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Demanda e criatividade impulsionam mercado pet

População de animais de estimação no País é de 168 milhões, segundo a Abinpet
Demanda e criatividade impulsionam mercado pet
De acordo com Tatiane Marcelino, da Au!Happy, o comportamento da sociedade com o pet mudou muito de 15 anos para cá | Crédito: Divulgação/Au!Happy

A paixão por animais domésticos e a criatividade têm impulsionado o mercado pet no Brasil. O País já ocupa, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), a terceira posição no faturamento mundial do segmento, sendo responsável por uma fatia de 4,9% do mercado global, com negócios da ordem de R$ 42 bilhões ao ano.

Quando somados aos dados do varejo, o faturamento é ainda maior. Projeção feita pelo Instituto Pet Brasil (IPB) com base no desempenho do mercado até 30 de setembro do ano passado, prevê que o mercado pet brasileiro fature R$ 68,6 bilhões, registrando um aumento de 14% em 2023.

Para a gestora comercial da Au!Happy, operadora de planos de saúde para pets, Tatiane Marcelino, o comportamento da sociedade com o pet mudou muito de 15 anos para cá. Ela explica que antes os cães eram vistos apenas como um animal para trazer segurança ao patrimônio e, hoje, são membros da família. “Eles veem para sanar várias questões: têm casais hoje que preferem não ter filhos e têm pets. Têm famílias que levam o pet para dentro do contexto em função de um filho com deficiência ou com alguma neurodivergência. E tem também aqueles que possuem os animais por companhia, como os idosos e os filhos únicos”, analisa.

No Brasil, a população de animais de estimação chega a 168 milhões, segundo dados da Euromonitor, divulgados pela Abinpet. A estimativa é a de que haja 68 milhões de cães, 42 milhões de aves, 34 milhões de gatos, 22 milhões de peixes ornamentais e 2 milhões de coelhos e roedores.

A mudança na relação com os pets é um dos fatores, na opinião da gestora da Au!Happy, que faz com que o setor siga uma lógica positiva. Ela explica que não só o aumento do volume populacional destes animais gera uma demanda natural de recursos, como alimentação, clínicas, serviços veterinários e de higiene e cuidado, como faz surgir os negócios criativos com produtos e serviços específicos para os animais.

Serviços para pets vão de planos de saúde a serviços funerários

Hoje, as pessoas são mais criativas e criam mais oportunidades de negócios, segundo a gestora comercial da Au!Happy, operadora de planos de saúde para pets, Tatiane Marcelino. O que não é diferente no mercado pet. “Há planos de saúde para os animais, padarias, serviços funerários e até festas de aniversário com direito a buffets e fotógrafos. Os pais de pets têm esta necessidade de mimar o animal, de levar para a creche, de saber tudo que eles fazem, de comprar um presente especial, de marcar datas. Os animais acabam ocupando um espaço que era das crianças e o mercado acompanha este progresso”, conclui.

Crédito: Ana Paula Assis

Para se ter uma ideia, só a Au!Happy, criada há menos de três anos, possui cerca de 12 mil segurados em planos de saúde para cães e gatos, nos 18 estados que operam no País. A sede é em Belo Horizonte e em todo o Brasil há mais de 800 pontos de atendimento.

Outro negócio que tem acompanhado a demanda crescente por serviços voltados para animais domésticos é a EduCãodo. Com quatro unidades na capital mineira, a empresa, que trabalha no setor há quase dez anos oferecendo creche e hotel para os animais, também percebe a diferença do comportamento social. “Quando abrimos a primeira unidade em 2015, ninguém entendia o que era uma creche para pets e hoje as pessoas já procuram o serviço”, comenta Caio Mansur, sócio-proprietário da EduCãodo. A empresa oferece daycare completo: creche, hotel, serviços veterinários e utensílios.

Há 13 anos, a pedagoga Elisângela Silva percebeu a potencialidade do mercado e hoje já não atua mais no setor da educação. Desde 2011, opera no mercado B2B do mundo pet. Ela é proprietária da D’Lizz Pet, que produz e vende laços e gravatas para animais domésticos no atacado. Com uma produção de 7,5 mil unidades por mês voltadas para petshops, ela chega a exportar os produtos para países como Itália, EUA, Inglaterra e Portugal. “Muitos são clientes que resolveram empreender no exterior”, explica.

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