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Camil Alimentos vê sinergia e deseja ampliar relação com o Estado

Com recentes aquisições em Minas Gerais, a multinacional também está investindo em comunicação e participações em eventos
Camil Alimentos vê sinergia e deseja ampliar relação com o Estado
Crédito: Divulgação/Camil

Nos últimos anos, a Camil Alimentos tem diversificado seu portfólio com aquisições estratégicas de marcas tradicionais e consolidadas sendo, algumas delas, empresas mineiras. Em 2021, a multinacional brasileira, que iniciou sua trajetória no mercado nacional de arroz em 1963, adquiriu a Café Bom Dia e entrou para o segmento de massas com a aquisição da Santa Amália. A sinergia com o Estado foi tão grande que a companhia deseja ampliar essa relação.

Embora não revele planos, por ser uma empresa de capital aberto, a Camil Alimentos enxerga um alto potencial em Minas Gerais, que poderá ser alvo de futuros investimentos. Intensificar a presença das marcas e estender a participação no Estado estão sob mira. Atualmente, além das fábricas da Santa Amália, em Machado, e a do Café Bom Dia, em Varginha, ambas na região Sul de Minas, a companhia possui um centro de distribuição (CD) em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

“Como a nossa intenção é, de fato, expandir não só essas duas categorias (massas e café) para as quais já temos fábricas, mas também levar o restante do portfólio, é óbvio que há um estudo real da região para futuros investimentos. Não temos nada ainda muito firme, mas temos estudos, com certeza, para, inclusive, alavancar mais a nossa participação em Minas”, afirmou a gerente de Marketing da Camil Alimentos, Juliana Conti, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO.

Conforme Juliana Conti, a multinacional começou sua história de seis décadas focada em São Paulo com a venda de grãos e posteriormente foi se desenvolvendo pelo País. A compra da marca de açúcar União, com forte presença no estado paulista, mas também no Rio de Janeiro, é um exemplo desse crescimento. De acordo com ela, porém, Minas Gerais ainda era uma terra pouco explorada, o que resultou na decisão de realizar as aquisições das marcas de massas e café.

Com essa visão de expandir por meio de incorporações e diversificação de portfólio, a empresa também está crescendo fora do Brasil. Em 2022, por exemplo, o volume de vendas internacionais subiu 12,2% em comparação a 2021. Segundo a gerente de Marketing, os investimentos no exterior não vão parar. Conforme ela, a Camil Alimentos, que atua hoje no Uruguai, Chile, Peru e Equador com marcas relevantes e líderes de mercado, tem foco de expansão na América do Sul.

Há um estudo real da região, revela a gerente Juliana Conti | Crédito: Divulgação/Camil Alimentos

Participação no Festival Fartura e investimentos em comunicação

Neste fim de semana, a marca de grãos da multinacional, estará presente no 26º Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Além de ser a patrocinadora oficial do evento, a empresa convidou a chef Carol Fadel para conduzir duas aulas ao vivo, proporcionando aos participantes uma experiência imersiva cultural e gastronômica relacionadas ao arroz e feijão. Ela contará com o apoio do chef Lucas Canalis, da Casa do Sabor, o laboratório experimental de culinária da Camil.

A participação no Festival Fartura fortalece ainda mais a presença da empresa em Minas Gerais e sua relação com os mineiros. Nessa perspectiva, a gerente de Marketing destaca que a companhia iniciou um plano robusto de investimentos em comunicação no Estado. A multinacional está estampando a marca de grãos em outdoors, propagandas de televisão, entre outros meios, e voltou a investir na divulgação dos produtos da Santa Amália, algo que não vinha acontecendo em 2023.

Resultados da Camil Alimentos e desafios

As recentes aquisições de fábricas mineiras, além da compra da marca de biscoitos Mabel, foram importantes para que a Camil Alimentos alcançasse um faturamento recorde de R$ 12 bilhões em 2022. Neste ano, porém, os resultados não vêm sendo tão favoráveis. No balanço do primeiro trimestre, a empresa reportou um lucro líquido 33,9% inferior ao do mesmo período do exercício anterior e um Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 18,8% menor.

Juliana Conti explica que a complexidade do cenário macroeconômico do País, com um aumento do endividamento familiar, perda do poder aquisitivo do consumidor e taxas de desemprego ainda elevadas, impacta diretamente sobre os negócios da empresa. De acordo com ela, tem sido trimestres um tanto quanto difíceis, por todo esse contexto da economia e do que está acontecendo com o ‘bolso’ da população, que está tendo que fazer escolhas na hora das compras.

“Nós temos marcas líderes de mercado, então não são marcas de tanto apelo de preço. Isso também faz com que a gente sofra mais nesses momentos de ‘bolso curto’, em que o consumidor tem que fazer escolhas que, por vezes, passam por opções de marca. Por isso, a nossa construção em comunicação, em especial, para as nossas principais marcas, se faz tão relevante”, disse.

“Em um momento tão difícil, como eu convenço o consumidor de que levar o arroz da Camil será melhor do que levar o produto de qualquer outro concorrente que, às vezes, tem até um foco maior em preço, mas com uma qualidade inferior? Isso vai um pouco em linha do porquê participar de eventos como o Festival Fartura e se reaproximar de fato do consumidor”, concluiu.

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