Negócios

Falta de gestão financeira é motivo de fechamento de 29% das microempresas

Estudo do Sebrae revela que após cinco anos de funcionamento, pequenos negócios são encerrados; comércio é o setor mais impactado
Falta de gestão financeira é motivo de fechamento de 29% das microempresas
Dentre os fatores que contribuem para o fechamento dos negócios, estão o pouco preparo pessoal, a ausência de um planejamento do negócio e a gestão do negócio precária | Crédito: Adobe Stock

Empreender não é uma tarefa fácil. Investir recursos financeiros e não financeiros em uma ideia, nem sempre proporciona os ganhos esperados, por isso, ser um microempreendedor individual (MEI) é, antes de tudo, ser um grande visionário e buscar conhecimentos em áreas como a gestão financeira.

Neste sentido, Pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 29% dos negócios registrados como MEI encerram suas atividades após os cinco primeiros anos no mercado. Ainda segundo o estudo, o setor com maior impacto é o comércio (30,2%).

Dentro deste panorama, o próximo ano promete ser ainda mais desafiador para o empreendedor brasileiro, já que, de acordo com relatório da Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), a expectativa de inflação para o ano que vem deve passar de 3,87% para 3,90%.

Assim, tanto o empreendedor quanto qualquer líder de um negócio, deve se acostumar a lidar com o inesperado. Por mais que o planejamento seja necessário para o sucesso de qualquer organização, aprender a lidar com as dificuldades que surgem quase diariamente, ajuda a criar bons empreendedores e bons líderes. Para estar preparado, o conhecimento sempre é bem-vindo.

Segundo o estudo do Sebrae, dentre os fatores que contribuem para o fechamento dos negócios, estão o pouco preparo pessoal, a ausência de um planejamento do negócio e a gestão do negócio precária.

A educadora financeira e idealizadora da Health Money, Aline Soaper, alertaque a falta de conhecimento financeiro é o que mais contribui para falência de empresários iniciantes. Segundo ela, o empreendedor começa o negócio com a especialidade prática e com pouquíssimo conhecimento sobre gestão administrativa e financeira de um negócio. Foca em crescer sem estruturar a base e se perde durante a jornada.

“Muitas vezes ele desiste do negócio por não saber como encontrar uma saída e se recuperar de uma crise. O conhecimento não impede que as crises aconteçam, mas é fundamental para que as empresas sobrevivam a elas. Não podemos impedir que a inflação reduza o consumo, mas com conhecimento é possível continuar saudável apesar do cenário desfavorável”, explica.

gestão financeira MEI
Conhecimento em gestão financeira é fundamental para diminuir a taxa de mortalidade dos pequenos negócios/ Crédito: Adobe Stock

O fundador da microempresa Drakos Sushi, Edir Mirando, conta que quase chegou a fazer parte dessa estatística do Sebrae. Após seis anos de operação e sem qualquer conhecimento financeiro, o que estava levando sua marca à falência, encontrou na consultoria de gestão financeira uma solução para sair do vermelho.

“O controle mais eficaz dos custos, a otimização dos processos financeiros e a definição de metas realistas foram cruciais para reverter a situação. Hoje, o Drakos Sushi não apenas saiu do vermelho, mas também experimentou um crescimento sustentável e a vivência de uma história de sucesso duradoura”, lembra Miranda.

Dicas para auxiliar a gestão financeira

Para auxiliar o micro e pequeno empreendedor brasileiro a manter a saúde financeira dos seus negócios, a educadora financeira Aline Soaper sugere 4 dicas práticas que precisam ser adotadas desde o início do negócio:

  • Fazer o controle financeiro do negócio e separar as finanças pessoais das finanças da empresa, mesmo que seja um profissional autônomo ou MEI;
  • Definir metas de faturamento e gastos de acordo com a realidade financeira da empresa, sem fazer previsões baseadas em um cenário muito favorável que pode não acontecer;
  • Ter um profissional qualificado para fazer a gestão empresarial e financeira da empresa;
  • Criar um plano de crescimento para os próximos 5 anos, considerando pequenos avanços que geram resultados a curto, médio e longo prazo

*Estagiária sob supervisão da edição

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas