Grupo Valence diversifica portfólio e fortalece vertical mineração

Caminhando com firmeza para as três décadas de serviços prestados, o Grupo Valence, criado em 1997, em Belo Horizonte, tem na diversificação do portfólio, capaz de atender setores diversos como agro, construção civil e mineração, além da venda de carros e motos, uma de suas principais características.
O pioneirismo das parcerias com marcas globais foi encarado por concorrentes e até amigos, muitas vezes, como uma ousadia atípica ao estilo mineiro. De acordo com o diretor-executivo do Grupo Valence, Guilherme Fonseca, porém, nada tradicional na mineiridade do que a coragem para desbravar novos territórios e oportunidades.
“Pensando nas forças tradicionais da economia de Minas, temos na mineração e na agricultura, duas atividades que, historicamente, exigem um espírito desbravador e desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias. A nossa mineiridade aparece no jeito de conversar. Nosso negócio é a gestão de marcas de diversos países e culturas. O nosso propósito é a melhor experiência para todos – marcas, Valence e clientes. Vamos com o jeitinho mineiro, criando relações boas e duradouras, servindo pão de queijo e cafezinho. Os valores da família estão muito dentro da operação”, afirma Fonseca.
E é com esses predicados que o Grupo Valence e suas 24 unidades espalhadas pelos estados de Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, além de Minas Gerais, chegam à série Mineiridade.
Para fortalecer o atendimento ao setor de mineração, o Grupo Valence agora representa com exclusividade a Getman em todo o País. A marca norte-americana é um fornecedor global de equipamentos móveis, com mais de 70 anos de experiência em soluções focadas para a indústria de mineração subterrânea. Presentes em seis continentes, a Getman produz seus próprios equipamentos e é referência mundial em produtos para suporte terrestre, com destaque para o Scaler (imprescindível no saneamento das minas), carregadores de explosivos, transporte de materiais e suporte à produção.
A decisão está baseada nos bons números da mineração brasileira nos últimos anos e na perspectiva de aumento acentuado na demanda por minerais para a transição energética global. Dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelam um faturamento de R$ 68 bilhões no primeiro trimestre de 2024, marcando um crescimento robusto de 25% em comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Pensando no futuro, o setor mineral brasileiro planeja investir US$ 64,5 bilhões no período de 2024 a 2028, com foco em projetos socioambientais e minerais críticos para a transição energética.

“A Getman casa com o nosso conceito porque é um equipamento de primeiríssima linha – um pouco mais caro, mas que entrega resultados. Gostamos desse tipo de marca. Esse trabalho é em um nicho que estava um pouco abandonado no Brasil. Vamos iniciar ainda em 2024 e no ano que vem vamos construir um portfólio robusto”, pontua.
Atualmente, o Grupo Valence representa 12 marcas globais: Jeep, RAM e seis marcas renomadas de motocicletas, Dafra, Ducati, Kawasaki, KTM, Royal Enfield e Yamaha. No negócio de Máquinas, distribui equipamentos da BoartLongyear e Getman (para a mineração), JCB (construção) e Massey Ferguson (agronegócio).
A nova parceria e o aumento das vendas das demais verticais devem fazer com que o grupo comece o próximo ano com 600 colaboradores. Um crescimento de 33% em relação a 2022.
“Para sustentar isso tudo, a gente precisou fazer, em paralelo, uma reorganização interna de governança. Então, trocamos sistemas, investimos muito em tecnologia. E para conseguir as pessoas capacitadas, não basta treinar, a gente tem que formar. Então, desenvolvemos alguns programas de formações específicas. Temos um trabalho com o Colégio Santo Agostinho e fizemos parcerias em algumas instituições no Morro das Pedras, próximo à sede, para captar essa mão de obra de jovens, para dar condição deles se formarem de uma maneira adequada e terem um primeiro emprego ou uma condição digna de trabalho”, explica.
Uma história que começa muito antes
O “jeitin” mineiro do Grupo Valence começa, porém, muito antes de atenderem os setores de construção civil e mineração ou, mesmo, de atuarem como concessionária. 30 anos antes, o negócio da família Gonçalves era produzir refrigerantes.
Donos das fábricas da Coca-Cola em Minas, eles sentiam grande dificuldade em vender para bares que eram “patrocinados” pelas cervejarias da época. A salvação era criar uma cerveja, mas a ideia não agradou à multinacional. Apesar disso, os sócios seguiram em frente e inauguraram, no início da década de 1980, a cervejaria Kaiser.
O sucesso foi imediato e logo reconhecido pela matriz. Em quatro meses, a Coca-Cola conseguiu elevar sua participação no mercado de 15% para 48% e outras engarrafadoras da empresa no País queriam a Kaiser.
Pouco tempo depois a Coca-Cola decidiu comprar de volta os parceiros locais e a família se voltou para o segmento de concessionárias, dando origem ao Grupo Valence.
“O Grupo Valence é uma empresa familiar com gestão profissional, mas sempre familiar. Foi dessa história que veio a experiência com o varejo. No momento da venda da Coca-Cola, essa parte da família partiu para o ramo automotivo por predileção. Veio a primeira concessão da Chrysler, em 1997, que se chamava US Car, ainda não se chamava Valence. Logo na sequência, nos tornamos os primeiros revendedores da Renault no Brasil e o maior em Minas por muito tempo. Foi então que surgiu o nome Valence, que é uma cidade na França. Outros negócios foram surgindo e, em 2006, começamos com as máquinas de construção, chamadas Linha Amarela. Tivemos vários outros negócios que entraram e saíram, até chegarmos, hoje, a 12 marcas globais que a gente representa para o cliente brasileiro e, principalmente, para o mineiro”, completa o diretor-executivo do Grupo Valence.
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