Guia de salários e contratações destaca profissionais de finanças

A 16ª edição do Guia Salarial da Robert Half revela um cenário aquecido de busca por profissionais das áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e finanças em Minas Gerais no próximo ano. A expectativa é de que o volume de contratações e o valor dos salários melhorem na comparação com 2023.
Com setores tradicionais como mineração, logística e agronegócio aquecidos e emergentes, como energia e saúde (incluindo farmacêuticas), a tendência é de que as vagas sejam melhor distribuídas pelo Estado, com destaque para o Norte de Minas.
Segundo o gerente de recrutamento da Robert Half, Alexandre Mendonça, o Estado passa por um momento com muitos investimentos e chegada de multinacionais, o que gera inúmeras contratações para empregos de melhor qualidade.
“No Norte Minas o investimento em mineração de lítio, com a chegada de multinacionais, já aumentou o nível de contratações. Essas empresas, inclusive, estão trazendo profissionais de fora, o que faz com que os salários subam. O setor de energia também tem investido em diversas regiões do Estado. E muitas startups estão surgindo para atender às diferentes fases do processo, da geração à transmissão e distribuição. Na área da Saúde tivemos uma fase com várias compras e consolidação de laboratórios, redes de hospitais e investimentos de farmacêuticas no Norte e no Sul do Estado. E, na logística, temos investimentos em novos modais, duas indústrias que estão investindo em locomotivas autônomas e empresas do setor rodoviário buscando novas alternativas”, enumera Mendonça.
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Segundo o Guia, as áreas que lideram as contratações são:
- Finanças
- Contabilidade/controladoria
- Supply Chain
- Recursos Humanos
- Engenharia de Produto
- Automação
- Melhoria Contínua
- Vendas
Cargos/posições que estão sendo mais demandados:
- Gerente de Projetos
- Especialista de P&D
- Gerente Comercial/Executivo de Vendas
- Gerente de Operações
- Gerente de Produção
- Analista Contábil (Pleno e Sênior)
- Analista de FP&A (Planejamento e Análise Financeira)
- Profissional de RH generalistas
Profissionais mais difíceis de encontrar:
- Profissionais de P&D (pesquisa e desenvolvimento)
- Profissionais de vendas (com experiência em vendas complexas para B2B)
- Automação e projetos (com inglês avançado)
- Profissionais da área contábil (com inglês avançado e experiência em normas internacionais)
- Profissionais de recursos humanos (com inglês avançado e visão generalista)
- Profissionais de supply chain (com inglês avançado e experiência em mineração)
A comparação das listas indica os maiores desafios dos profissionais de recursos humanos dentro das empresas. A pesquisa ainda aponta as demandas e/ou desafios das empresas com soluções em talentos:
- Atração de profissionais qualificados
- Tempo de contratação (cada vez menor)
- Retenção de talentos pela competitividade no mercado
“O desafio do recrutamento é gigantesco. A parte de P&D, por exemplo, exige conhecimentos muito específicos. E outro dificultador é a questão do idioma. O mercado está mais competitivo em alguns conhecimentos e isso faz o salário subir e dificulta ainda mais as contratações. Hoje se busca muito mais profissionais voltados para a transformação que aquela empresa está passando do que operadores. O mercado de trabalho enfrenta uma batalha global por talentos. O câmbio não nos ajuda a reter os nossos talentos e menos ainda a atrair talentos do exterior. Ainda precisamos estruturar a entrada dos profissionais no mercado. As empresas investem na entrada na base para treinar e formar o profissional que ela vai precisar no futuro”, avalia.
Contratações e salários devem melhorar em 2024
A expectativa embutida no Guia Salarial da Robert Half é que 2024 seja um ano mais competitivo e com um volume maior de posições no mercado de trabalho. Segundo o gerente de recrutamento da Robert Half, Alexandre Mendonça, por isso, o mercado deve ser cada vez mais exigente em relação aos conhecimentos e habilidades, o que limita o volume de profissionais disponíveis e aderentes às posições.
A demanda de empresas estabelecidas no interior por profissionais mais qualificados tem aumentado significativamente. O grande desafio é encontrar candidatos com essa mobilidade, visto que o efeito do trabalho remoto ainda influencia a avaliação e tomada de decisão dos profissionais.
Para o ele, é importante frisar que a adaptação às novas tecnologias é um grande diferencial competitivo para os candidatos. Ferramentas para análise de dados, como Power BI, por exemplo, estão mais valorizadas.
“Ainda enfrentamos a defasagem em uma segunda língua. A chegada das multinacionais exige o domínio especialmente o inglês. Se eu puder dar uma dica para os profissionais, é que se especializem. Quanto maior for o ineditismo dos seus conhecimentos dentro da área demandada, melhor será”, destaca Mendonça.
Nesse cenário de valorização dos especialistas, cresce também a importância dos profissionais de recursos humanos. Cada vez mais estratégicos e próximos ao presidente da empresa, há tempos deixaram de ser responsáveis apenas pelas contratações e plano de salários, mas assumiram a condução das estratégias de retenção de talentos, fortalecimento da cultura corporativa e manutenção de um clima interno capaz de gerar pertencimento e engajamento.
“Estamos em um momento de expectativas muito positivo. Minas Gerais está recebendo um volume de investimentos interessante. Se eu fosse começar uma empresa hoje, começaria pelo RH. Ele é fundamental para o sucesso de qualquer corporação porque cuida da jornada do colaborador. O desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária passa muito pelo trabalho e podemos ser menos desiguais se conseguirmos atender esse volume de oportunidades”, completa o gerente de recrutamento da Robert Half.

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