Negócios

Digicomp aposta em tecnologia para crescer

A construtora Digicomp Engenharia e Tecnologia, presente no mercado há 28 anos, percebeu a necessidade de ampliar o seu leque de operações e se atualizar já há algum tempo. Por isso, a empresa oferece a seus clientes não só serviços em automação, construção civil, reforma predial, engenharia inclusive nas áreas de hidráulica, elétrica e segurança, mas também tecnologias visionárias no ramo, como o uso da internet das coisas e a chamada Indústria 4.0. A empresa entregou, recentemente, as novas dependências do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o prédio do Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que custou R$ 45 milhões e vai unificar os serviços judiciários na cidade. O próximo empreendimento é a execução do prédio do P7 Criativo, na Praça Sete, um espaço de fomento às startups que promete influenciar a modernização de todo o entorno. Com entrega prevista para julho do próximo ano, o cumprimento do prazo das obras, a exemplo do Fórum de Contagem, é uma premissa para não aumentar os custos do negócio. No ano passado a Digicomp faturou R$ 33 milhões e a projeção para este ano é de um incremento de 15% no faturamento. O sócio-gestor da empresa, Dimitry Boczar, credita o crescimento nos negócios a uma abordagem mais agressiva e à reformulação feita em 2015, no auge da crise. “A nossa agressividade comercial tem nos dado sucesso na contratação. Em termos de velocidade de mercado, estamos enfrentando uma paradeira enorme. Quando você pega um processo de concorrência para construir, antes eram três ou quatro empresas candidatas, hoje, são 15 a 20 empresas. Estamos com a máquina ajustada, uma obrigação que a crise desde 2015 nos impôs. Na ocasião, precisamos reduzir o quadro e passamos de 600 funcionários aos quase 200 que tempos hoje, um processo doloroso, mas que resultou no que chamamos de dream team. Também por causa da crise, o perfil dos nossos clientes mudou, antes atendíamos 50% de obras privadas e 50% de obras do setor público, hoje, 90% da demanda dos nossos serviços vem do setor público, que é onde ainda há contratações”, explica. O serviço mais cotado atualmente, “o que dá volume”, segundo Boczar, é o projeto de reforma predial. “O que a gente gosta e faz com facilidade é pegar um prédio inteiro e reformar. O prédio do Tribunal de Justiça em Contagem, por exemplo, foi feito dessa forma, mantivemos a estrutura e o refizemos, assim como faremos com o futuro P7 Criativo. Isso também foi fruto de um reposicionamento estratégico de mercado. Se antes éramos uma integradora de tecnologias, nos tornamos uma construtora abrangendo diversas frentes de atuação, e tivemos bastante sucesso em verticalizar projetos”. A construção do Fórum Doutor Pedro Aleixo gerou pelo menos 180 empregos diretos e outros 120 indiretos. Mas considerando toda a cadeia produtiva, que abrange fornecedores e fabricantes estes números podem ser dimensionados cinco vezes mais. Só para se ter uma ideia, os elevadores do prédio, por exemplo, foram comprados da Hyundai e vieram da China para o Brasil de navio. Tecnologia – A aposta da empresa é o uso da tecnologia, que demanda um investimento de cerca de R$ 330 mil, o correspondente a 1% do faturamento anual da empresa. Por meio da internet das coisas, tecnologia implementada há cerca de um ano e meio, é possível antever problemas e falhas e fazer as correções necessárias sem que isso gere custos adicionais. “Há uma divisão dentro da empresa que trabalha a internet das coisas. Já temos produtos desenvolvidos neste sentido, soluções aplicadas. Consiste em capturar dados, subir estes dados para a nuvem onde damos o tratamento e transformamos isso em informação inteligente para o cliente, que ele pode visualizar e analisar pelo celular. Por meio de sensores, conseguimos perceber as coisas antes que dê algum problema, e aí a equipe de manutenção vai ter a tranquilidade de fazer o ajuste e a correção antes que isso se torne um problema maior”, explica o sócio-gestor da Digicomp, Dimitry Boczar. Outro campo de atuação recente da empresa é a Indústria 4.0. “Funciona como uma cópia gêmea digital, como chamamos. É a duplicação da obra real no mundo digital, para que todos os processos funcionem em paralelo. Para aprimorar os processos, passamos as mudanças para o modelo digital e qualquer coisa que não funcionar ali, não vamos perder na fábrica real. Esse modelo permite fazer testes, reconfigurar, planejar, é a melhor solução para fabricar no mundo real”, explica. Mesmo com os conceitos inovadores, Boczar explica que a projeção de crescimento no faturamento não se deve a isso, ainda. “Porque quando falamos dessas novas tecnologias, falamos sobre convencer as pessoas de que é um recurso eficiente. É uma tendência crescente, mas ainda estamos começando a mostrar os resultados, para educar o mercado de que forma que ele se torne um comprador desta tecnologia. É um mundo novo para as pessoas”. PRINCIPAIS PROJETOS DA DIGICOMP Fórum – Orçado em R$ 45 milhões, o Fórum Doutor Pedro Aleixo, tem quase 22 mil metros quadrados de área construída, oito pavimentos e capacidade para abrigar até 49 varas judiciais, além do Juizado Especial, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), dois salões do júri, um auditório, e vagas para quase 600 veículos. O escopo dos processos executados pela Digicomp vai desde a execução civil às instalações hidrossanitárias, elétricas e SPDA, TI e Telecom, segurança eletrônica, implementação do SPCI (sistema de proteção e combate a incêndio), SDAI (sistema de detecção e alarme de incêndio), sistemas, controle e automação de ar condicionado. P7 Criativo – O mais novo empreendimento da marca é o prédio do P7 Criativo, que está sendo executado em Consórcio com a Santa Bárbara Engenharia. Trata-se de um espaço de fomento às startups para o desenvolvimento de tecnologias. “O braço da nossa empresa que está desenvolvendo a tecnologia, inclusive, é uma startup. Este prédio é um sonho e um grande presente que vai ser entregue para Minas Gerais, porque vai criar um ecossistema tecnológico, assim como temos o San Pedro Valley, que ainda não é autoestruturado, e o BH Tec. Mas neste caso, é na Praça 7, no coração da cidade. É uma edificação que vai dar um impulso no desenvolvimento tecnológico afetando diretamente a indústria mineira. As conseqüências incluem fomentar a economia e influenciar os prédios do entorno, que também vão ter que se reformular, já que muitas empresas vão acabar se mudando para o centro da Capital. Com isso, vamos ter uma Praça 7 revitalizada, aproveitando suas características originais”, conclui o sócio-gestor da Digicomp, Dimitry Boczar.

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