Futuro das cidades é discutido na Capital
Realizada na sede do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), no bairro Nova Granada, na região Oeste, a primeira edição do Fórum BH Global trouxe para a Capital nesta semana especialistas de instituições nacionais e internacionais com o objetivo de traçar estratégias para superar desafios e implementar cidades globais do futuro. No painel “Cidades Globais do Futuro” estiveram presentes o diretor regional para a América Latina da ONU Habitat, Alain Grimard; o representante da WeWork, Guilherme Dayrell e a mediação ficou por conta da diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Associação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH), Flávia Mourão. A tônica da apresentação foi sobre como interesses locais e globais são interdependentes na busca por resultados. Também a necessidade e as maneiras de tornar as cidades centros de desenvolvimento não apenas econômico, mas social, garantindo a qualidade de vida e a sustentabilidade dos seus habitantes e de todos os que têm relação com elas. Atualmente metade da população mundial vive em cidades e estima-se que até 2050 esse índice alcançará a marca de 70%. “O tema do desenvolvimento urbano é essencial para qualquer país. Não há como alcançar as metas propostas pelos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – iniciativa da Organização das Nações Unidas) sem passar pelas cidades. E para que a urbanização seja eficiente é preciso contemplar o tripé: planejamento, financiamento e legislação e governança. Só assim teremos cidades sustentáveis, compactas, integradas e conectadas”, explicou Grimard. No segundo painel o tema foi “Marcos Globais de Desenvolvimento”, do qual participaram o especialista da Al-LAs, Braulio Diaz; o líder do Capítulo Minas Gerais da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável (SDSN MG, do inglês Sustainable Development Solutions Network), André Lara; mediado pelo presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU-MG), Danilo Batista. O papel dos arquitetos e urbanistas foi destacado na busca do cumprimento dos ODS, especialmente o 11º que diz: “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis” e também as ferramentas que a sociedade tem pra realizar esses objetivos e levar a melhoria de vida para todos os seus membros. “A ONU conseguiu fazer um movimento muito grande que começou com os Objetivos do Milênio (ODM) que avançaram muito com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Começou olhando as metas relacionadas com os países e hoje tem inúmeros materiais que traduzem isso para as empresas e organizações sociais. Como levar isso pra sociedade realizar. Foi criado o Pacto Global, que conversa com as empresas; o Prime, que conversa com as escolas, e foi criada a SDSN, que é uma rede que pensa como a gente age local, pensando globalmente. Como juntamos as pessoas de forma local para que elas discutam temáticas específicas ligadas aos ODS, para que isso complemente o que está sendo discutido no âmbito nacional através das políticas”, destacou Lara. “É irreversível a internacionalização dos governos locais. O mundo é urbano e é nas cidades que as agendas estão localizadas. Por isso não basta que os governos locais tenham assento nas agências da ONU. Temos que pensar e agir sobre a governança desses governos. A internacionalização das cidades é fundamental para conectar o local e o global”, pontuou Diaz. Leia também: Diálogos de Negócios acontece no dia 27 Perspectivas – Por fim, o painel “Perspectivas de Internacionalização através da Inovação” contou com a participação do diretor global de Desenvolvimento de Negócios da Hyperloop TT, Rodrigo Sá; do presidente da BH Airport, Adriano Pinho e mediação do embaixador e líder do projeto “Diplomacia da Inovação”, Juliano Alves. A importância da inovação e o papel central da mobilidade na construção das cidades do futuro deram o tom da discussão. “A inovação só se dá em comunidades internacionalizadas e o Brasil ainda é pouco internacionalizado. A proposta do Itamaraty é se aproximar dos ecossistemas. Vejo que temos que nos colocar como indutores de parcerias para que os agentes locais possam ajudar na internacionalização dos ecossistemas e que parceiros lá foram sejam identificados com facilidade”, avaliou Alves. “Quando falamos em cidades do futuro, temos que entender que tipo de necessidades as pessoas têm. Quando pensamos em como as pessoas interagem, percebemos que a conectividade, a facilidade com que se conectam entre elas está associada a necessidade das pessoas de se comunicarem. Por isso a necessidade de um espaço comum e compartilhado. O mundo digital trouxe facilidade de comunicação mas que simplesmente complementa a necessidade de se estar presente. Quem garante isso, que as pessoas estejam conectadas, é a integração, a facilidade de mobilidade e acessibilidade. O aeroporto é um elemento físico que possibilita essa conectividade, transformando o nível local em global”, completou Pinho.
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