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Atlético Mineiro apresenta balanço de 2021 e plano para redução de dívida

Segunda edição do Galo Business Day trouxe à tona aumento da dívida no ano anterior, mas metas promissoras para o clube
Atlético Mineiro apresenta balanço de 2021 e plano para redução de dívida
Crédito: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético

Na quinta-feira (05), o clube Atlético Mineiro promoveu a segunda edição do evento Galo Business Day. A reunião entre dirigentes, com a  presença do presidente Sérgio Coelho, do diretor da comunicação, André Lamounier, do CEO da Arena MRV, Bruno Muzzi, e de um dos conselheiros, Rafael Menin, ocorreu on-line, com transmissão da sede de Lourdes, e teve o intuito de discutir pontos estabelecidos para a evolução do clube a partir de parâmetros do ano passado. 

Nesta edição de 2022,  foram apresentadas a contabilização das metas alcançadas e as perspectivas para o ano que vem quanto à infraestrutura, finanças, redes sociais, time masculino e feminino e o crescimento do nome da marca no Brasil e internacionalmente.

De acordo com o presidente do clube, houve aumento de 50% do balanço financeiro na comparação de 2021 com o ano de 2020.

Com respeito às despesas, o Atlético Mineiro cravou que a folha de pagamento dos jogadores do time principal, desde o ano anterior, é bem diversa, tendo atletas com salários de R$ 10 mil a R$ 1,3 milhão mensais — sendo estes os atacantes Felipe Felício e Hulk, respectivamente. Em contrapartida aos gastos, o clube registrou alta da receita por bilheterias em relação ao exercício de 2020, recebendo um total de R$ 38,5 milhões no ano.

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Desse montante, R$ 7,1 milhões foram arrecadados somente no jogo do dia 5 de dezembro, contra o Red Bull Bragantino na arena do Mineirão.

Apesar dos lucros no ano de 2021, o endividamento atual do Atlético, segundo o diretor financeiro Paulo Braz, já é de R$ 1,18 bilhão no acumulado do ano de 2022, e está em atividade devido às necessidades de montar um bom elenco para as partidas.

O não pagamento de impostos, os empréstimos feitos pelas famílias Menin e Guimarães e a somatória dos juros também são partes cruciais para a soma da dívida, que apresentou um aumento de 6,32%, aproximadamente, em comparação entre os exercícios de 2020 e 2021.

Hoje, o clube sofre com uma cobrança de R$ 500 mil de juros por dia útil — quase R$ 90 milhões por ano —,  mas tem o objetivo de atingir a diminuição da endividamento total para R$ 341 milhões até 2026.

Para continuar com a atenuação do que deve, o presidente Sérgio Coelho admitiu que o time, apesar da negação com respeito à venda de patrimônio, terá sim que vender sua parte do shopping Diamond Mall, “para pagar as dívidas onerosas à bancos, fornecedores e empresários”.

São R$ 77 milhões que já estão pagos com a propriedade do clube, mais R$ 51 milhões que nós renegociamos. Tínhamos mudado um pouco o nosso resultado, a nossa dívida. Mas é inevitável, precisamos vender o Diamond.”, afirmou o presidente. 

Os R$ 80 milhões que eles poderiam conseguir com a venda de seus 49,9% do shopping poderiam significar a negociação de 4 ou 5 atletas “nível Hulk’, segundo Menin, ou sanar uma parte das dívidas.

Em sua fala, Menin complementa o que Coelho disse sobre seus lucros com o Diamond, que não chegam a R$ 10 milhões por ano, o que indica que a melhor ideia seria mesmo vender a parte do imóvel.

Ainda assim, foram apresentados diversos pontos em que o clube melhorou em relação ao ano anterior, mas quanto ao endividamento, o presidente disse que irá discutir com o Conselho e, principalmente, sobre a venda do Diamond, que ainda precisa de mais definições.

Voltando aos números positivos, ainda conforme Sérgio Coelho e Paulo Braz, o número de vendas de camisetas autografadas e a quantidade de negociações e empréstimos de atletas tiveram um ótimo crescimento, além de trazer lucro de R$ 130 milhões. 

Entretanto, apesar da notícia e da gerência de Sérgio Coelho, como o endividamento se estende, os bons números acabam escondidos. 

Mesmo com os percalços, o clube tem boas expectativas para o ano de 2022, como a melhoria dos times em campo, o lançamento da GaloTV+ — streaming do próprio clube —, crescimento em relação às redes sociais, oferta de uma boa experiência para os torcedores nos jogos do Atlético e com a Arena MRV e a continuidade dos atos de filantropia, os favoritos do presidente, segundo o mesmo. 

*Estagiária sob supervisão do editor Will Araújo

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