De Minas para o mundo: Hotmart impulsiona infoprodutos brasileiros no exterior

A expansão global dos infoprodutos brasileiros está em alta. Segundo dados da DHL Global Connectedness Report de 2024, plataforma que atualiza dados sobre globalização, o comércio de serviços, especialmente aqueles prestados digitalmente, apresentou um crescimento mais forte do que o comércio de bens físicos.
A empresa mineira Hotmart, com modelo de negócios baseado na venda e distribuição de produtos digitais, tem se destacado no comércio internacional. Segundo a companhia, nos últimos dois anos, as vendas internacionais de conteúdos de produtores brasileiros foram duplicadas, e o número de criadores teve um aumento de 150%.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento de Mercado da empresa, Alexandre Abramo, “a Hotmart acredita que o mercado de produtos digitais tem um grande potencial de crescimento, tanto no Brasil quanto no mundo”.
“A empresa está bem posicionada para se beneficiar desse crescimento, com uma plataforma global e expertise em internacionalização”, completa.
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Os primeiros passos da internacionalização da empresa começaram em 2016, com a abertura do escritório na Espanha.
”A companhia tem um grande número de produtores ativos. Mais de um terço dos criadores brasileiros na Hotmart vendem para o exterior, e 15% da receita de produtores brasileiros são de vendas internacionais”, explica.
Segundo ele, os maiores mercados para produtos digitais brasileiros são:
- Estados Unidos,
- México,
- Portugal,
- Chile
- e Colômbia.
Produtores de conteúdo brasileiros que fazem sucesso no exterior
O perfil de produtores de conteúdo brasileiros é diverso, vão de cursos de guitarra on-line, aulas de francês, aulas de massoterapia e assinatura de modelos para impressora 3D. Conheça alguns que trabalham com a Hotmart:
André Nieri
Empreendedor musical, André percebeu a demanda global por cursos de guitarra on-line. Desde 2020, ele lançou mais de 10 cursos, sendo sete disponíveis em vários idiomas. Cerca de 65% das 5,6 mil vendas de seus cursos vêm de países como Estados Unidos, México, Espanha, Chile, Argentina, Colômbia e Peru.
Elisa Fingermann
Franco-brasileira, nascida e criada nas duas culturas, Elisa criou o método “Francês Ativo”. Ela possui mais de 14 mil alunos em mais de 60 países, incluindo Brasil, Europa (França, Bélgica, Suíça, Espanha), e em vários outros países da América (EUA, Canadá, México, Colômbia, Chile, Argentina).
Ana Martha
Fisioterapeuta, Ana Martha passou por um spa de alto padrão e criou seu próprio consultório, mas foi com o seu curso que se encontrou na profissão. Hoje, Ana Martha ensina massoterapia focada para mulheres em situação de vulnerabilidade, para que possam alcançar sua independência financeira. Começou a receber alunas internacionais e hoje já vende para 57 países.
Loot Studios
Criada pelos mineiros Renato Góes e Álvaro Ribeiro em 2019, a Loot Studios oferece um programa de assinatura de modelos digitais 3D para colecionadores de miniaturas e jogadores de Role-playing game (RPG). A empresa figura entre os 25 maiores clientes da Hotmart e tem assinantes em mais de 150 países, com mais da metade deles nos Estados Unidos.
Desafios da internacionalização
A entrada no mercado internacional traz desafios específicos para as operações, que vão desde barreiras linguísticas até a necessidade de compreensão das nuances legais e regulamentares de diferentes mercados.
Pagamento
Para concretizar o sucesso da internacionalização a empresa investiu em diversificação nos sistema de cobrança e recebimentos internacionais.
“A Hotmart oferece 40 métodos de pagamento diferentes e transaciona em 22 moedas, permitindo que compradores de qualquer lugar do mundo comprem produtos digitais de criadores de conteúdo brasileiros”, ressalta Alexandre.
Além disso, o carrinho de compras é automaticamente convertido na língua e moeda do local do comprador, aumentando em 70% a chance dos clientes concluírem a compra.
Idioma
Outra barreira para o comércio internacional é o idioma. Para solucionar essa questão a empresa desenvolveu a solução Hotmart Player, que permite a legendagem automática de vídeos em mais de 70 idiomas.
“A Hotmart investiu em legendas automáticas em múltiplas línguas para facilitar a venda de conteúdo para outros países. A plataforma reconhece que a legenda pode ser uma barreira cultural, pois nem todos os países a utilizam com a mesma frequência que o Brasil. Por exemplo, na Europa e nos Estados Unidos, a legenda é menos comum”, destaca Alexandre Abramo.
Novas tecnologias: inteligência artificial
A empresa já está utilizando a tecnologia de inteligência artificial em seu sistema. Segundo o gerente Alexandre Abramo, “a plataforma já possui uma ferramenta de inteligência artificial chamada ‘Tutor da Hotmart’, que estuda o conteúdo do criador e responde ao comprador, aprendendo com o conteúdo que o criador postou”.
Segundo ele, o Tutor já está disponível para todos os criadores de conteúdo. “A Hotmart acredita que a inteligência artificial vai ajudar a plataforma a crescer ainda mais, e que o potencial dessa tecnologia é infinito”, diz.
Em 2024, a Hotmart adquiriu uma empresa de inteligência artificial focada em tradução e dublagem automática.
Loot Studios: case de sucesso na internacionalização de produtos digitais
A mineira Loot Studios é um caso de sucesso na comercialização de produtos digitais para o mercado externo. O carro chefe da empresa é a venda de assinaturas digitais de modelos de figuras de ação para impressoras 3D, produto já foi comercializado em mais 140 países.
O CEO e cofundador da Loot, Renato Góes comenta sobre o início da empresa. “A Loot começou comigo, na área de negócios, e com o meu sócio Álvaro Ribeiro. Ele sempre foi um artista em nível global, desenvolvia artes 3D para as maiores empresas de esculturas colecionáveis do mundo. Com esse conhecimento técnico altamente qualificado, em 2019 resolvemos vender cursos de esculturas na internet”, lembra.


A escolha da plataforma da Hotmart pela empresa foi motivada pela disponibilidade de recursos para a comercialização de produtos digitais.
“O curso foi um sucesso e chegamos a ter milhares de alunos. Mas depois de um tempo, o meu sócio cansou de ministrar aulas, e em busca de um novo caminho, tivemos a ideia de vender os arquivos das esculturas já prontas direto para o cliente final”, destaca Góes.
Assim, em 2020, a Loot Studios foi criada. Os sócios resolveram unir a expertise na venda de produtos digitais e a parte artística de produzir os arquivos de esculturas para venda direta. A empresa iniciou com o modelo de assinatura, por US$ 15.

“A gente olhou para o mercado e descobriu que fazia muito sentido esse tipo de assinatura. Em 2020, o mercado de impressoras 3D que usam resina estava mais acessível. Esse tipo de máquina cria peças com uma qualidade absurda. Essas esculturas são utilizadas para jogos de tabuleiro RPG, tipo Dungeons & Dragons”, explica Renato Góes.
Todos os meses os clientes recebem um pacote temático diferente de miniaturas para jogos. As assinaturas são divididas em fantasia e ficção científica. No primeiro mês de vendas, a empresa comercializou para todos os continentes e, hoje, negocia para mais de 140 países.
O mercado internacional corresponde a 99% da base de clientes da empresa, e o Brasil representa apenas 1%. Por esse motivo toda a comunicação do estúdio é em inglês, do site até as redes sociais.
“80% da nossa base de clientes está nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Alemanha e França”, ressalta Góes.
Com o sucesso das vendas das assinaturas a Loot se profissionalizou e, atualmente, conta com uma equipe de 60 funcionários fixos e 50 artistas que trabalham por projetos. Para 2025 a empresa iniciou uma unidade de jogos próprios, focada na criação de passatempos que combinam cartas com miniaturas.
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