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Credores aprovam plano de recuperação judicial do grupo Coteminas, com R$ 2 bilhões em dívidas

O plano de recuperação prevê a venda de seis imóveis industriais
Credores aprovam plano de recuperação judicial do grupo Coteminas, com R$ 2 bilhões em dívidas
O empréstimo pode ser convertido em ações da Coteminas | Crédito: Divulgação/Coteminas

Os credores do grupo Coteminas aprovaram nesta semana o plano de recuperação judicial do conglomerado liderado por Josué Gomes, atual presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).


O processo vinha se arrastando desde que a Justiça aceitou o pedido de recuperação do grupo, em julho de 2024, com um passivo declarado de R$ 2 bilhões. Agora, ele segue para homologação judicial.
A ação tramita na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, e o caso é assessorado pelos escritórios TWK Advogados e Bernardo Bicalho Advogados.


O plano de recuperação prevê a venda de seis imóveis industriais, localizados nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pará, além da criação de dois fundos de investimento, um imobiliário e outro de direitos creditórios, que serão os principais instrumentos para pagamento dos credores.


Na assembleia da última segunda, o plano foi aprovado em votação apertada entre os credores trabalhistas, que deram aval à proposta com 51,06% de votos favoráveis. Essa classe representa 2.875 credores.


O plano determina que os trabalhadores receberão seus créditos limitados a 150 salários-mínimos (R$ 227,7 mil, no valor atual) em até 36 meses. Os valores serão reajustados pela inflação no período da homologação do plano até a data do pagamento.


A proposta prevê ainda que esses valores podem ser antecipados aos trabalhadores em um cenário em que o grupo consiga vender bens e equipamentos.


Entre os credores com garantia real, o plano foi aprovado com unanimidade. Na assembleia da última segunda-feira, a proposta também recebeu aval de maioria expressiva das classes de quirografários (sem garantia) e de micro e pequenas empresas.


Os credores com garantia real têm duas opções: virar cotistas de um fundo imobiliário ou receber o equivalente a 5% do crédito em parcela única, 30 anos depois da homologação do plano, corrigidos pela inflação, mas limitados a 3% ao ano.


Os quirografários têm três opções: receber até R$ 7.000 em parcela única, um ano depois da homologação do plano, sem correção monetária; aderir como cotista de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC); receber 5% do total do crédito em parcela única no 30º ano, com correção anual de até 3%.


Para microempresas e empresas de pequeno porte, o plano de recuperação prevê um primeiro pagamento de R$ 7.000, corrigido pela inflação com limite de até 3%, um ano depois da homologação.
Passados outros 29 anos, esses credores receberão 5% dos valores remanescentes, corrigidos pela inflação em até 3% ao ano, em parcela única.


O processo envolve dez empresas do Grupo Coteminas, incluindo Coteminas S.A., Companhia de Tecidos Norte de Minas, Companhia de Tecidos Santanense, Ammo Varejo S.A. e Springs Global Participações 2 S.A.

Conteúdo distribuído por Folhapess

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