Fapemig completa 40 anos e reforça papel estratégico no desenvolvimento mineiro

Ao completar 40 anos em 2025, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) consolida-se não apenas como uma agência financiadora, mas como um pilar estratégico para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Criada em 28 de agosto de 1985 pela Lei Delegada nº 10, a instituição celebrou o aniversário com uma série de ações que evidenciam o impacto capilarizado de seus investimentos em todas as regiões mineiras.

Um dos grandes destaques do ano comemorativo foi a série “Projetos Inspiradores”, que percorreu cerca de 3,8 mil quilômetros pelo território mineiro. Essa iniciativa revelou como a ciência financiada pela Fapemig se adapta às vocações locais para gerar riqueza e inovação.

Na Zona da Mata, por exemplo, o foco recaiu sobre a nutrição animal e a produtividade agrícola na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Já no Norte de Minas, a tecnologia permitiu o cultivo de cacau no semiárido e o aproveitamento da macaúba pela da semente de macaúba pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). No Triângulo Mineiro, a pesquisa elevou o patamar dos cafés especiais, enquanto, no Sul do Estado, o foco variou da segurança da cachaça de alambique ao desenvolvimento de redes 5G e 6G pelo Inatel.

Essa diversidade de atuação corrobora a visão do presidente da Fapemig, Carlos Arruda, que define o papel da Fundação como um agente que transforma “ideias e valores em realidade econômica e social”, contribuindo diretamente para a redução das desigualdades regionais.

A análise do legado da Fapemig também passa por avanços críticos na saúde e na alta tecnologia. Durante a cerimônia oficial de aniversário, foi anunciada a concessão da carta patente nacional à vacina Calixcoca, um projeto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que recebeu aporte direto do governo de Minas para o desenvolvimento. Esse marco, somado à consolidação da nanociência no Estado e ao desenvolvimento de novas plataformas vacinais pelo INCT Vacinas, demonstra que a Fundação atua na fronteira do conhecimento global.

Quando a ciência sai do laboratório e ganha dimensão pública

Para além dos laboratórios, a Fapemig buscou estreitar o diálogo com o cidadão por meio da mostra Inova Minas, que reuniu cerca de sete mil pessoas na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O evento permitiu que o público interagisse com 30 projetos de pesquisa e conhecesse o trabalho de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

No campo político e institucional, a relevância da Fundação foi reconhecida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que destacou como a instituição ultrapassou o papel de financiadora tradicional para engajar-se em transformações sociais e inovação industrial. A realização do 69º Fórum Nacional Confap em Minas Gerais também posicionou a Fapemig no centro do debate sobre a soberania da ciência e o Marco Legal de CT&I no Brasil.

Em 40 anos, a Fapemig amadureceu o modelo de fomento, integrando o setor público, as universidades e o meio empresarial. O balanço de 2025 sugere que o futuro da Fundação está ancorado na capacidade de manter a ciência mineira competitiva e, simultaneamente, conectada às necessidades práticas da população.