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Faturamento do comércio eletrônico avança em MG

Estado foi responsável por movimentar R$ 11,6 bi em vendas pela web no Brasil entre janeiro e agosto deste ano
Faturamento do comércio eletrônico avança em MG
O levantamento mostra que Belo Horizonte foi responsável por 2,9% dos pedidos digitais de janeiro a agosto, bem como 2,5% do faturamento nesse período | Crédito: Pixabay

Levantamento realizado pela Neotrust, empresa de soluções de inteligência que tem uma das maiores bases de dados do mercado digital brasileiro, especialmente para a segunda edição do VTEX Unlock, que aconteceu em Belo Horizonte, em setembro, revelou dados macro já esperados pelo mercado, com o desempenho do e-commerce mineiro levemente superior à média nacional.

O tamanho da população do Estado, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em torno de 22 milhões de pessoas para este ano e a potência econômica, que fica, via de regra, em torno de 10% do PIB Nacional, ajudam a explicar os números levantados.

Responsável por R$11,6 bilhões do faturamento do e-commerce no Brasil entre janeiro e agosto deste ano, Minas Gerais ocupa a segunda posição do maior faturamento da região Sudeste, ficando atrás apenas de São Paulo. O Estado representa também 10,6% do faturamento em e-commerce do País e conta com participação de 10,5% de usuários, número maior que seu volume populacional em 2021 (10%). A participação de pessoas com 51 anos ou mais é maior em Belo Horizonte (19,8%) quando comparado com a média do Brasil (15,7%).

O que chama a atenção, entretanto, segundo a gerente de Inteligência da Neotrust, Paulina Dias, e pode orientar investidores e empreendedores para uma trilha mais segura, são os recortes setoriais, aqueles em que Minas performa melhor que a média nacional e outros que estão sensivelmente abaixo da média.

Moda e acessórios (19,5%) e beleza e perfumaria (10,6%) foram os segmentos com maior número de pedidos em Minas Gerais entre janeiro e agosto de 2022, superando a média de pedidos no Brasil (18,4% e 9,6% respectivamente). Os segmentos de telefonia (17,5%), eletrodomésticos (15,6%) e eletrônicos (10,3%) assumem o pódio de maior faturamento no Estado.

“É importante para os varejistas saberem onde estão as oportunidades. Os segmentos de moda e acessórios e de beleza e perfumaria se saem melhor que a média nacional. Por outro lado, alimentos e bebidas ficam abaixo. É preciso analisar que tipo de oportunidades estão embutidas nesses dados. No caso de produtos delicados e/ou perecíveis como alimentos e bebidas, a logística é um grande desafio, além dos hábitos de consumo. Minas tem um interior muito fragmentado (853 municípios), com muitas cidades muito pequenas. Talvez ainda não faça sentido um serviço de delivery, como existe hoje nas cidades maiores, para elas”, explica Paulina Dias.

O levantamento mostra que Belo Horizonte foi responsável por 2,9% dos pedidos digitais de janeiro a agosto, bem como 2,5% do faturamento nesse período. Na cidade, o número de usuários (2,7%) também é maior que o volume populacional referente a 2021 (1,2%). A participação das mulheres como compradoras do e-commerce na cidade também é acima da média nacional (59,7% contra 59,1%).

A cidade, como esperado, mantém o maior faturamento no e-commerce entre janeiro e agosto de 2022: 23,3%. Além da Capital, se destacam: Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 5,1%; e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com 4,2%.

“O importante é que as empresas se habilitem a estar nesse novo mundo do varejo on-line acelerado pela pandemia. Elas precisam entender que e-commerce é uma loja como qualquer outra, não mais um diferencial. Não dá mais para não ter e nem agir como se ela fosse uma coisa à parte. Todos os canais de venda têm que fazer parte da estratégia e se integrarem. É a ominicanalidade”, afirma o VP de Marketing, Vendas e Alianças da Vtex, Erick Buzzi.

A Vtex é uma plataforma empresarial de comércio digital brasileira de atuação global que oferece soluções completas de Commerce, Marketplace e OMS.

Futuro próximo

O último trimestre do ano costuma ser esperado pelos varejistas ansiosamente. Em 2022, além da Black Friday, em novembro, e o Natal, a Copa do Mundo – entre esses dois meses – promete não só aquecer, como antecipar as vendas.

“O primeiro jogo do Brasil no Catar coincide com a Black Friday e isso está gerando uma grande expectativa e até a antecipação das promoções. Devemos ter um ‘black november’ e alguma antecipação até mesmo para outubro. A Black Friday surgiu, no Brasil, como uma oportunidade de consumo, principalmente de itens mais caros e não urgentes para o consumidor. Evoluiu para uma antecipação das compras de Natal e neste ano, especialmente, os consumidores já estão demandando por produtos como eletrônicos, principalmente TV, e antecipando a reforma da casa que seria feita no fim do ano, como de uma área de churrasqueira, por exemplo, para acompanhar a Copa do Mundo”, avalia o VP de Marketing, Vendas e Alianças da Vtex.

Mas para aproveitar a oportunidade não só de incrementar as vendas, mas, principalmente fidelizar o consumidor, os varejistas do mundo on-line vão precisar muito mais do que de bons preços – sem a velha história do ‘dobro da metade’ – e uma jornada do consumidor sem falhas.

“As empresas precisam ter muita atenção aos prazos de entrega. Não adianta a melhor venda se a TV não chegar a tempo de ver o jogo, por exemplo. Também aos meios de pagamento. Aceitar Pix e carteiras digitais já é uma obrigação. E, claro, primar pela integridade e transparência. A era da ‘black fraude’ já passou. É inaceitável esse tipo de atitude e imperdoável da parte do consumidor”, analisa a gerente de Inteligência da Neotrust.

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