Confira dicas de livros para leitura do fim de semana!

Versão compacta das ideias revolucionárias de Karl Marx
O Capital, de Karl Marx, revolucionou as ciências sociais e a economia política e proporcionou ferramentas para a libertação do proletariado ao expor as contradições do sistema capitalista. Mais de um século e meio após sua publicação, o livro segue uma leitura atual e necessária para a compreensão da sociedade contemporânea. Uma versão resumida do clássico indispensável para quem quer compreender melhor essa corrente de pensamento, “O Capital – Extratos, por Paul Lafargue”, ganha nova edição da Editora Edipro com prefácio de Edmílson Costa, economista e membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e tradução de Edson Bini. Neste livro, o também jornalista, escritor, ativista político e genro de Marx tem como objetivo popularizar a teoria econômica marxista, em especial junto aos operários europeus. Para o filósofo alemão, este foi o ensaio que mais se aproximou de uma leitura sintética de O Capital. Ao longo das páginas, Lafargue apresenta de maneira minuciosa a teoria do valor, que representa uma das principais discordâncias de Marx em relação à economia neoclássica. Além disso, explora os conceitos de mais-valia, a visão da força de trabalho como uma mercadoria, o processo de transformação do dinheiro em capital e as contradições sistêmicas.Publicado originalmente em 1893, “O Capital – Extratos, por Paul Lafargue”, se concentra basicamente no Livro I dos três volumes que compõem “O Capital”. Ao condensar os principais tópicos da extensa obra de Marx, o autor dialoga com aqueles que buscam conhecer mais sobre a ciência econômica. (O Capital – Extratos por Paul Lafargue, Paul Lafargue e Karl Marx, Editora Edipro, 160 páginas, R$ 41,90)

Como opiniões se tornam julgamentos
Como as pessoas proferem julgamentos e como essas os recebem? De que maneira essas experiências se desdobram no convívio cotidiano? E de que forma essas vivências se desenvolvem no contexto jurídico? Estas são as questões centrais que Ribas de Lima se propõe a elucidar no seu livro “Faces Públicas do Julgamento”, publicado pela Kotter Editorial. O autor aborda a experiência da “Imputação”, investigando como uma acusação, mesmo que sutil, é recebida pelos interlocutores. Ele direciona o leitor a refletir sobre um paradoxo nessa compreensão: as pessoas sabem bem quando o justo é reclamado, embora a justiça não esteja aí, na aclamação pelo justo. Assim, justificativas são prestadas por boa-fé ou por hipocrisia. A dinâmica dos julgamentos, quer nos tribunais, quer nos encontros corriqueiros, revelam-se surpreendentemente semelhantes e mais intricadas do que a referências às leis. Opiniões concentram as manifestações dos julgamentos. E há uma opinião quando outra a responde. Ao explorar a “Polêmica” na comunicação do julgamento, Ribas de Lima aponta que a contradição a uma acusação supõe a compreensão dessa. As respostas variam entre discordâncias e concordâncias, de diferentes modos. Todas são conjecturas, a despeito da consciência de seus emissores. Há uma espécie de despropósito, que impede desenhar arranjos entre esses julgamentos (exceto atinar fronteiras metodológicas à análise da intersubjetividade), e que acende ainda mais debates. Faces Públicas do Julgamento propõe uma análise profunda e provocativa sobre a importância de como se efetiva o julgar na sociedade contemporânea, tanto na esfera social quanto no âmbito institucional, destacando a responsabilização, a abertura mútua e a busca pela justiça circunstancial num mundo cada vez mais polarizado. É uma leitura essencial para aqueles que buscam compreender as dinâmicas interpessoais e políticas de nosso tempo. (Faces Públicas do Julgamento, Ribas de Lima, Kotter Editorial, 392 páginas, R$ 89,70)

Transformação digital desmistificada
“Aqueles que relutam em abraçar as transformações correm o risco de ficar à margem da relevância e perder sua competitividade no mercado”, isso é o que defende Thiago Caserta, autor do novo livro da Editora Gente, sob o selo Autoridade. Em “Transformação Digital Desmistificada – Como as Revoluções Digitais já Mudaram o Jogo, e Como Jogá-lo Enquanto Ainda é Tempo”, Caserta, que é um jovem empreendedor, investidor anjo apaixonado por inovação e tecnologia e fundador da Kumulus, traz uma perspectiva de uma nova era de constante evolução, na qual as tecnologias passam a fazer parte da realidade das empresas de uma forma quase que compulsória. À medida que o perfil dos clientes se transforma, compreender essa nova realidade torna-se crucial para o sucesso das empresas e ele explica mais sobre isso no novo livro da Editora Gente. Caserta explica que a transformação digital não se trata apenas de adotar novas tecnologias, mas sim de uma mudança profunda de mentalidade e cultura organizacional. “É um movimento que exige que as pessoas e as empresas estejam dispostas a abraçar a inovação, questionar modelos de negócios estabelecidos e reimaginar a maneira como entregam valor aos clientes”. (Transformação Digital Desmistificada – Como as revoluções digitais já mudaram o jogo, e como jogá-lo enquanto ainda é tempo, Thiago Caserta, EditoraGente – Autoridade, 192 páginas, R$ 59,90)

Apaixone-se pelo problema, não pela solução
Desde que cofundou e depois vendeu Waze e Moovit, startups responsáveis por revolucionarem o trânsito nas cidades, Uri Levine passou a dar verdadeiras aulas sobre empreendedorismo em palestras e conferências em todos os continentes, com passagens também pelo Brasil. Agora, os ensinamentos do israelense chegam na forma de livro com a publicação de “Apaixone-se pelo problema, não pela solução”, pela Citadel Grupo Editorial.O título é quase como um mantra do especialista em startups, que após ter atingido a marca da maior venda de um aplicativo até aquele momento, em 2013, não parou mais. Organizado a partir dos principais componentes da criação de uma startup de sucesso, o livro detalha o método adotado por Levine em todos os empreendimentos que inicia. A partir o gatilho para a criação de uma startup- um problema a ser resolvido -, e uma breve perspectiva de mercado sobre exemplos bem-sucedidos, são apresentadas as fases do ciclo de vida de uma startup, incluindo pessoas, financiamento, investidores e usuários.Dentro do ramo de alta tecnologia há 30 anos, o autor afirma que criar uma startup implica uma jornada de fracassos, com tentativas e erros contínuos em cada uma das fases. Por isso, para maximizar a probabilidade de sucesso, as decisões devem ser rápidas. (Apaixone-se pelo problema, não pela solução, Uri Levine, Citadel Grupo Editorial, 448 páginas, R$ 76,90)
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IA e reflexo global
Com contribuições de professores da USP, membros do Poder Judiciário e pesquisadores de Portugal, Canadá, França e Polônia, a editora Almedina Brasil lança a obra coletiva “Inteligência Artificial – Visões Interdisciplinares e Internacionais”. A obra compila ensaios que ajudam a compreender o impacto e a abrangência da Inteligência Artificial (IA) nos diversos âmbitos da sociedade. Os capítulos do livro trazem reflexões sobre como as máquinas estão transformando a realidade humana em diferentes frentes e de que maneiras o direito encara essas mudanças. Além de oferecer uma análise aprofundada dos desafios e questões legais relacionados à IA no Brasil, o título conta ainda com perspectivas internacionais, permitindo que os leitores brasileiros acessem visões internacionais sobre o tema. Essa troca permite compreender como outros países lidam com a questão, considerando, claro, a realidade socioeconômica de cada país. O papel da IA no contexto da justiça e do sistema judiciário é avaliado por meio da análise de inovações como o projeto “Victor”, do Supremo Tribunal Federal. A ferramenta foi idealizada para auxiliar na análise dos recursos extraordinários, especialmente na classificação em temas de repercussão geral de maior incidência, e visa garantir eficiência e celeridade processuais. O artigo que debate essa iniciativa conta com a contribuição do ministro Dias Toffoli. (Inteligência Artificial – Visões interdisciplinares e internacionais, Editora Almedina Brasil, 476 páginas, R$ 199)
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