Anglo American e Codelco fecham acordo de US$ 5 bi em minas de cobre no Chile

A Anglo American e a estatal chilena Codelco finalizaram um acordo para operar conjuntamente suas minas de cobre vizinhas no país, em um negócio que visa gerar pelo menos US$ 5 bilhões com o aumento da produção e a redução de custos, informaram as empresas nesta terça-feira.
O plano reunirá certas operações na mina Andina, da Codelco, e na mina Los Bronces, da Anglo American, nas montanhas dos Andes, na região central do Chile, aumentando a produção em 120.000 toneladas métricas de cobre por ano e reduzindo os custos em cerca de 15% por tonelada.
No ano passado, Los Bronces produziu 172.000 toneladas de cobre, enquanto Andina produziu 182.000 toneladas, em um total de cerca de 350.000 toneladas.
A Anglo e a Codelco pretendem acrescentar 2,7 milhões de toneladas à produção em um período de 21 anos. O valor adicional antes dos impostos, que deve chegar a pelo menos US$ 5 bilhões, será dividido igualmente entre a Codelco e a unidade local da Anglo, a Anglo American Sur.
- Leia também: Anglo American e Teck Resources anunciam fusão, na maior operação do setor de mineração da década
O presidente do conselho da Codelco, Máximo Pacheco, disse a repórteres que a empresa buscava uma associação entre Andina e Los Bronces há décadas.
O esquema acordado, que segue um acordo inicial de fevereiro, possibilitará um programa de mineração conjunta que poderá gerar nova produção já em 2030.
“Sem grandes investimentos, os geólogos concordam com a melhor maneira de extrair o minério – não mais separadamente de cada depósito, mas tratando esses dois depósitos como um único”, disse Pacheco após uma reunião com o presidente chileno, Gabriel Boric, e o presidente-executivo da Anglo, Duncan Wanblad.
“Isso representa uma mudança no paradigma de como a mineração é feita, uma mineração que pode ser realizada de forma colaborativa”, disse Pacheco.
Analistas já haviam observado que a maior capacidade de processamento da Anglo em Los Bronces poderia ser um benefício para a Andina.
A Codelco e a Anglo manterão a propriedade de seus respectivos ativos, ao mesmo tempo em que formarão uma empresa de propriedade conjunta para supervisionar a execução. Em seguida, as empresas precisarão nomear executivos e membros do conselho, obter aprovações regulatórias e preparar solicitações de licenças ambientais.
Nos últimos anos, tanto a Los Bronces quanto a Andina enfrentaram a resistência dos ambientalistas em relação aos possíveis impactos no abastecimento de água local e em uma geleira próxima.
As empresas afirmaram que cumprirão as exigências ambientais existentes.
(Conteúdo distribuído por Reuters)
Ouça a rádio de Minas