Aumentam as vendas de imóveis na RMBH
As vendas de imóveis residenciais na Capital e em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, (RMBH) cresceram 1,6% de janeiro a maio deste ano em relação aos mesmos meses de 2017. Nesta comparação, o número de unidades habitacionais lançadas deu um salto de 216,7%. Os dados são do levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon/MG). De acordo com o levantamento, foram vendidas 1.120 unidades residenciais novas em Belo Horizonte e Nova Lima no acumulado até maio deste ano contra 1.102 imóveis no mesmo intervalo de 2017, com crescimento de 1,6%. Em igual confronto, o número de unidades lançadas somou 909 sobre 287, um salto de 216,7%. Para o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon/MG, José Francisco Cançado, o aumento das vendas reflete uma tendência histórica do setor. “No mercado imobiliário acontece este fenômeno: muitas vezes são lançadas poucas unidades novas que, junto com o estoque, não atendem aos desejos do comprador. Assim, as vendas diminuem. Por outro lado, quando o mercado se anima e lança mais imóveis novos, as vendas tendem a aumentar porque o novo estoque atende ao comprador”, explicou. De acordo com Cançado, o segundo semestre do ano passado foi um período de expectativas positivas em relação à economia nacional, que entrou em uma fase de inflação e juros mais baixos, o que estimulou as construtoras a tocar projetos para lançar imóveis novos no mercado. Isso aconteceu de janeiro a maio deste ano, e, por isso, o crescimento consistente no número de unidades lançadas em Belo Horizonte e Nova Lima (909). Por outro lado, o vice-presidente do Sinduscon/MG não acredita que os crescimentos apurados até maio irão perdurar até o final deste ano. “Tivemos esse elevado volume de lançamento, que impactou positivamente nas vendas, mas o horizonte está turbulento. Em maio, a greve dos caminhoneiros contaminou a economia de maneira negativa e agora temos o período eleitoral. Tudo isso cria certo temor sobre a economia. Vimos que as vendas aceleraram do final de 2017 para o começo deste ano, mas de agora para frente isso não deve acontecer”, afirmou. Ainda de acordo com a pesquisa, a velocidade de vendas, que representa o dinamismo das vendas em relação à oferta, alcançou 5,4% de janeiro a maio, índice melhor do que os 4,7% apurados nos mesmos meses do ano passado. O índice de disponibilidade atual sobre a oferta inicial alcançou 18,6%, o que, para o Sinduscon/MG, demonstra o baixo patamar do estoque de imóveis novos em Belo Horizonte e Nova Lima. O estoque de unidades habitacionais chegou a 3.785 até maio deste ano, 393 unidades a menos do que o estoque do setor ao final de maio de 2017 (4.178 unidades). “Acredito que o estoque não deve cair abaixo disso porque as empresas irão repor este estoque, que é muito baixo para o patamar histórico de 6 mil unidades que o setor trabalha”, pontuou. Preços – Com o estoque em queda, o preço médio das unidades residenciais novas, de janeiro a maio, cresceu 2,5%, enquanto a inflação oficial do País nos cinco primeiros meses deste ano – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – chegou a 1,33%. Portanto, o preço de apartamentos cresceu, em termos reais, 1,2%. Em maio o preço médio por m² de unidades residenciais ficou praticamente estável em relação ao mês anterior. Enquanto em abril o preço médio por m² correspondeu a R$ 8.073,00, em maio foi de R$ 8.068,00 (queda de 0,06%). Do tal das 3.785 unidades que estão disponíveis para vendas, 1.328 (35,1% do total) são do padrão médio, com faixa de valor de R$ 400 mil a R$ 700 mil. E o preço dos imóveis pode aumentar ainda mais. É que o novo Plano Diretor de Belo Horizonte, em fase de análise na Câmara Municipal, estabelece um novo imposto para a construção: a outorga onerosa. “Esperamos que a proposta seja analisada com atenção porque se passar do jeito que o texto foi proposto, os custos de construção vão aumentar e isso significa imóveis mais caros”, disse Cançado.
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