidade de vida, a empreendedora mora atualmente em Florestal, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e continua atendendo a clientela da capital mineira, responsável por fatia considerável das vendas.
Ela contou que tentou ter um site em 2013, só que a experiência não deu certo. A empreendedora voltou a investir em novo site anos depois, de 2019 até 2020. Entretanto, os custos mais elevados do site e as vendas mais expressivas nas lives fizeram a Rafaela Alcantara direcionar os negócios para as redes sociais.
Rafaela Alcantara explica que não basta postar o produto na rede social, é necessário ter um bom atendimento. “É importante conversar com o cliente”, aconselha. Outro requisito importante é a credibilidade, assegurada pela expertise de mais de 20 anos de mercado. “O cliente precisa confiar que o produto será entregue”, diz.
Além de contar com os Correios e um motoboy para fazer as entregas, Rafaela Alcantara vem para Belo Horizonte uma vez na semana para fazer as entregas na Capital e região.
Ela diz que em 2018 decidiu fazer o curso de Marketing Digital do Sebrae Minas e que já fez vários outros e continua participando de várias capacitações para se manter atualizada em um mercado em constante mudança.

Agilidade
A proprietária da loja feminina Virtut, Cláudia Amarante, também passou a vender pela internet durante a pandemia, o que foi um desafio, já que era uma modalidade de comercialização que ela não dominava. “Foi quando a gente decidiu procurar ajuda de um consultor de marketing”, afirma a empresária que gosta de moda e chegou a ter uma confecção.
A empreendedora afirma que um dos desafios da comercialização pela internet é a agilidade, seja no atendimento bem como na entrega. “Hoje nós vendemos pelo Instagram e estamos colocando no ar um site”, diz.
Além das vendas on-line, a conta no Instagram também traz clientes para a loja física que está no mercado desde 2005, localizada no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte.
Produtos campeões de vendas na internet
- Notebooks;
- Smartphones;
- Livros;
- Consoles e Vídeo Games;
- Acessórios de moda;
- Eletrodomésticos;
- Fones de ouvido bluetooth;
- Acessórios para celular.
Fonte: Mercado Livre
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