Clube de leitura ganha mercado no País

Os hábitos de leitura dos brasileiros estão mudando e, segundo mostra a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil feita em 2016, gostar muito de ler é uma característica das crianças menores, enquanto adolescentes e adultos declararam em maior proporção que gostam pouco de ler. De 2011 para 2015, o número de leitores cresceu 6% no País e um terço deles declarou que teve influência de alguém na formação do seu gosto pela leitura, principalmente da mãe ou outra responsável do sexo feminino. Estes dados também podem explicar o crescimento do principal clube de assinaturas de livros infantis do Brasil, o Leiturinha, que após quatro anos desde a sua criação, já está presente em 5.100 cidades brasileiras e atinge atualmente a marca de 120 mil assinantes. Com planos mensais de assinaturas de livros selecionados por uma curadoria que inclui pedagogos e psicólogos, o serviço personalizado de direcionar os livros de acordo com as idades das crianças das respectivas famílias é um dos grandes atrativos. O assinante escolhe se quer receber um livro ou dois livros por mês, com valores de R$ 39,90 ou R$ 59,90 fora o frete. Os kits ainda vêm com algumas surpresas para os pequenos e algumas edições especiais tratam de assuntos como autismo e deficiência. Considerando o número de assinantes e os valores médios dos planos, por mês, o clube Leiturinha movimenta cerca de R$ 6 milhões. Além disso, gera 300 empregos diretos. “Isso fora os empregos indiretos que não conseguimos mensurar. Por exemplo, em um mês que as surpresas dos kits foram almofadinhas, ficamos sabendo que a fábrica que realizou essa produção precisou contratar dezenas de costureiras para dar conta da demanda. É uma forma também de estimular a indústria onde nós estamos”, conta o CEO da Leiturinha, Rodolfo Reis. Segundo ele, a ideia de fundar um clube de assinaturas de livros infantis partiu das experiências pessoais dos sócios. “Primeiro, a Leiturinha nasceu como um hobby pra gente. Eu e os sócios tivemos filhos na mesma época e com idades parecidas e, quando conversávamos, percebemos que o que mais gostávamos de fazer com os nossos filhos era ler para eles, estar perto deles. Daí, juntando a dificuldade de nós, enquanto pais, escolhermos os melhores e mais adequados livros para eles, e a comodidade que um clube de assinaturas traz de fazer essa triagem e entregar os livros em casa, vimos que isso poderia se tornar um negócio”, relata. E o negócio deu tão certo que os sócios, que já eram empreendedores, precisaram priorizar 100% o novo negócio que já se desenhava a partir dali. Reis credita o sucesso do Leiturinha à triagem dos produtos. “Há um trabalho muito forte da nossa criação de conteúdo, não é só venda de livros, há muita coisa por trás disso, é uma experiência. Há uma curadoria que se preocupa em criar este conteúdo, mostrando a importância da leitura desde quando o bebê está na barriga da mãe, escutando a voz dela, e depois na primeira infância e na fase de alfabetização. Além disso, os kits também vêm com uma surpresa todo mês, um brinquedo educativo, por exemplo, para tornar o momento mais agradável”, conta. Produtos – Os kits vêm com livros baseados nos aspectos que devem ser estimulados em cada fase do desenvolvimento do jovem leitor até os dez anos de idade. São títulos selecionados pelos especialistas, que também escrevem uma carta pedagógica junto aos livros com dicas de como contar a história e as orientações sobre as áreas de desenvolvimento exploradas. O assinante pode escolher o plano Uni, que consiste em um livro por mês, ou o plano Duni, que além de dois livros por mês, também libera o acesso ao aplicativo Leiturinha Digital, com quase 1.500 títulos para diferentes idades e mais de 300 vídeos de contação de histórias. Plataforma – Desde 2016, o Clube Leiturinha integra a plataforma PlayKids, que atua no ramo de conteúdo educativo para as famílias e está presente no mundo todo. Outro produto da plataforma é o PlayKids Explorer, semelhante ao Leiturinha, é um clube de assinaturas de atividades educativas.