Brava Escola de Circo transforma arte circense em oportunidade de negócio

A aula de circo vai muito além de um simples entretenimento. Ela é um verdadeiro mergulho na autodescoberta, onde cada movimento desafia os limites do corpo e da mente. A cada salto, a força se revela; a cada giro, o equilíbrio e a flexibilidade se entrelaçam como em uma dança mágica. Mas o circo é mais do que isso: é um convite à coragem, ao superar medos e inseguranças, enquanto a autoconfiança cresce a cada novo desafio vencido.
E não para por aí! As acrobacias unem as pessoas, criando laços de equipe e colaboração, onde o sucesso de um depende do apoio do outro. Para crianças, jovens e adultos, é uma jornada transformadora, que traz à tona o lúdico, o divertido e, ao mesmo tempo, o desafiador, deixando marcas profundas de crescimento pessoal e artístico.
Em Belo Horizonte, há cinco anos, um jovem casal, movido por sonhos e paixão, decidiu apostar no encantador universo das artes circenses. Foi assim que nasceu a Brava Escola de Circo, um projeto que reflete o amor por essa arte mágica. Com aulas que são uma verdadeira mistura de desafio, diversão e superação, a Brava cresceu e, hoje, acolhe 100 alunos que compartilham desse mesmo fascínio. Mas o sonho vai além: o desejo é dobrar o número de alunos, levando a paixão pelo circo ao maior número possível de pessoas.
Localizada no bairro Santa Lúcia, a Brava oferece muito mais que aulas; ela oferece experiências. Com cursos livres e uma pré-formação em artes circenses, o próximo passo é alçar voos ainda maiores, transformando essa casa de arte em um espaço de formação profissional, onde futuros artistas poderão se lançar ao mundo, cheios de talento e brilho no olhar.
Conforme a diretora, uma das fundadoras e professora da Brava Escola de Circo, Maíra Cesarino, a escola nasceu há cinco anos, fruto do empreendedorismo dela e do marido, Pedro Sartori do Vale, que também é diretor, fundador e professor da Brava. Os dois já atuavam na área, inclusive, Sartori, que também é acrobata, atuava na Europa, compondo equipes artísticas circenses.
“Nos conhecemos, casamos e decidimos abrir a escola de circo, porque queríamos estabelecer uma base aqui. Inicialmente, éramos só nós dois. Com o tempo, fomos crescendo e, hoje, a Brava conta com uma equipe de oito profissionais”.
Ainda segundo Maíra Cesarino, as aulas na Brava Escola de Circo são voltadas tanto para crianças, que podem ingressar a partir de 5 anos, como para adultos. Além de ser uma atividade física, a aula de circo também contribui para o conhecimento do corpo e estimula, inclusive, a superar desafios.
“As crianças gostam do ritmo das aulas, elas têm o desejo de subir, pendurar, rolar e as aulas trabalham com estes exercícios básicos, que são correr, girar, pendurar, aterrizar e também trabalha as acrobacias de solo e aéreas. Os alunos desenvolvem a percepção corporal. Muitas crianças chegam na escola com pouca confiança em saltar e, ao longo das aulas, se desenvolvem com as técnicas e equipamentos adequados que favorecem o pular”.
As aulas são estimulantes e os alunos aprendem diversos exercícios. As aulas de circo trabalham duas modalidades: acrobacias de solo e aéreas. “Para as crianças, primeiro trabalhamos a movimentação no chão, depois a área. A acrobacia de solo é a base para qualquer outra acrobacia de base circense”.
Curso de pré-formação é a mais nova aposta da escola belo-horizontina
Recentemente, a Brava Escola de Circo passou a ministrar o curso de pré-formação em artes do circo, que conta com 15 alunos. O curso é gratuito para os estudantes e fomentado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte).

“Nosso desejo sempre foi oferecer na Brava um curso de formação para os artistas de circo. Hoje, oferecemos a pré-formação, mas já temos um projeto aprovado pela Lei Rouanet para dar sequência. Para iniciar o curso de formação, ainda precisamos captar os recursos junto a empresários que destinam parte de seus impostos para o fomento da cultura”.
Entretanto, a falta de incentivo público para a arte prejudica o acesso a essas atividades. A ausência de políticas culturais e investimentos limita a criação de espaços adequados para a prática, a formação de novos profissionais e a realização de eventos que valorizem a prática.
A carência de apoio também dificulta a democratização do circo, restringindo seu alcance a poucas regiões e impedindo que ele se consolide como uma opção de cultura e educação acessível. Sem incentivos, essa rica tradição artística corre o risco de se perder, privando as futuras gerações dos inúmeros benefícios que ela oferece.
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