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Indústria de alimentos em Minas fatura R$ 124 bilhões em 2023

Estado só perde para SP, que somou mais da metade do total na região Sudeste
Indústria de alimentos em Minas fatura R$ 124 bilhões em 2023
| Crédito: Adobe Stock

A indústria mineira de alimentos e bebidas não alcoólicas faturou R$ 124 bilhões em 2023, 28% do total negociado pelas empresas do setor na região Sudeste, que alcançaram R$ 441 bilhões. O Estado só perde para São Paulo, que foi responsável por mais da metade do faturamento da região, totalizando R$ 282 bilhões. Rio de Janeiro ocupou o terceiro lugar, ao faturar R$ 26 bilhões e o Espírito Santo em último, R$ 10 bilhões. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a maior representante do setor produtivo de alimentos e bebidas não alcoólicas, com 80% das indústrias do setor associadas.

De acordo com o balanço, as 6,2 mil indústrias de Minas Gerais foram responsáveis por 228 mil empregos diretos e 913 mil indiretos em 2023. O balanço mostrou ainda que o faturamento das indústrias mineiras do setor no ano passado correspondeu a 13% de participação no PIB geral do Estado. Para o mercado externo, os produtos industrializados pelo setor em Minas foram responsáveis por US$ 3,8 bilhões em exportações em 2023.

Os números de Minas acompanham o bom desempenho nacional do setor apresentado ontem em coletiva pelo presidente executivo da Associação, João Dornellas, na sede da instituição. Se em 2022 o setor já havia ultrapassado a margem de R$ 1 trilhão, em 2023 o faturamento continuou crescendo, somando R$ 1,161 trilhão, e consagrando o crescimento de 7,2%.

A marca reflete, na análise de Dornellas, um cenário positivo para a vida do brasileiro e chama a atenção de três pilares afetados pelo crescimento da indústria no ano passado. “A comida chegou mais barata à mesa dos brasileiros, a indústria de alimentação e bebidas continuou gerando empregos, sendo responsável por 67% de todos os postos criados no Brasil no ano passado, e em último, a consolidação do supermercado do planeta”, disse Dornellas.

João Dornellas comentou que desde 2019 os associados já tinham a expectativa de o Brasil se tornar o “supermercado do mundo”, fato que aconteceu agora ao se tornar o maior exportador do mundo de alimentos industrializados em volume e o quinto em valor.

Sobre o supermercado do mundo ele explicou o conceito: “Produzir aqui, transformar nossa matéria-prima aqui, gerar emprego aqui e exportar produtos de maior valor agregado”, disse. Em 2023, a indústria brasileira de alimentos e bebidas exportou US$ 62 bilhões em negócios e um volume de 72 milhões de toneladas.

Apesar de ser o maior exportador do mundo, Dornellas garante que não falta e nem faltará comida para o brasileiro. “O que falta ao brasileiro é renda para que ele possa comprar. A indústria tem capacidade para aumentar a produção de um dia para o outro, tem capacidade de produção ociosa. É preciso demanda”, comentou Dornellas. Mesmo alcançando o título de supermercado do planeta, o presidente da Abia mostrou que 73% do que é produzido pela indústria de alimentos e bebidas, fica por aqui. Do montante produzido, apenas 27% são exportados. 

Em comparação com as exportações in natura, os produtos industrializados ainda perdem. Foram US$ 78 bilhões exportados in natura contra US$ 62 bilhões para os industrializados. “A gente atribui essa diferença em função da safra recorde que o Brasil registrou ano passado. Não podemos esquecer que foram 320 milhões de toneladas de grãos produzidos pelo País”, comentou.

Quanto ao destino das mercadorias brasileiras, os dados apontaram que Ásia, Países Árabes e União Europeia são as regiões que mais os recebem. Destaque para os Países Árabes, que, em 2023, superaram a União Europeia. Quando analisados os países individualmente, China segue no topo sendo responsável por US$ 10,9 milhões em negócios e os EUA, em seguida, movimentando US$ 3,4 milhões. Entretanto, o maior crescimento em negociações, foram os EUA, aumentando 31% o volume de negócios gerados de 2022 para 2023. Os produtos derivados da proteína animal são os mais exportados, seguidos do derivado do açúcar e da soja.

Perspectivas para 2024 

O setor segue otimista para o ano que já começou e de acordo com Dornellas, os resultados de janeiro já condizem com a expectativa. Em vendas reais, a expectativa da Associação é que o crescimento seja de 2% a 2,5%, puxando também a alta do emprego entre 1 a 1,5%. Já as exportações, é esperado que o ano de 2024, feche em US$ 65 milhões. 

“Estamos cuidadosos com estas expectativas em função da quebra da safra que deve acontecer este ano”, analisa Dornellas pontuando que a safra agrícola afeta diretamente o segmento.

Entre os fatores pontuados como positivo estão as reformas que vêm acontecendo no País, entre elas, a tributária e a possibilidade da redução do custo Brasil. “Se a gente conseguir reduzir o custo Brasil, isso ajuda a produção, a redução de preços e ajuda o Brasil exportar cada vez mais”, finalizou.

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