Minas Gerais consolida protagonismo em participação na COP 28
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) se aproxima do fim nesta terça-feira e os representantes de Minas Gerais contribuíram de forma efetiva e intensa durante as programações da cúpula climática realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. Em sua terceira participação consecutiva, o Estado ampliou o protagonismo durante a conferência, aumentando também a captação de recursos para ações climáticas.
A apresentação do workshop “Minas Day” foi um dos marcos da participação mineira na COP 28, com o lançamento de ferramentas e anúncio de novos recursos para serem investidos na mitigação das mudanças climáticas no Estado.
Como parte do workshop, foi lançado o portfólio mineiro “Casos de Sucesso”, com ações de sustentabilidade e enfrentamento das alterações do clima em Minas Gerais. Desenvolvido em conjunto pelo governo de Minas e setores privados, nacionais e internacionais, mostra 57 exemplos de atividades, projetos e programas desenvolvidos em prol da sustentabilidade no Estado, com nove recortes temáticos, entre eles, Plano de Ação Climática; Energia e Conservação; Recursos Hídricos; Indústria; Agricultura, Pecuária e Floresta Plantada.
“Foi uma participação muito intensa, na qual tivemos oportunidades de mostrar o avanço da política de mudança do clima no estado, especialmente a conclusão do inventário e do Plano de Ação Climática, que definem metas e ações para os próximos anos. Realizamos, pela primeira vez em uma COP, o ‘Minas Day’, no qual tivemos a oportunidade de mostrar casos bem-sucedidos, realizados em nosso Estado, com o setor produtivo, seja na indústria, seja na agricultura e também na política de atração de investimentos verdes”, destacou a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.
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A comitiva, liderada pelo vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), e integrada pela secretária, também participou de reuniões, painéis e mesas de debate. Além de apresentar as ações desenvolvidas em Minas, a delegação presente na COP 28 trocou experiências e ampliou o diálogo com representantes de outros países e órgãos.
“Apresentamos também algumas ações práticas já em curso, como, por exemplo, o Selo Verde, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), de rastreabilidade do setor agropecuário”, completou Marília Melo.
Captação de recursos para Minas Gerais durante a COP 28
A captação de recursos para viabilizar ações a serem desenvolvidas no Estado também está entre os destaques da participação do governo de Minas na COP 28. Durante a cúpula climática, por meio da Invest Minas, a Harsco Metals Ltda anunciou expansão da unidade industrial em Minas Gerais, com investimento de R$ 220 milhões em Timóteo, no Vale do Rio Doce.
Outro investimento anunciado foi da Acelen, empresa de energia que, somente na unidade em Montes Claros, vai investir mais de R$ 125 milhões na produção de biocombustível. O esforço da empresa é para que seja produzido também em Minas o combustível aeronáutico.
“A presença de Minas Gerais na COP 28 é importante para atrair investimentos, para mostrar o que a gente já tem feito de bom e também para captar mais recursos para o Estado. Tivemos conversas com organismos multilaterais que já vêm financiando Minas Gerais e os nossos empresários, para que a gente possa continuar a captar recursos para uma economia que já é verde e cada dia mais vai liderar, no Brasil, a transformação na direção de uma economia sem carbono”, ressaltou o vice-governador.
Energia renovável
No painel “O que precisamos fazer para acelerar a mudança exponencial agora?”, os representantes do governo de Minas destacaram a atuação de Minas na adoção de energias renováveis para os chamados Campeões do Clima, escolhidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para comandar as discussões técnicas sobre mudanças climáticas.
“Minas Gerais mostrou, mais uma vez, a forma de construção do Plano de Ação Climática (Plac), lançado no ano passado e que chamou muito a atenção na COP pelo fato de colocar o setor privado e o setor público em uma mesma mesa para discussão, estabelecendo em conjunto as metas para emissão zero de carbono até 2050”, resumiu Simões.
Cosud
Promovido pela Fundação Dom Cabral (FDC), o painel “Governança Climática: novos arranjos jurídicos institucionais e o protagonismo dos Consórcios Interestaduais”, abriu espaço para o governo de Minas compartilhar a experiência do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).
“Um dos pontos que nos reunia desde o começo era o fato de esses sete estados terem a maior parte da floresta Atlântica, bioma que passa por todo nosso território, e escolhemos a restauração florestal como nosso principal projeto em termos de Cosud, com uma meta inicial de plantio de 100 milhões de árvores nativas da Mata Atlântica, com recuperação de 90 mil hectares de mata nativa”, afirmou o vice-governador.
Selo Verde
Na reta final da programação da COP 28, Simões integrou o painel “Cadeias de suprimentos responsáveis: uma ferramenta fundamental para deter o desmatamento”, que analisou uma nova regulação europeia para o desmatamento. O novo regulamento busca evitar a importação pela União Europeia de determinados commodities e produtos associados ao desmatamento e à degradação florestal.
“Isso tem um impacto muito grande para o Brasil. Positivo, por um lado, porque a gente passa a ter rastreabilidade para verificar a cadeia de desmatamento e a certeza de que os produtos enviados para a Europa não foram produzidos em área desmatada. Mas também traz preocupações para o Brasil, porque precisamos ter a certeza de que todo o país não será tratado como um só”, analisou.
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