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Galeria Ouvidor, no Centro de BH, celebra 60 anos com projetos de revitalização

O centro comercial espera obter ajuda do poder público e demais instituições ligadas ao comércio da Capital
Galeria Ouvidor, no Centro de BH, celebra 60 anos com projetos de revitalização
O projeto inclui intervenções na fachada do centro comercial | Crédito: Site da Galeria Ouvidor / Reprodução

A tradicional Galeria Ouvidor, localizada no Centro de Belo Horizonte, está celebrando 60 anos de história, e passa por projetos de revitalização. O estabelecimento, que foi o primeiro centro comercial da capital mineira e já recebeu lojas de diversos segmentos, hoje possui 220 estabelecimentos ativos.

O gestor da galeria, Valter Faustino, diz que alguns projetos de revitalização do espaço poderão ser apresentados no segundo trimestre do ano.

Segundo ele, algumas intervenções internas já foram realizadas no local, com apoio dos lojistas. Outros projetos, voltados tanto para a fachada quanto para o interior do espaço comercial, precisam de parceiros para serem implementados. “Já temos um projeto pronto e agora vamos começar, a partir desse segundo trimestre, a procurar eventuais parceiros”, afirma.

De acordo com o gestor, a Galeria Ouvidor está aberta para receber apoio de empreendedores e também de instituições como a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte e Região (Sindilojas-BH), assim como os governos municipal e estadual.

“Estamos procurando alguns órgãos que possam nos auxiliar nesta revitalização. Nós precisamos desse apoio do poder público ou de alguma entidade que representa o comércio de Belo Horizonte para melhorar ainda mais a galeria”, destaca.

Melhorias paralelas à revitalização do hipercentro

Faustino ainda ressalta que as melhorias no centro comercial devem ocorrer de forma paralela à revitalização na região central de Belo Horizonte. Em sua visão, isso trará grandes benefícios, principalmente no quesito empregabilidade.

“À medida que a prefeitura consegue revitalizar o centro e trazer moradores com poder de compras para morar ou visitar no centro isso vai aumentar o faturamento e a empregabilidade no comércio da região”, completa.

Ele também aponta para a importância de lidar com a questão dos moradores de rua. Para o gestor, esse ponto é fundamental para o sucesso do projeto de revitalização do Centro. “Se realizar qualquer coisa relacionada a revitalização do Hipercentro e não pensar no morador em situação de rua, não resolver o problema, vai ser dinheiro jogado fora e não vai resolver nada”, afirma.

1.200 pessoas empregadas no centro comercial

Outro ponto citado por ele foi a relevância que a Galeria Ouvidor vem tendo para o comércio da Capital desde sua fundação em 1964 até os dias atuais. “Já passaram vários segmentos por aqui, sempre visando atender os anseios da população. Hoje nós respondemos por uma grande parcela do faturamento do Centro de Belo Horizonte e dos empregos”, ressalta.

Para o gestor da galeria, o espaço comercial possui uma grande importância não apenas para o comércio da cidade, mas também para o setor de toda Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Faustino afirma que, somando lojistas e funcionários, o centro comercial emprega cerca de 1.200 pessoas.

Faustino relata que os comerciantes que atuam na Galeria Ouvidor ainda estão passando pelo processo de recuperação pós-pandemia. Ele afirma que as lojas foram fortemente abaladas pelo período de aproximadamente 220 dias de fechamento.

“Isso gerou um grande impacto econômico para a galeria e para os lojistas. Nós só estamos conseguindo voltar a trabalhar de um ano pra cá, mas ainda estamos sob o impacto da pandemia”, relata.

História da Galeria Ouvidor

A Galeria Ouvidor foi inaugurada no dia 10 de março de 1964 em um processo de verticalização do Centro de Belo Horizonte. Anteriormente, o espaço do centro comercial era ocupado pelo Hotel Globo. O imóvel foi construído com investimento de famílias da elite belo-horizontina da época, como Kubitschek, Mancini e Mahomed.

Em seus primeiros anos, o espaço era frequentado por um público predominantemente da elite local e contava com produtos importados – joias e vinis, em sua maioria. Nesse período também foi aberto o salão do Nero, o primeiro salão unissex da cidade.

Já nos anos 1970, o centro comercial passou a abrigar lojas de roupa, alfaiatarias, sapatarias, artigos de couro, consertos e alta costura, além de receber um público mais diversificado de clientes, com a presença de pessoas de outras classes sociais. Outras mudanças ocorreram nas décadas seguintes, seguindo as respectivas tendências de cada período.

Atualmente, a Galeria Ouvidor está passando por uma nova fase de transformação e se posicionando como um centro da economia criativa de Belo Horizonte. Essa transformação do estabelecimento coincide com o atual momento de requalificação do hipercentro da capital mineira.

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