Capacitação profissional é alicerce para iniciar negócios

Aposentada desde dezembro de 2019, Valéria Azalim não queria ficar parada. Filha de artesã, a profissional já tinha como hobby a produção de velas aromáticas e decidiu se capacitar para comercializá-las. 

Com a pandemia, Valéria Azalim se aprofundou no assunto e a partir disso surgiu a ideia de criar infoprodutos: um curso de capacitação para mulheres que queiram aprender a arte da produção de velas, além de ebooks e conteúdos nas redes sociais. Ao mesmo tempo, se capacitou em marketing digital com o objetivo de ajudar a promover o curso na internet.

No final de 2022, profissionalizou a filmagem das aulas e lançou, em janeiro deste ano, o seu principal produto digital. Com menos de três meses, segundo ela, os resultados já surpreenderam, tanto em repercussão quanto no número de novos alunos. 

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A profissional, que atualmente é responsável por todos os processos da empresa, desde marketing, contato com fornecedores e identidade visual, cita a educação financeira como um divisor de águas para os bons resultados.

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“O curso de investimentos abriu muito a minha mente. Para começarmos um negócio a gente tem que ter um planejamento muito certinho. E, mesmo assim, a gente ainda vai aprendendo durante o percurso”, declarou.

Com as essências de perfumes das velas, a empreendedora idealizou recentemente seu segundo negócio: uma perfumaria que conta com velas aromáticas, home spray, sabonetes, e perfumes. Os resultados, segundo ela, seguem o caminho do curso, com boas vendas e excelentes feedbacks dos clientes.

Geração 50+ vive momentos de complexidades e oportunidades

O aumento da expectativa de vida no País é uma realidade que deve ser constantemente analisada. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a expectativa de vida do brasileiro atingiu os 76,2 anos em 2023 e pode chegar a 88,2 até 2100.

Para Fábio R. Dallazem, consultor estrategista, palestrante sobre diversidade etária e criador do movimento “Brasil sem Etarismo”, os dados revelam uma realidade global e, com isso, surgem novas demandas, desafios e oportunidades para a geração 50+. “À medida que as expectativas de vida aumentam, é crucial compreender os obstáculos enfrentados por essa faixa etária e as maneiras como eles podem superá-los para contribuir de forma significativa para a economia”, afirma.

Segundo Dallazem, o constante avanço tecnológico está entre os principais desafios que precisam ser superados através da intensificação de ações em educação financeira. A falta de familiaridade com novas tecnologias podem tornar desafiadoras as oportunidades de modernização do trabalho ou adoção de ferramentas digitais.

Além do desafio tecnológico, Dallazem destaca outras possíveis adversidades que precisam ser enfrentadas como estigmas e preconceitos etários, escassez de recursos da aposentadoria e maior dificuldade no acesso a financiamentos, o que pode inclusive impedir futuros empreendedores de iniciarem o próprio negócio.

Por outro lado, a experiência, resiliência e sabedoria dos seniores certamente são qualidades que se destacam em relação às outras faixas etárias e merecem ser valorizadas. Dallazem argumenta que, apesar da disposição em se desenvolver profissionalmente e aprender novas habilidades, o que marca de fato os profissionais 50+ é a busca por significado no trabalho, focando em oportunidades que lhes permitam crescer, contribuir e se conectar com a sociedade.

“A geração 50+ muitas vezes busca manter-se relevante e ativa. Encontrar um trabalho que esteja alinhado com seus interesses e paixões permite que esses profissionais continuem contribuindo de maneira significativa, proporcionando um senso contínuo de relevância.”  

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