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Com novas apostas tecnológicas, Bioclin prevê crescimento de até 15% em 2025

Prestes a fechar 2024 com faturamento de R$ 150 milhões em vendas, empresa fabrica o único teste disponível mundialmente para o diagnóstico da hanseníase
Com novas apostas tecnológicas, Bioclin prevê crescimento de até 15% em 2025
Quibasa-Bioclin projeta crescer até 15% em faturamento em 2025. Crédito: Divulgação Bioclin

A Quibasa-Bioclin, indústria mineira de kits de diagnósticos para laboratórios de análises clínicas, deve fechar 2024 com faturamento na ordem de R$ 150 milhões e projeções de superar este montante em até 15% no próximo ano.

Fundada quase no final da década de 1970, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, a empresa que é associada à Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida (ANBIOTEC Brasil) é um exemplo de sucesso da união entre empreendedorismo e conhecimento científico.

As operações começaram em um modesto espaço de 120 metros quadrados, com apenas 10 colaboradores e 17 produtos. Hoje a companhia tem uma equipe de mais de 300 funcionários.

“Trabalhamos em todos os segmentos da área de diagnóstico, bioquímica, hematologia, imunologia, testes rápidos, biologia molecular… Somos considerados uma das maiores empresas nacionais, com atendimento a todo o mercado brasileiro e América Latina”, relata o diretor Administrativo Financeiro da Quibasa-Bioclin, Silvio Arndt.

Inovação como estratégia de negócio

Segundo o diretor, todos os produtos são fabricados na planta fabril localizada na capital mineira, com cerca de 7.500 metros quadrados. “Há hoje um atendimento tanto técnico para os equipamentos de laboratório, como também para os kits dedicados aos equipamentos especializados. Nós temos um grupo de pesquisa e desenvolvimento que sempre está procurando por novas tecnologias, novos testes e novidades no setor de diagnóstico in Vitro”, ressalta.

O diretor administrativo-financeiro da Quibasa-Bioclin lembra que a empresa desenvolveu o primeiro kit de hanseníase em teste rápido. A tecnologia ainda é a única mundialmente produzida e disponibilizada ao mercado.

“Só nós temos isso no mundo e não é somente um teste inovador. Nós temos vários outros que estão previstos para serem liberados no ano que vem. São testes imunológicos, principalmente, para a área veterinária, que se baseiam em testes rápidos para o diagnóstico laboratorial do mormo. Essas inovações, de certa maneira, nos motivam a sempre buscar por novas implementações e novas metodologias para lançar produtos”, acrescenta Silvio Arndt.

A Bioclin desenvolve também kits para medir glicose e colesterol e diagnosticar HIV e Sars-CoV-2. Crédito: Divulgação Bioclin

Saiba mais sobre a tecnologia mineira para diagnóstico de hanseníase

Segundo a empresa, o teste Bioclin FAST ML Flow detecta a presença de anticorpos da classe IgM anti-Mycobacterium Leprae e foi desenvolvido com base em evidências científicas, considerando critérios de eficácia, segurança e efetividade.

Desde o seu lançamento, a proposta é colaborar com a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa erradicar a doença por meio do diagnóstico precoce, interrupção da cadeia de transmissão e ações planejadas e direcionadas às populações em risco.

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Teste que auxilia no diagnóstico produzido pela Blioclin é exclusivo mundialmente. Crédito: Divulgação Bioclin

Segundo a OMS, o Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de casos de hanseníase, atrás da Índia e à frente da Indonésia.

No mapa brasileiro dos registros, a região Nordeste lidera com 43% dos casos, seguida pelas seguintes regiões:

  • Centro-Oeste (20%),
  • Norte (19%),
  • Sudeste (15%)
  • e Sul (4%).

Ainda segundo a OMS, anualmente, são registrados em todo o País aproximadamente 30 mil novos casos de hanseníase.

Diante desse cenário da doença, uma das vantagens dessa ferramenta é sua versatilidade, que segundo Silvio Arndt pode ser realizado com amostras de sangue obtido através de punção digital. O kit acompanha todos os insumos necessários para realização do teste, não sendo necessária uma estrutura laboratorial.

Dessa forma, as condições para testagem são ampliadas e podem chegar às regiões de mais difícil acesso, uma vez que a hanseníase é uma doença negligenciada e associada a baixo nível socioeconômico.

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