Hipolabor ampliará capacidade produtiva para iniciar exportações

Com fábricas em Sabará (RMBH) e Montes Claros, no Norte do Estado, a Hipolabor foi uma das primeiras indústrias farmacêuticas de Minas Gerais. Fundada em 1984, surgiu com o foco na produção de medicamentos injetáveis, mas logo incrementou o portfólio com medicamentos sólidos orais e líquidos e semissólidos – todos voltados para o segmento hospitalar. Inicialmente com atuação mais concentrada no Sudeste, na década de 1990 ganhou alcance nacional e agora, quase 30 anos depois, se prepara para realizar suas primeiras exportações.
A empresa começou a estruturar sua área de comércio exterior no ano passado e já conta com algumas parcerias para realizar as primeiras vendas para outros países entre este e o próximo exercício. Entre os destinos, alguns países da América Latina, do Oriente Médio e da África – mercados que ainda não contam com estrutura robusta na área médico-hospitalar e, consequentemente, representam oportunidade para a companhia.
Para atender aos novos mercados também haverá aumento da capacidade produtiva, uma vez que o complexo fabril já está próximo de atingir o limite de produção. Segundo o presidente Renato Alves, com projetos em fase final de planejamento, a previsão é de que sejam investidos R$ 200 milhões na expansão. A construção deve ter início ainda em 2023, para conclusão entre o fim de 2024 e início de 2025.
“São expansões tanto das linhas de injetáveis quanto visando à introdução de novas fórmulas. Hoje são 10 milhões de ampolas produzidas por mês em Sabará e outras 15 milhões em Montes Claros. Com a expansão, a produção de injetáveis na unidade do Norte de Minas saltaria para 22 milhões de ampolas/mês”, detalha.

Empresa quer se firmar como líder de injetáveis na indústria farmacêutica
A intenção, conforme o executivo, também é consolidar a posição de líder de medicamentos injetáveis no mercado nacional. “Em 1995 criou-se uma estrutura mais robusta e a Hipolabor passou a ter maior presença em outras regiões do Brasil. Já em 2017 foi feito um grande investimento na construção de uma fábrica em Montes Claros e a indústria se tornou a maior fabricante de medicamentos genéricos injetáveis do País”, recorda.
Inclusive, a empresa foi a primeira do segmento a se instalar na região. Em seguida vieram Novo Nordisk, Eurofarma, Cristália e outras gigantes do setor. A marca levou sua fábrica para o Norte de Minas e contribuiu com a formação de um ambiente e de uma sinergia que tem atraído outros investimentos para a região. Tamanha robustez e potencial levam Alves a acreditar que Minas Gerais está evoluindo no sentido de se consolidar, nos próximos anos, como o terceiro maior polo de indústria farmacêutica do Brasil.
Por ditar o ritmo do segmento, estar presente em todos os hospitais do País e agora sair em busca do mercado internacional, a companhia é a escolhida da semana para compor a série Mineiridade. A série do DIÁRIO DO COMÉRCIO conta histórias e apresenta negócios originalmente mineiros que, além de terem dado certo, geram emprego, renda e movimentam a economia do Estado e do País.
“A Hipolabor é uma indústria genuinamente mineira, que produz medicamentos em terras mineiras para distribuir aos quatro cantos do Brasil”, orgulha-se.
A empresa atua nas áreas hospitalar e institucional (postos de saúde e programas públicos), sendo que 70% da produção é voltada para o atendimento aos hospitais. Neste segmento, 97% das vendas são no mercado b2b via distribuidores. Já a destinação final, considerando a composição dos leitos no Brasil entre 55% privados e 45% públicos, a participação entre mercado privado e público fica equilibrada.

Covid-19
E dentro do escopo de junto de sua história e conquistas levar o nome de Minas Gerais, o presidente da Hipolabor lembra que a companhia integra a equipe de desenvolvimento da Spintec, primeiro imunizante contra Covid-19 desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais. O projeto é coordenado pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed).
A empresa dará suporte aos ensaios clínicos, especialmente da fase 3, que deverá ser encerrada até o primeiro semestre de 2024 e vai envolver mais de 4 mil voluntários de várias partes do Brasil. “E estamos falando de um produto inovador fabricado por uma indústria mineira através de pesquisa de uma universidade mineira. Isso quebra barreiras e abre caminhos para outras conquistas”, avalia.
Por falar na pandemia, desde o início da crise sanitária, a Hipolabor esteve na linha de frente para viabilizar o tratamento da doença no País. A empresa priorizou a produção de medicamentos direcionados ao tratamento de pacientes internados em virtude do novo coronavírus e dobrou a produção para assegurar o fornecimento dos medicamentos essenciais para a saúde da população. Só em 2020, foram produzidos 150 milhões de anestésicos usados no tratamento de pacientes internados pela doença.
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